sábado, 18 de fevereiro de 2012

Adolescente comove Itália ao oferecer sua vida pela Igreja e pelo o Papa

Em outubro de 2006, Carlo Acutis tinha 15 anos de idade e sua vida se apagou por uma agressiva leucemia.O adolescente, oriundo de Milão, comoveu familiares e amigos ao oferecer todos os sofrimentos de sua enfermidade pela Igreja e pelo Papa.
Seu testemunho de fé, que em alguns anos poderia valer o início de um processo de beatificação, sacode nestes dias a Itália, com a publicação de sua biografia.
“Eucaristia. Minha rodovia para o céu. Biografia de Carlo Acutis” é o título do livro escrito por Nicola Gori, um dos articulistas de L’Osservatore Romano, e publicado pelas Edições São Paulo.
Segundo os editores, Carlo “era um adolescente de nosso tempo, como muitos outros. esforçava-se na escola, entre os amigos, era um grande apaixonado por computadores. Ao mesmo tempo era um grande amigo de Jesus Cristo, participava da Eucaristia diariamente e se confiava à Virgem Maria. Morto aos 15 anos por uma leucemia fulminante, ofereceu sua vida pelo Papa e pela Igreja. Sua vida suscitou profunda admiração em quem o conheceu. O livro nasce do desejo de contar a todos sua simples e incrível historia humana e profundamente cristã”.
“Meu filho sendo pequeno, e sobre tudo depois de sua Primeira Comunhão, nunca faltou à celebração cotidiana da Santa Missa e do Terço, seguidos de um momento de Adoração Eucarística”, recorda Antonia Acutis, mãe de Carlo.
“Com esta intensa vida espiritual, Carlo viveu plena e generosamente seus quinze anos, deixando em quem o conheceu um profundo traço. Era um moço especialista em computadores, lia textos de engenharia informática e deixava a todos estupefatos, mas este dom o colocava a serviço do voluntariado e o utilizava para ajudar seus amigos”, adiciona.
“Sua grande generosidade o fazia interessar-se em todos: os estrangeiros, os portadores de necessidades especiais, as crianças, os mendigos. Estar próximo a Carlo era esta perto de uma fonte de água fresca”, assegura sua mãe.
Antonia recorda claramente que “pouco antes de morrer Carlo ofereceu seus sofrimentos pelo Papa e pela Igreja. Certamente o heroísmo com a qual confrontou sua enfermidade e sua morte convenceram a muitos que verdadeiramente era alguém especial. Quando o doutor que o acompanhava perguntava se sofria muito, Carlo respondeu: ‘Há gente que sofre muito mais que eu!”.
“Fama de santidade”
Francesca Consolini, postuladora para a causa dos Santos da Arquidiocese de Milão, acredita que no caso de Carlo há elementos que poderiam levar a abertura de um processo de beatificação, quando se fizerem cinco anos de sua morte, como o pede a Igreja.
“Sua fé, singular em uma pessoa tão jovem, era poda e segura, levava-o a ser sempre sincero consigo mesmo e com os outros. Manifestou uma extraordinária atenção para o próximo: era sensível aos problemas e as situações de seus amigos, os companheiros, as pessoas que viviam perto a ele e quem o encontrava dia a dia”, explicou Consolini.
Para a especialista, Carlo Acutis “tinha entendido o verdadeiro valor da vida como dom de Deus, como esforço, como resposta a dar ao Senhor Jesus dia a dia em simplicidade. Queria destacar que era um moço normal, alegre, sereno, sincero, voluntarioso, que amava a companhia, que gostava da amizade”.
Carlo “tinha compreendido o valor do encontro cotidiano com Jesus na Eucaristia, e era muito amado e procurado por seus companheiros e amigos por sua simpatia e vivacidade”, indicou.

“Depois de sua morte muitos sentiram a necessidade de escrever uma própria lembrança dele e outros comentaram que vão pedir sua intercessão em suas orações: isto fez com que sua figura seja vista com particular interesse” e em torno de sua lembrança está se desenvolvendo o que se chama “fama de santidade”, explicou.
Fonte: Blog Coração Inquieto.
Read More

