domingo, 8 de julho de 2012

O SER HUMANO


O zelo do Magistério da Igreja em seguir e inculturar-se na sociedade contemporânea, apontando caminhos e reflexões seguras em tempos de incerteza, que caracterizam o viver das pessoas no mundo atual.
Trata-se de olhar, acolher, reconhecer, contemplar e orientar o ser humano na atual conjuntura revolucionária e impactante do mundo da comunicação.

Olhando em profundidade para a mensagem de Bento XVI para 2011 – “Verdade, anúncio e autenticidade da vida, na era digital” –, fica muito claro e relevante a articulação existente com os dois últimos temas oferecidos pelo pontífice: 2009 – Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade; 2010 – O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra. Articulação que parte de uma constatação em que se move a sociedade hoje: o “continente digital”. Nesse “continente” vivem pessoas que são convidadas a “estar” nesse mundo, especialmente os jovens, vivendo e circulando nas redes sociais os valores humanos do diálogo, da amizade, conforme o convite da mensagem de 2010.

Além de reconhecer que, como a revolução industrial “produziu uma mudança profunda na sociedade”, a atual mensagem do Papa enfatiza que “hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais”.

Parte dos grandes destaques da mensagem, que requer reflexão, é o reconhecimento da Igreja pelas transformações sociais culturais provocadas pelas novas tecnologias, que introduzem não somente um modo novo de comunicar, mas nos fazem olhar a “mudança” da “própria comunicação em si mesma”.

Daí a decorrência de que não se trata somente de “novidades” das tecnologias, mas que “está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar”. É como se estivéssemos vivendo uma nova civilização. Aprender e pensar, ousamos dizer, necessita absorver uma modalidade nova, nos sistemas de educação, de elaboração do pensamento, entre outros. A consequência pode ser óbvia, como entendimento, mas, como prática, requer a mudança de métodos de ensino, de informar, de comunicar, de evangelizar.

Novas possibilidades se apresentam no mundo digital, mas, ao mesmo tempo, impõe-se “de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital”. As redes na internet, como exemplo, oferecem extraordinárias potencialidades, mas também “a complexidade de suas aplicações”. O Pontífice agrega que “as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano”.

É nesse “mundo digital” que se ancora o palco planetário onde se movem as pessoas, sobretudo nas social network. Os jovens, expressa a mensagem, são os principais sujeitos que transitam pela mudança da comunicação, vivem as contradições e a criatividade “própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida”.
Nas redes sociais se estabelecem novas formas de relação interpessoal; há uma influência na percepção de si próprio e, por consequência, da autenticidade do próprio ser. Nesse confronto e busca de partilha, enfatiza o Papa, é imprescindível a pergunta: “quem é o meu próximo neste novo mundo? [...] Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva”.

Nas palavras de Bento XVI, depreende-se a insistência para o fato de que a comunicação deve ser entendida e centrada na pessoa humana, que está no coração de todos os processos comunicativos.

Em suas palavras, “mesmo em uma era que é amplamente dominada e, por vezes, condicionada pelas novas tecnologias, o valor do testemunho pessoal continua a ser essencial”. Existe, portanto, um “estilo cristão de presença também no mundo digital”.

E o pensamento do Magistério se faz claro e insubstituível nas palavras quando afirma que: comunicar o Evangelho através dos novos midia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele.

O estilo cristão de estar nas redes, sem dúvida, diz o Papa, vai desafiar algumas lógicas próprias da web, porque a verdade que somos chamados a partilhar “não extrai o seu valor da sua popularidade, ou da quantidade de atenção que lhe é dada. [...] A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objeto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre”.

O olhar positivo da Igreja convida todos os cristãos a exercerem uma criatividade consciente e responsável na rede de relações que as possibilidades da era digital proporciona, porque “ela se tornou parte integrante da vida humana”. Aí, na web, somos chamados a contribuir para desenvolver com formas novas “a consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada”.
Na conclusão da mensagem, um convite especial aos jovens para fazer bom uso da sua presença no areópago digital.

Ir. Joana T. Puntel
 Jornalista, doutora em Comunicação Social
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PERMANECER EM DEUS


O verbo "permanecer" é muito mais que o verbo "estar".
O que é de Deus dê a Deus. Isso define um sinal de permanência. Assim como hoje eu tenho a marca do sacerdócio em mim, somos marcados como consagrados a Deus por meio dos sacramentos que recebemos, e, por meio deles, recebemos a marca de Deus em nós.

Seguir Jesus é permanecer nele e com Ele. Aos poucos vamos percebendo a ação da graça em nós. Para irmos pregando aquilo que vivemos e vivermos aquilo que pregamos.
Precisamos ter coragem de quebrar as "fachadas" da nossa felicidade, pois Deus não pode trabalhar em "fachadas", Ele só pode trabalhar em nosso coração. Precisamos romper com as máscaras. O processo de retirar as máscaras consiste em retirar, de dentro de nós, todas as falsidades e as hipocrisias que estão em nós.

