segunda-feira, 23 de março de 2015

Igreja e política

O tema da Campanha da Fraternidade desse ano “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, com o lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), é ocasião para se tratar da política, o que pode levar alguns setores da sociedade a pensarem que a Igreja entrou na batalha política, e, pior, favorece a linha socialista e os partidos de esquerda. Faz-se necessário, por isso, recordar alguns princípios esclarecedores do porquê e como a Igreja entra na política.
Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I, 1,9). E Santo Tomás de Aquino cunhou o termobem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado.
Na doutrina social da Igreja, Política é “uma prudente solicitude pelo bem comum” (S. João Paulo II, Laborem exercens, 20). “A comunidade política existe, portanto, em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. Quanto ao bem comum, ele compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 74 – cf. S. João XXIII, Mater et Magistra).
          A Igreja está ao serviço do Reino de Deus, anunciando o Evangelho e seus valores, e “não se confunde com a comunidade política nem está ligada a nenhum sistema político” (Gaudium et Spes, 76). Mas os cristãos participam na vida pública como cidadãos. “Os fiéis leigos não podem de maneira nenhuma abdicar de participar na ‘política’, ou seja, na multíplice e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover de forma orgânica e institucional o bem comum” (S. João Paulo II, Christifideles laici, 42).
      “Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, deverão se esforçar os cristãos solicitados a entrarem na ação política por encontrar uma coerência entre as suas opções e o Evangelho” (Paulo VI, Octogesima Adveniens,46).
Mas é preciso respeitar os campos de ação e a competência.
A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política... não pode nem deve se colocar no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça... não poderá firmar-se nem prosperar” (Papa Bento XVI, Deus caritas est, n. 28).
Este trabalho político não é competência imediata da Igreja. O respeito de uma sã laicidade – até mesmo com a pluralidade das posições políticas – é essencial na tradição cristã autêntica. Se a Igreja começasse a se transformar diretamente em sujeito político, não faria mais pelos pobres e pela justiça, mas faria menos, porqueperderia sua independência e sua autoridade moral, identificando-se com uma única via política e com posições parciais opináveis. A Igreja é advogada da justiça e dos pobres, precisamente ao não identificar-se com os políticos nem com os interesses de partido. Só sendo independente pode ensinar os grandes critérios e os valores irrevogáveis, orientar as consciências e oferecer uma opção de vida que vai além do âmbito político” (Bento XVI, Aparecida, 13-5-2007, Disc. Inaug. do CELAM).
“Não cabe aos pastores da Igreja intervir diretamente na construção política e na organização da vida social. Essa tarefa faz parte da vocação dos fiéis leigos, que agem por própria iniciativa com seus concidadãos” (Catecismo da Igreja Católica n° 2442).
Não cabe à Igreja formular soluções concretas – e muito menos soluções únicas – para questões temporais, que Deus deixou ao juízo livre e responsável de cada um, embora seja seu direito e dever pronunciar juízos morais sobre realidades temporais, quando a fé ou a lei moral o exijam” (Nota doutrinal da Congregação para a Doutrina da Fé sobre a participação e comportamento dos católicos na vida política, n° 3).


Vem a calhar a solução de Santo Agostinho: “Em questão de princípios, unidade. Nas questões discutíveis e opináveis, liberdade. Em todas as coisas, caridade”.

Dom Fernando Arêas Rifan 
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (RJ)
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sábado, 21 de março de 2015

Babilônia

Infelizmente mentes ímpias querem ressuscitar Babilônia! Agora made in Brasil! O nome desta famosa cidade bíblica se refere também à torre de Babel. Em Babilônia havia cinquenta e três templos pagãos onde perdurava o sincretismo. Sob o comando de Nabucodonosor (uma espécie de Hitler da época), Babilônia destruiu a Cidade Santa de Jerusalém em 597 a.C.

Falando de grosso modo, pensando no Apocalipse, este título faz referência à prostituição, entendida com seus crimes e pecados cometidos contra Deus e seus filhos. O próprio livro explica o significado secreto de Babilônia: “A grande Babilônia, mãe de todas as prostitutas e de todas as pessoas imorais do mundo” (Ap 17, 5).

O que dizer de duas senhoras de oitenta e seis anos se beijando? Babilônia!

Cenas casuais de sexo e assassinato? Babilônia!

Golpe do baú e traição? Babilônia!

Triângulo amoroso e prostituta de luxo? Babilônia!

Público pronto? Tratar com naturalidade? Espaço para o amor? Romance sério? Noite feliz? Beijo gay de terceira idade? Não! Isto não pode ser amor nem aqui nem no inferno! Felicidade? Jamais! Romance? Decadência! Naturalidade? Monstruosidade! Que público? Espaço? Nos nossos lares? Só quem for conivente e babilônico! Somente daqueles que já transformaram suas igrejas domésticas e santuários da vida em torres de babel! De fato, este é outro golpe baixo do baú do diabo que vem com toda sujeira, corrupção e decadência do mal deste mundo jogando na sala da tua casa, na tua cara e na cara dos teus filhos. Que decadência, católico! Que decadência, evangélico! Que decadência, homem e mulher de boa índole!

Em um momento tão crítico da história deste país, Babilônia e Big Brother não podem nos trazer luz, paz e esperança. Desperta povo! Deus destruiu Babilônia! Não permita que ela seja levantada com o material e mão de obra do Brasil! Não precisamos de Babilônia! Queremos Jerusalém! Queremos ordem e progresso! Queremos Deus e os valores autênticos e imortais! Queremos o amor e a paz! Queremos a segurança, o respeito e a prosperidade completa!

Unidos pelo Avivamento da nova Jerusalém e pela destruição da nova Babilônia!

Padre Eduardo Braga (Pe. Dudu)
Vice Postulador da Causa da Canonização da Beata Elena Guerra
Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição
Rio Bonito, RJ
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