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CNBB reage a ministra


Em carta à presidente Dilma Rousseff, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou a posição da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que defendeu a legalização do aborto no País. "Como sanitarista, tenho que dizer que o aborto é uma questão de saúde pública, e não ideológica. Como o crack, as drogas, a dengue, o HIV, todas as doenças infecto-contagiosas", disse a ministra na semana passada.
No dia em que assumiu o cargo de ministra, no dia 10 de fevereiro, ao ser questionada sobre as críticas de líderes evangélicos a respeito de sua posição sobre a legalização do aborto, Meniccuci respondeu: "Só quero dizer que o aborto inseguro é a quarta causa de morte materna e quinta causa do SUS [Sistema Único de Saúde]. O governo tem posição em relação a isso que é pública. E vamos trabalhar. Convicção é convicção, como já foi dito pela presidente".
Reação – Em entrevista à imprensa, ontem, o presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno Assis, informou que a Igreja Católica reitera seu compromisso em "defesa da vida em todo o seu estado natural, desde sua concepção e é absolutamente contra o aborto". "A vida merece respeito desde o princípio, desde a concepção. Essa é uma questão inegociável", disse dom Raymundo.
A CNBB anunciou também hoje que a campanha da fraternidade deste ano focará o tema "Saúde Pública". A campanha será lançada oficialmente no dia 22 de fevereiro, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Após encerramento da reunião mensal do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), dom Raymundo informou que não vai dar publicidade ao teor da carta antes que a presidente Dilma tome conhecimento do texto, mas disse que a posição da igreja é bastante clara.
"Não podemos tergiversar sobre esse tema tão importante. A Igreja se preocupa com a maternidade e a paternidade precoces e com a gravidez indesejável. Por isso defendemos políticas públicas para as mulheres em situação de risco", explicou o arcebispo. "Qualquer debate sobre os direitos da mulher não pode excluir os direitos do nascituro", acrescentou o religioso.
A CNBB, segundo dom Raymundo, não interfere no direito da presidente de escolher seus auxiliares. "A presidente é livre para escolher seus ministros. Não interferimos nisso. Mas a CNBB estranha que logo no início dos trabalhos a ministra tenha abordado uma questão tão polêmica", disse. "Há outras questões mais relevantes que precisam ser tratadas pelo governo", acrescentou o arcebispo.
Questão pessoal – "Ela disse que se tratava de uma posição pessoal, não do governo. Não entramos em questões pessoais, nem em debate ideológico", completou o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner. "A CNBB só propõe o fundamental: a defesa da dignidade do ser humano, e por isso não deu uma nota pública sobre a manifestação da ministra", disse.
Read More

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Igreja do Rio lança logomarca oficial da Jornada Mundial da Juventude 2013

Uma explosão de alegria vem contagiando os jovens brasileiros desde o dia 21 de agosto de 2011, quando o Papa Bento XVI anunciou que a próxima sede da Jornada Mundial da Juventude seria o Rio de Janeiro.
Na noite desta terça-feira, 7 de fevereiro, o Presidente do Instituto JMJ RIO2013 e Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, anunciou o vencedor do concurso da logomarca que será a identidade visual de toda a JMJ RIO2013.
O lançamento da logomarca, que traz o Cristo Redentor envolto por um coração nas cores do Brasil, foi realizado no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória, e contou com a presença do Governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, do Prefeito da Cidade, Eduardo Paes, do Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Dom Raymundo Damasceno, do Secretário da Congregação para os Bispos no Vaticano, Dom Lorenzo Baldisseri, e de cerca de 100 bispos do Brasil e exterior, além de diversas autoridades e representantes da sociedade.
O designer gráfico Gustavo Huguenin – autor da logomarca escolhida pelo Pontifício Conselho para os Leigos (PCL) de Roma em comum acordo com os representantes do Comitê Organizador Local – é do município de Cantagalo, pertencente à Diocese de Nova Friburgo. O jovem afirmou ser difícil idealizar um símbolo para a Jornada Mundial da Juventude e que sua inspiração foi o Espírito Santo de Deus.
— É difícil você parar pra fazer o símbolo da Jornada Mundial, você tem que ter realmente uma idéia bacana. E dentro desse período, até os últimos dias das inscrições eu ainda estava terminando o desenho para poder enviar. (...) Resolvi participar do concurso porque entendendo realmente o que significa e o que é a Jornada Mundial da Juventude. Acredito que o jovem que realmente ama a Igreja e entende o que é a Jornada tem vontade de fazer parte, de doar alguma coisa, então é um sonho, não somente como profissional, mas também nesse sentido de Igreja, da Igreja valorizar o trabalho do jovem, afirmou Gustavo.
Para chegar à logomarca oficial, foi percorrido um longo caminho, iniciado no dia 27 de setembro de 2011 com o lançamento do edital do concurso para escolher o símbolo da JMJ. Mais de 200 trabalhos foram enviados de todas as partes do mundo ao Comitê Organizador Local (COL) e demonstraram, além de criatividade e técnica, a força da fé e da alegria da juventude católica.
Durante a cerimônia de lançamento da logomarca, o jovem Gustavo Ribeiro, que participou da JMJ em Madri no ano de 2011, testemunhou como foi participar desse evento e destacou a expectativa que todo o mundo está depositando sobre a JMJ RIO2013. A jovem Alessandra Sala, também apresentou suas esperanças para a realização da próxima JMJ RIO2013. Um vídeos sobre o Rio de Janeiro e sobre a JMJ também foram apresentados no evento, que foi transmitida ao vivo pela WebTV Redentor, e contou ainda com a participação das cantoras Olívia Ferreira e Eliana Ribeiro.
O Cristo Redentor, embaixador da JMJ RIO 2013, ficará iluminado com as cores verde e amarelo, em referência ao país sede da próxima JMJ.