O seguimento de Jesus exige um contínuo arrependimento e reconciliação consigo mesmo, com as pessoas e com Deus.

O selo do divino em nós é a eternidade de Deus semeada em nossos corações. Precisamos semear esta eternidade dentro dos nossos corações, tendo como referencial Jesus Cristo, Ele que é o "manso o humilde de coração".

Nos relatos evangélicos, podemos identificar que existem três figuras, que quando todos partiam, eles sempre estavam presentes, eram eles: Pedro, Tiago e João. Eles estavam presentes, porque eles queriam conhecer a fundo o seu Mestre. E para isso, eles fizeram de tudo para estabelecer uma intimidade com o Senhor.

Ninguém pode nos aflingir quando reconhecemos as nossas fraquezas, as nossas dificuldades, e corremos atrás para que essas dificuldades não sejam determinantes em nossa vida. Descubra os seus grandes limites e comece a trabalhar a partir deles.

A vida em Deus requer disciplina, precisamos focar nossa atenção naquilo que é essencial. Ainda mais nos dias de hoje. Porque desde quando as crianças entram nas escolas, elas já vão aprendendo a ser falsas com os seus amiguinhos. E todos os desdobramentos das fachadas, que muito cedo começamos a aprender, neutralizam a nossa consciência, fazendo com que deixemos de fazer um verdadeiro exame de consciência.

As fachadas da felicidade colocam obstáculos para você não permanecer em Deus. Como na parábola da figueira na qual Jesus pede que cortem a figueira que não está dando fruto.

Permanecer em Deus é você ter o rótulo do reconhecimento de Jesus em seu interior. Sabe por que é difícil quebrar as fachadas? Porque elas são nocivas e confortáveis, pois aparentemente nos fazem bem, mas, no fundo, causam um mal tremendo em nosso interior e em nossas famílias.

É difícil quebrar a fachada das "felicidades" que estão seduzindo os seus filhos. É triste reconhecer que, aos 14 anos, os jovens já consumam bebidas, já possuam vida sexual ativa e alguns já estão viciados em drogas. E lamentável constatar que meninas de 14 anos estejam tendo uma vida sexual ativa, e o pior: dentro de casa com a desculpa de que "é mais seguro". Que tristeza!

Não é seu filho que impõe as regras dentro da sua casa! Os pais precisam ser pais de verdade e dizer aos filhos: "Aqui nesta casa, você filho participa, mas quem manda somos nós [os pais]!”.
Estirpe o álcool da sua casa. Pais, conversem com seus filhos e expliquem a eles que a proibição não é ruim, mas é um gesto de amor. Pais, façam de tudo para que os seus filhos tenham a oportunidade de ter o que é essencial para a vida.

A permanência com Senhor nos ensina a ter bom senso. Você não vai perder o gosto pela vida, pelo contrário, você vai aprender a fazer as escolhas certas. A Palavra de Deus nos fala que o "salário do pecado é a morte". E mais cedo ou mais tarde, o diabo vai lhe apresentar a "notinha".

Muitas vezes, nós estamos fazendo a nossa escolha pelo veneno do diabo, e ele é saboroso, mas as suas consequências são sérias. A missão do diabo é nos desumanizar.

É em Jesus que eu preciso permanecer, em cada momento e em cada instante, isso é permanecer em Deus: ter Cristo dentro de mim.

À medida que vamos crescendo em Deus, nossas feições vão se tornando mais leves. O monsenhor Jonas Abib já entrou tanto em nossa vida, e em nossos corações, que se ele resolvesse ficar em silêncio hoje, ele poderia, porque ele, por si só, já é uma pregação.

O mundo está carente de homens que deem testemunho com o seu jeito de ser e de viver. O altar não é o lugar da vaidade, mas o lugar do testemunho. Quanto mais alto for o altar onde você estiver, tanto maior deverá ser o seu testemunho. Honre a sua profissão, seja testemunho do Evangelho onde você estiver. Leve Jesus com você. Não importa qual função está desempenhando, você carrega em seu coração a marca indelével de que Jesus está com você. Em pensar que você é um sacrário, você leva Jesus em você, permanecer em e com Jesus.

Conversão é isto: se deixar ser tomado por Jesus, parecer com Jesus, o seu diferencial precisa ser o Cristo.
A partir do momento em que você tem Jesus dentro do seu coração, você com a sua vida pode proclamar: Ele está no meio de nós!


Podemos contar com você? Você quer ser um seguidor de Jesus? Você quer permanecer com Ele? Eu renovo com o Senhor o compromisso de ser como Ele e com Ele por onde quer que eu vá.

Os verdadeiros amigos de Jesus foram retirados do lodo e da miséria, e se isso aconteceu com eles, pode acontecer conosco também. Tudo que eu posso fazer, para que o Reino de Deus aconteça aqui, eu quero fazer, Senhor. Pode contar comigo!

Nunca permita que o mundo retire de você este direito: de permanecer no Senhor.

Padre Fábio de Melo, SCJ
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