sábado, 16 de abril de 2011

O crucificado que ressuscitará está junto a nós!


O RESSUSCITADO QUE PASSOU PELA CRUZ! AMRAM! Onde está? Onde se vê?  Fiquei pensando nisso ao considerar que seria vão terminar este artigo sem que você pudesse reconhecê-lo aí na sua rua, na sua sala de estar, seguramente na próxima eucaristia bem celebrada.

Primeiro: há que servir de intérprete aqueles que não são íntimos dessa expressão. Aproveitando o ensejo, sugiro, por ordem de NECESSIDADE extrema a edição de um dicionário Shalonês, que viria acompanhado de dois anexos: Linguagem do fundador , que falará sobre a maneira única de Moyses Azevedo reinventar a gramática, as expressões criadas por ele e reaplicadas cotidianamente em nossas casas e conversas sem qualquer esforço contrário, e,  o igualmente esperado, Anedotas  que só se vê na Comunidade Shalom. Sucesso absoluto das Edições! Sem dúvida! Aguardemos o lançamento!

Mas voltando ao assunto que permeará  o nosso artigo, o que cargas d´água quer dizer o Ressuscitado que passou pela cruz?  Em linhas gerais é a descrição que Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Católica Shalom, usa reiteradas vezes para descrever o Jesus Ressuscitado que aparece em João 20. Ali, Jesus vivo mostra aos discípulos as suas chagas gloriosas que provam que ele tinha passado...Por onde, por onde? Exatamente! Jesus que aparece ressuscitado, mas que mostra que passou pela cruz. Para a Igreja, em especial para o nosso fundador, essa mística aponta em primeira instância que não háCruz que não leve à ressurreição e que tão pouco não há ressurreição que não passe pela cruz anteriormente.

Para ele, e seguramente para todos nós, portanto cruz não é morte. Cruz, pasme, é vida. É certeza de vida, certeza de esperança (que antítese!), certeza de fé (acabei com a gramática agora!).

Dadas as devidas explicações, onde vemos esse ressuscitado hoje? Lembra,  4 parágrafos acima? Pois é: Onde o vemos? O vi hoje, ao entrar num conhecido site de notícia do Brasil e deparar-me com a chacina dos estudantes ocorrida no Rio. O tipo de coisa que se vê em jornalismo americano e que nos parece distante e inalcançável, mas pela enorme criatividade da nossa maldade vem acontecer bem pertinho. Muitos Ressuscitados estão agora, entre enterros e lágrimas, entre dores e saudades, muitos deles os vemos na Tv, amargando aquela dor de uma autêntica cruz e a declarar inquebrantáveis sua fé. Fé que aponta a um porvir, a uma vida mais além destes nossos dias, a Ressurreição para aqueles dias melhores que vivemos esperando.

O vi certo dia em São Paulo, nas escadarias da catedral, sujo, mulambento, mas com um sorriso que me comprovava que o melhor de Deus de fato ainda está por vir e que a cruz não barra a força da vida que dela brota.

O vejo naquele pai de família que abraça a imensa cruz da honestidade, da integridade, em tempos como os nossos em que as coisas estão tão invertidas que o justo é o tolo, que o honesto é burro, que o certo não existe fora da conveniência. Que enorme cruz é ser simplesmente verdadeiro numa sociedade que grita a mentira, a repete e insiste em acreditar que a verdade não existe.

Cruz daquela jovem adolescente, que não orientada e especialmente, não evangelizada, se depara grávida aos 14 anos. Cruz de uma infância interrompida, de responsabilidades adquiridas, de uma vida que há de vir. Cruz da difícil opção pelo correto, que gerará indubitavelmente aquela ressurreição.

Cruz dos muitos que sacrificam descanso, dos que vão contra a corrente por não ter aberto mão daquela integridade que faz falta, que dá saudade, daqueles que honram seus valores, palavras e atos. Renúncias e desafios que embora mais raros, existem e testemunham que vale a pena.

Creio que este seja o grito que Jesus nos lance hoje. Vale a pena! Vale a pena sofrer as contingências, as renúncias da cruz. Vale a pena confiar quando não se entende, quando a fé a única coisa que nos impulsiona a prosseguir. Vale a pena, vejam! Vale a pena em minha carne se vê, em meu coração traspassado se enxerga, não tenham medo, eu venci o mundo, eu venci a morte! 

Marcela Mendonça
Comunidade Shalom

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