Entrevista com o autor da logomarca escolhida
"Foi surpreendente" 
Uma boa logomarca é capaz de criar vínculos e conquistar o público que a observa. Através da logo da Jornada Mundial da Juventude, jovens do mundo inteiro poderão sentir o acolhimento do Rio de Janeiro e se lembrarão para a posteridade desse momento de fé e oração junto ao Papa Bento XVI na Cidade Maravilhosa. Na noite dessa terça-feira, 7 de fevereiro, o mistério se desfez e a imagem que será a identidade visual da JMJ RIO2013 foi divulgada.
O autor da imagem que convocará os jovens a participarem da Jornada é do Rio de Janeiro, mais precisamente do município de Cantagalo, pertencente à Diocese de Nova Friburgo. Formado em design gráfico, o ganhador tem 25 anos e confessa que buscou no Espírito Santo o discernimento para produzir uma logo que representasse o verdadeiro significado da Jornada no Rio de Janeiro. O resultado foi o Cristo Redentor envolto por um coração nas cores do Brasil. O sentido da imagem, as inspirações e outros detalhes foram revelados pelo vencedor do concurso da JMJ RIO2013, Gustavo Huguenin em uma entrevista exclusiva ao Portal da Arquidiocese.
- Como ficou sabendo do Concurso da Jornada Mundial da Juventude?
Gustavo: Tudo começou quando eu entrei no site da Jornada e descobri que as inscrições estavam abertas. Foi aí que decidi me inscrever.
- Como foi o processo de criação da logomarca?
Gustavo: É difícil você parar para fazer o símbolo da Jornada Mundial, você tem que ter realmente uma idéia bacana. E dentro desse período, até os últimos dias das inscrições eu ainda estava terminando o desenho para poder enviar.
- E quais foram as suas inspirações?
Gustavo: No Espírito Santo (risos). De inicio sim. Quis propor uma reflexão foi sobre o lema, o trecho todo da Palavra que diz “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19)

- Qual o significado da logo? Quem olha para ela percebe de inicio o Cristo Redentor...
Gustavo: Bom, o azul, na verdade, é o que fecha a imagem do coração. Dentro do desenho, com o simbolismo do Pão de Açúcar, representado na parte de cima, sendo como a terra, temos o azul que é o oceano, tudo nas cores do Brasil. Além disso, temos a imagem da cruz, em referencia à cruz peregrina que foi um dos pré requisitos para o concurso.
- Porque você decidiu participar do concurso?
Gustavo: Porque entendendo realmente o que significa, o que é a Jornada Mundial eu acredito que o jovem que realmente ama a Igreja e entende o que é a Jornada, ele tem vontade de fazer parte, de doar alguma coisa, então é um sonho, não somente como profissional, você ter o seu trabalho reconhecido e usado no mundo todo, mas também nesse sentido de Igreja, da Igreja valorizar o trabalho do jovem.
- Como você recebeu a noticia de que você ganhou?
Gustavo: O Comitê Organizador que me deu a noticia e para mim foi surpreendente. Eu falava para os meus amigos que se eu ficasse entre os finalistas e soubesse que o meu trabalho foi para o Vaticano, pra mim já seria uma alegria muito grande. Mas daí, ser anunciado como o ganhador, é sem descrição.
- A quem você dedica o seu trabalho?
Gustavo: Primeiramente a Deus, foi um trabalho feito por amor a Deus, né? A minha maior motivação é a minha experiência com Deus e também à juventude, por, de certa forma, eu saber que estou colaborando com a Jornada.
- E como é a sua participação na Igreja?
Gustavo: Eu faço parte da Comunidade Santíssimo Sacramento e desde que eu fiz um retiro para Jovens eu comecei a me enturmar e entrei para um grupo de oração. É um grupo formado basicamente por jovens e até hoje me envolvo bastante com a Renovação Carismática Católica.
- Já se deu conta do que representa ser o autor da logomarca da JMJ RIO2013?
Gustavo: Não, só vou acreditar quando eu vir o Papa aqui no Rio. Até porque não tem como acompanhar ou ter idéia da aplicação da logo por ser um evento internacional, então, sem palavras.
- Queria que você deixasse uma mensagem de motivação aos jovens que vão vir para o Rio no ano que vem.
Gustavo: O que veio no meu coração, lembrando o que o Papa Bento XVI falou em Madrid é que o jovem pode ser sustento na fé para outro jovem. A amizade em Deus pode ser um sustento na fé e realmente é isso que acontece. Então é isso que eu posso falar para os jovens que assim como eu buscam essas grandes amizades que vão fortalecendo e edificando a nossa fé e também em preparação para a Jornada Mundial. Para que a gente vá inserindo cada vez mais jovens na Igreja e possamos, em 2013 mostrar a verdadeira força da nossa fé.

Conheça o conceito da Logomarca da JMJ RIO2013 
Com base no trecho da Palavra do Evangelho de São Mateus, percebe-se a necessidade de expressar uma referência direta à imagem de Jesus e ao sentido do discípulo. Neste episódio, Jesus se encontrou com seus discípulos em uma montanha, após sua ressurreição. Como símbolo da cidade do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor também se encontra em uma montanha e é um monumento reconhecido no mundo inteiro. O tema é uma palavra de ordem proclamada pelo próprio Senhor Jesus, e assim a Sua imagem possui destaque no centro do símbolo.
Os elementos do símbolo formam a imagem de um coração. Na fé dos povos o coração assumiu papel central, assim como o Brasil será o centro da juventude na Jornada Mundial. Também designa o homem interno por inteiro, se tornando nesta composição a referência aos discípulos que possuem Jesus em seus corações.
Os braços do Cristo Redentor ultrapassam a figura do coração, como o abraço acolhedor de Deus aos povos e jovens que estarão no Brasil. Representa nossa acolhida, como povo de coração generoso e hospitaleiro.
A parte superior (em verde) foi inspirada nos traços do Pão de Açúcar, símbolo universal da cidade do Rio de Janeiro, e a cruz contida nela reforça o sentido do território brasileiro conhecido por Terra de Santa Cruz. As formas que finalizam a imagem do coração possuem a cor azul, representando o litoral, somada ao verde e amarelo que transmitem a brasilidade das cores da bandeira nacional.
Read More

Álcool na juventude

 Ele está presente no Carnaval, nas festas de fim de ano, nas confraternizações, na balada, na família... Seu melhor amigo? Não, talvez o seu pior inimigo. Estamos falando do álcool, uma droga lícita que enquadra os jovens no rol das suas principais vítimas. Segundo a OMS, 320 mil jovens morrem todos os anos por causa do álcool. O que nós devemos fazer?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o álcool mata 320 mil jovens todos os anos e está entre as principais causas de adoecimento e morte no Brasil, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mais de 60 tipos de doenças estão ligadas ao consumo de bebidas alcoólicas; além disso, a maioria dos jovens que iniciam sua vida nas drogas mais pesadas testemunham que o álcool foi a porta de entrada para elas.
“O camarada diz: ‘Ah, eu só bebo no final de semana’. No entanto, se ele ultrapassa os limites do seu organismo, também vai enfrentar sérios problemas de saúde”, diz o psiquiatra Nilson Lyrio.
Muitos jovens não sabem, mas o simples fato de ultrapassarem os 30 gramas de álcool no sangue  (o equivalente a três copos de chope), já causa danos a vários órgãos, como fígado, pâncreas, estômago, coração e cérebro. “O álcool gera o aldeído acético que é um veneno. Ele mata as células do fígado e mata neurônios”, alerta doutor Nilton.
Além das doenças, as bebidas alcoólicas também fazem vítimas na combinação “bebida x direção”. Estima-se que 75% das causas de mortes no trânsito estejam – de forma direta ou indireta – ligadas ao consumo delas [bebidas alcoólicas] . “As pessoas que bebem perdem, em grande parte, a sua capacidade reflexiva, alterando o equilíbrio e seu senso espacial”, explica a psicóloga Elaine Ribeiro
Por que eu bebo?
A pergunta é: por que os jovens estão bebendo cada vez mais cedo e em maior quantidade? O que está por trás do consumo abusivo entre este grupo?
“Muitas vezes, o jovem busca a solução para seus problemas no álcool, numa tentativa de fugir do meio em que se encontra”, conta o psicólogo Marcos Ariel. De acordo com o profissional, é normal a transgressão de algumas regras e limites nessa etapa, mas o consumo abusivo pode estar escondendo a fuga de alguma situação problemática ou conflito interior. É nesta hora que o álcool surge como um “anestésico”.
“O uso abusivo do álcool pode estar escondendo alguma situação problemática ou conflito interior”.
Para a psicóloga Elaine, o adolescente também tem a necessidade de fazer parte de um grupo e de ser aceito socialmente por ele, porque busca uma identidade; assim o álcool surge como uma forma de socialização. Mas a especialista alerta: “muitos jovens pensam que a bebida vai deixá-los mais livres, mais alegres, no entanto, o álcool é um inibidor do sistema nervoso central. Então, depois daquele momento de euforia vem a depressão”.
No ano de 2011, a mundo assistiu ao fim trágico de uma das mais talentosas cantoras da atualidade, a britânica Amy Winehouse. Segundo o laudo a jovem morreu por causa do abuso do álcool e drogas. “Por mais talentosa que esta cantora tenha sido, o que fica é o ‘como’ ela terminou. Querendo ou não estes artistas também são referência para os jovens e, neste caso, uma referência negativa”, destaca a psicóloga Elaine.
Quando o vício bate à porta
Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 78% dos jovens brasileiros bebem regularmente e, deste número, 19% são considerados dependentes do álcool. “A pessoa que bebe deve procurar saber se, na sua família, há histórico de alcoolismo, porque ela pode trazer o gene da dependência, que vai predispô-la a ser uma adicta em potencial”, orienta o psiquiatra, doutor Nilton Lyrio.
Segundo o psiquiatra, além da questão genética que pode causar dependência, o consumo exagerado e frequente pode viciar a pessoa no álcool. “No fim de semana, o cara diz que ‘bebe todas’. Ele começa assim, bebendo ‘todas’ no fim de semana, mas, depois, passa a beber muito também durante a semana. Quando vê, já está buscando a bebida de forma compulsiva. Podemos dizer que este cidadão já está dependente”.
A religião como fator preventivo
A religiosidade vem ganhando destaque quando se trata da prevenção e da recuperação de jovens adictos de drogas lícitas e ilícitas. Dados publicados pelas PubMed e Scielo (Revistas de Medicina da Saúde dos Estados Unidos da América), revelam que pessoas que seguem uma religião ou dão importância à espiritualidade apresentam baixos índices de consumo de drogas como o álcool. Outro dado é que adictos que se tratam em comunidades terapêuticas de cunho religioso apresentam uma recuperação mais satisfatória do que aqueles tratados em clínicas médicas convencionais.
“Às vezes, pensamos que o recuperando não tem jeito, mas é neste momento que Deus age e muda a vida dessa pessoa”, ressalta Márcia Hoenhe, da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Lorena (SP). Para Márcia, que trabalha na Casa Ágape (uma comunidade terapêutica), é notável a recuperação da pessoa que crê em Deus e participa das atividades de espiritualidade da casa de recuperação, diferentemente daquelas que não acreditam e não participam.
“Eu tenho 32 anos de idade e metade da minha vida eu passei nas drogas. Elas só me deram euforia e eu não sabia o que era felicidade verdadeira, mas coloquei Deus na minha vida e Ele está me abençoando”, testemunha Douglas, que se recupera do vício na casa Ágape.

Destrave Canção Nova
Read More

Mensagem de Sua Santidade o Papa Bento XVI para a Quaresma de 2012

Tema: Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras (Hb 10, 24)
Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor.
Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor com um coração sincero, com a plena segurança da fé (v. 22), de conservarmos firmemente a profissão da nossa esperança (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, o amor e as boas obras (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
Prestemos atenção: a responsabilidade pelo irmão. O primeiro elemento é o convite a prestar atenção: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a observar as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a dar-se conta da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a considerar Jesus (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela esfera privada. Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o guarda dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo actual sofre sobretudo de falta de fraternidade: O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é bom e faz o bem (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de anestesia espiritual, que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, passam ao largo do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de prestar atenção, de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de ter misericórdia por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende (Pv 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança dos que choram (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O fato de prestar atenção ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.
Uns aos outros: o dom da reciprocidade. O facto de sermos o guarda dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que leva à paz e à edificação mútua (Rm 14, 19), favorecendo o próximo no bem, em ordem à construção da comunidade (Rm 15, 2), sem buscar o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).
Para nos estimularmos ao amor e às boas obras: caminhar juntos na santidade. Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo sempre maior, como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia (Pv 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de pôr a render os talentos que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre actual, para tendermos à medida alta da vida cristã (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.

Vaticano, 3 de Novembro de 2011

Benedictus PP. XVI
Read More

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Apascenta as minhas ovelhas

Podemos detectar que, quase sempre, nas faltas de humildade se encontra uma das causas radicais da desunidade com Deus e com os próximos Quando existe desunidade, vocês poderão ver que existe sempre por trás a soberba, algum apego a si mesmo, ou de certo modo uma certa forma de não-humildade.
Apascenta minhas ovelhas:
Jo 21,15-19
Mat 11,28-29
Mat.23,1-12
Servir a Igreja e a comunidade como discípulo missionário de Jesus, é servir com alegria, partilhar com humildade, não almejando status, elogios, honras. Não exigir nada, a não ser de nós mesmos, para fazermos bem, e assumir com responsabilidade o nosso compromisso de colaborador para a construção do Reino do Pai. Não usar nunca a religião, para enganar a comunidade, para adquirir algum tipo de poder, para se exaltar ou humilhar o irmão. Não assumimos a missão para sermos servidos, mas para servir, e servir com alegria e humildade. Por isso nos disse Jesus: "...o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exalta será humilhado e quem se humilhar será exaltado" (v. 11-12).
Aprendamos com Cristo que é o nosso único mestre, seguindo seu exemplo, na tentativa de ser igual a ele, quando nos diz: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração" (Mt 11,29).
Na humildade nenhuma tentação encontrará espaço em nossa vida, em nosso coração, assim sempre venceremos o mal e as suas tentações.

SOBRE A HUMILDADE
Viver a humildade significa simplesmente aceitar a ser aquilo que se é.
“Santa Teresa d’Ávila disse: Deus é a suma Verdade... e ser humilde é andar na verdade. Grande verdade é que nada de bom procede de nós, a não ser a miséria de ser nada. Quem não entende isso anda na mentira...” (Santa Teresa d’Ávila)
E todos nós somos pecadores.
A mim pareceu pleno de sabedoria e muito tem me ajudado a vivê-la o esquema de São Bento, que poderia ser sintetizado da seguinte forma.
Que sejamos humildes para servir o irmão como Cristo o foi.
A Sagrada Escritura clama a nós, dizendo: “Todo aquele que se exalta, será humilhado e todo aquele que se humilha, será exaltado” (Lc. 14,11). Dizendo isso, mostra-nos que toda elevação é uma forma de orgulho. Assim, o primeiro degrau da humildade acontece quando os irmãos colocam o temor de Deus sempre diante de seus olhos e fogem de toda espécie de mal.
O segundo degrau da humildade - Servir aos irmãos, cumprir a Vontade de Deus - ocorre quando os irmãos não amando a própria vontade, não realizando seus próprios desejos, mas imita com suas ações o que diz a Palavra do Senhor: “Não vim fazer a minha vontade, mas a daquele que me enviou” (Jo. 6,38).
O terceiro degrau da humildade - Obediência as autoridades constituídas - ocorre quando os irmãos por amor a Deus, submetem-se as autoridades com toda obediência, imitando o Senhor de quem diz o apóstolo: “Fez-se obediente até a morte” (Fl. 2,8).
O quarto degrau da humildade - Abraçar a paciência - é quando os irmãos na obediência das coisas duras e contrárias, ou mesmo em quaisquer injustiças que lhe são feitas, abraça a paciência no silêncio de sua consciência e, agüentando, não desanima nem se retira ou se exclui, pois diz a Escritura: “Aquele que perseverar até o fim é o que será salvo” (Mt. 10,22b).
O quinto degrau da humildade - Nada esconder ou ocultar as autoridades e seus superiores, não usar máscaras - ocorre quando os irmãos, por uma humilde confissão, não escondem aos seu superiores todos os maus pensamentos que vêm ao seu coração e as faltas cometidas ocultamente. As Sagradas Escrituras nos animam a esse respeito, quando dizem: “Revela ao Senhor o teu caminho e espera Nele” (Sl. 36,5). E também: “Dei-vos a conhecer, Senhor, o meu delito e não escondi minhas injustiças. Eu disse: vou declarar minhas injustiças contra mim mesmo diante do Senhor, e vós perdoastes a impiedade do meu coração” (Sl. 31,5).
O sexto degrau da humildade - Ser contente em toda situação -ocorre quando os irmãos estão contentes com toda a sorte de coisas ruins e com situações extremas. E, em relação a todas as coisas que lhes são mandadas, julgam-se a si mesmos como os operários mais indignos, dizendo de si, como o profeta: “Fui reduzido a nada e nem percebi; tornei-me como um animal junto de Vós, mas estou sempre convosco” (Sl. 72,22-23).
O sétimo degrau da humildade - Buscar o último lugar, ser nada, prática da pequenez - ocorre quando os irmãos, não só com sua língua, mas por um íntimo sentir do coração, acreditam que são inferiores a todos e piores do que eles, chegando a humilharem-se e dizerem, com o profeta: “Eu, porém, sou um verme e não um homem, a vergonha dos homens e o rejeitado do povo” (Sl. 21,7). E de novo: “É bom que me tenhais humilhado, para eu aprender os vossos mandamentos” (Sl. 118, 71-72). “Não foi sem razão que São Paulo recomendava aos cristãos: “Considerai os outros superiores a si mesmos” (Fil 2,3).
O oitavo degrau da humildade - Viver as normas, regras,estatutos - ocorre quando os irmãos nada fazem além do que lhes recomendam as regras comuns da comunidade.
O nono degrau da humildade - Silêncio, discrição, modéstia, sigilo e falar apenas o necessário - ocorre quando os irmãos proíbem o falar à sua língua e, mantendo-se habitualmente calados, nada dizem até ser interrogado, uma vez que a Escritura nos mostra que: “No muito falar não se foge do pecado” (Pr. 10,19); e ainda: “O homem linguarudo não se orientará sobre a terra” (Sl. 139,12).
O décimo degrau da humildade - Falar com mansidão e prudência - ocorre quando os irmãos, ao falarem, o fazem de maneira suave e humildemente, com seriedade e poucas palavras, dizendo coisas razoáveis e também não falando alto demais, conforme está escrito: “O sábio se manifesta com poucas palavras” (Pr. 17,27).
Fazer tudo por amor: tendo subido todos esses degraus da humildade, os irmãos da comunidade chegarão àquele amor de Deus que, sendo perfeito, coloca para fora o temor. Desse modo, tudo aquilo que antes observavam, não sem um certo temor, agora começam a guardar sem nenhum esforço, como que naturalmente, não pelo temor do inferno, mas pelo amor de Cristo, pelo próprio bom costume e pelo prazer de praticar as virtudes. Essas coisas todas, no seu operário já purificado das más tendências e dos pecados, o Senhor se dignará mostrar por obra do Espírito Santo.
O primeiro passo para se alcançar a humildade é aceitar as humilhações, as mortificações. Pode acontecer, por exemplo, que alguém fale mal de você, que pode ser no escritório, no teu ambiente de trabalho, talvez possa existir alguma incompreensão com uma outra pessoa, ou até mesmo uma verdadeira calúnia... É necessário saber aceitar estas tribulações e dificuldades.
O segundo passo é o de amar essas humilhações, o que significa já alguma coisa a mais do que simplesmente aceitar.
Isto pode servir para nós, que doamos a nossa vida pelos outros, quando, por exemplo, surgem na comunidade acusações, julgamentos, principalmente por parte daquelas pelas quais nós as ajudamos. Quase sempre são críticas que, sem dúvida, têm algum quê de verdade, mas são ao que nos parecem exageradas. É difícil amar a tais humilhações, mas é muito importante que o façamos, pois é o que nos ajudará a crescer na vida de Deus.
O terceiro passo é o de preferir as humilhações: não só amá-las, mas ficar contentes por elas. Isto se dá, quando, por exemplo, alguém fala mal de ti e você diz: “É uma graça de Deus que eu estou recebendo neste momento...”. Este é o grau máximo ao qual todos devemos ter como meta, porque nos coloca naquela humildade que nos aproxima cada vez mais de Jesus e de Maria.
As calúnias, sem dúvida, na medida do possível, devem ser esclarecidas, mas sempre com desapego, vivendo o Evangelho, que nos diz, por exemplo: “Felizes sois, quando mentindo disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 11-12).
Viver a humildade é verdadeiramente fundamental também na espiritualidade da unidade.
Porque uma das causas profundas da falta de unidade é a ausência de humildade.
Cada um de nós tem qualidades positivas e aspectos deficitários. Se defendermos os nossos aspectos positivos sem colocar em seu devido lugar os negativos, entraremos em choque com os outros.
A unidade é possível somente se somos livres e completamente desapegados de tudo.
Alguém que queira se defender a todo custo de algo que lhe possa parecer correto, certamente nem sempre o fará de modo equilibrado, porque a sua maneira de julgar estará contaminado pelo amor próprio, pelo apego, às vezes inconsciente, ou até mesmo pode ser alguma coisa que o impede de ver completamente a luz de Deus.
A humildade, entretanto, se torna necessária, sobretudo quando um responsável da comunidade nos repreende de uma forma que nos pareça não muito adequado. Neste caso é preciso ter muito cuidado, porque mesmo por baixo de alguma avaliação não completamente precisa, ou até mesmo pouco feliz no seu modo de exprimir-se, quase sempre pode existir uma verdade preciosa para nós e o fato de não acolhê-la nos impedirá de crescer.
A mesma coisa poderá acontecer com as pessoas em relação às quais devemos exercer alguma responsabilidade. Quando nos dizem algo que não conseguimos aceitar a tendência humana natural seria a de nos justificarmos.
Pelo contrário, nestes casos, devemos sempre procurar escutar, ser humildes, reconhecer aquilo que nos dizem e quando houver razão procurar corrigir-se. Logicamente será necessário saber distinguir a autoridade, a função à qual fomos chamados a exercer, da nossa pessoa, entretanto, o importante é ter a humildade para com todos, porque somente assim se conseguirá realizar a verdadeira unidade.
Podemos detectar que, quase sempre, nas faltas de humildade se encontra uma das causas radicais da desunidade com Deus e com os próximos Quando existe desunidade, vocês poderão ver que existe sempre por trás a soberba, algum apego a si mesmo, ou de certo modo uma certa forma de não-humildade.
Não foi sem razão que São Paulo recomendava aos cristãos: “Considerai os outros superiores a si mesmos” (Fil 2,3).
Os santos de todos os tempos nos ensinam a reconhecer-nos como os últimos, porque são eles que vêm as coisas à luz de Deus.
Jesus apascentou na Fidelidade ao Pai
Há um versículo que aparece pelo menos quatro vezes na Sagrada Escritura: "O justo vive pela sua fidelidade (fé)"(Habacuc 2, 4; Rm 1,17; Gl 3,11; Hb 10,36).
A palavra fidelidade na Bíblia é também traduzida como "fé" a Deus. É a atitude daquele que crê e que obedece o Senhor.
Neste sentido São Paulo fala aos romanos da "obediência da fé" (Rm 1,5). A fé é um ato de adesão a Deus; isto é, submissão que implica obediência à Sua santa e perfeita vontade. A fraqueza da nossa natureza humana impede muitas vezes que a nossa fé seja coerente; quer dizer, às vezes os nossos atos não estão conforme às exigências da fé. Portanto, não basta crer, é preciso obedecer. Depois que o povo hebreu recebeu a Lei de Deus por meio de Moisés, exclamou: "Tudo do que Iahweh falou, nós o faremos e obedeceremos" (Ex 24,7). Esta era a vontade do povo; no entanto, sabemos que este mesmo povo prevaricou tantas vezes prestando culto aos deuses dos pagãos. Depois que Josué, no limiar da morte, conclamou o povo, a ser fiel a Deus, e só a Ele prestar culto na Terra que Deus lhe dava, o povo respondeu: "A Iahweh nosso Deus serviremos e à sua voz obedeceremos" (Js 24,24). Mas sabemos que logo após atravessar o rio Jordão, e tomar posse da Terra tão esperada, este povo não demorou a render-se aos encantos dos deuses dos cananeus. Isto mostra que não é fácil, também para nós, viver a fidelidade a Deus, pois também hoje os deuses falsos nos atraem, e querem ocupar o nosso coração.
A obediência sempre foi e sempre será a prova e a garantia da fidelidade.
Foi por ela que Jesus salvou a humanidade, porque fez exatamente o que o primeiro Adão recusara fazer.
Na obediência radical a Deus o Cristo desatou o nó da desobediência de Adão e nos reconciliou com o Pai. Da mesma forma, ensinam os Santos Padres, pela obediência da Virgem, ela desatou o laço da desobediência de Eva que lançou a humanidade na perdição. A partir daí, a obediência a Deus passou a ser a marca principal daquele que crê. Ela é o melhor remédio para os males que o pecado original deixou em nossa natureza: orgulho, vaidade, presunção, auto-suficiência, exibicionismo, etc.
O profeta afirma que: "A obediência é melhor do que o sacrifício"(1 Sm 15,22). E Thomas de Kempis, na "Imitação de Cristo", assegura que: "Obedecer é muito mais seguro do que mandar".
A outra característica da fidelidade a Deus é o firme propósito de servir-lhe sempre e com perseverança e reta intenção, mesmo nos momentos mais difíceis.
Como agrada a Deus o filho fiel!
O profeta diz: "Iahweh guarda os passos dos que lhe são fiéis"(2 Sm 22,26).
E o Senhor Jesus disse: "Muito bem servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu Senhor" (Mt 25,21).
Tudo o que recebemos de Deus nesta vida, é este "pouco" sobre o qual é testada a nossa fidelidade a Deus.
A fidelidade está muito ligada à perseverança e à paciência.
Santo Agostinho disse: "Os que perseveram em vossas companhias sejam vossos modelos. E os que vão ficando pelas calçadas, aumentem vossa vigilância".
E o grande São João da Cruz ensinava que: "A constância de ânimo, com paz e tranqüilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando-lhes a solução conveniente."
Mas, para que haja serviço a Deus, perseverante e alegre, e para que possamos amar e cumprir os seus mandamentos é preciso uma vida de piedade, vigilância e oração, sem o que, a alma esfria. Sabemos que "mosca não assenta em prato frio"; quando a alma esfria, os demônios se aproximam dela para vencê-la pela tentação.
Não seremos julgados pela nossa capacidade intelectual, e nem pela grandeza das nossas obras, mas, como disseram os santos, pela pureza do nosso amor a Deus e pela perseverança nesta vivência. Jesus garantiu que diante de todas as adversidades que virão, "quem perseverar até o fim será salvo" (24,13).
Ser fiel não é fazer o “meu plano bom e bem intencionado”, nem “fazer o bem do meu jeito”, nem “viver a vocação como eu desejo vivê-la”, mas realizar o plano e o bem que a Vontade de Deus me pede, assumir o “modo” de seguir a Cristo que ele deseja e me indica com palavras de obediência, com acontecimentos, com fatos, com contrariedades, com alegrias e inspirações inesperadas…
Já disse alguém que, se queremos ser fiéis, devemos estar dispostos a não ser o “santo” que nós desejaríamos, mas o “santo” que Deus quer que sejamos, e que quase nunca coincide com o “nosso”.

Pe.Emílio Carlos+
tema proferido :
Dia de Espiritualidade RCC São Carlos
05.02.2012
Read More

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Como surgiram as leis da Natureza?



O físico e escritor britânico Paul Davies afirma que a ciência consegue explicar muito bem os fenômenos naturais, como chuva. Mas ele diz: “Quando se trata de… perguntas como ‘Por que as leis da natureza existem?’, a situação é mais complicada. As descobertas científicas não ajudam muitos a esclarecer esse tipo de dúvida. Muitas das perguntas mais importantes continuam sem resposta desde o início da civilização e ainda nos perturbam”.

Em 2007, Flew escreveu: “O mais importante não é o fato de haver regularidades na natureza, mas sim que elas são matematicamente precisas, universais e interligadas. O cientista alemão Albert Einstein referiu-se a elas como a ‘razão encarnada’. O que devemos perguntar é o que fez a natureza surgir do jeito que é. Essa, sem dúvida, é a pergunta que os cientistas, do cientista britânico Isaac Newton a Einstein e ao físico alemão Werner Heisenberg, fizeram e para a qual encontram a resposta. Essa resposta foi: a Mente de Deus”.

De fato, muitos cientistas renomados não acham que é anticientífico  acreditar numa Causa Primaria Inteligente. Por outro lado, dizer que o Universo, suas leis e a vida simplesmente surgiram por acaso não é intelectualmente satisfatório. Por exemplo, quando pensamos nas coisas que usamos no dia a dia, em especial aquelas que possuem um projeto complexo e sofisticado ficam claro que foi preciso alguém para projetá-las.

Os novos ateus defendem a idéia de que “toda fé religiosa é cega”, escreveu John Lennox, professor de matemática na Universidade de Oxford, Inglaterra, mas ele acrescentou: Precisamos deixar bem claro que quem pensa assim está errado. Então fica a pergunta: que fé resiste à lógica – a dos ateus ou a dos religiosos? Analise, por exemplo, a origem da vida.
Os evolucionistas admitem prontamente que a origem da vida ainda é um mistério – apesar de existirem muitas teorias conflitantes. O biólogo inglês Richard Dawkins, um dos novos ateus mais influentes, afirma que por causa da grande quantidade de planetas que deve existir no Universo é óbvio que surgiria vida em algum lugar. Mas muitos cientistas respeitados não tem tanta certeza. John Barrow, professor em Cambridge, disse que a crença na evolução da vida e da mente acaba num beco sem saída em todos seus estágios. “Existem tantos fatores que impedem a vida de evoluir num ambiente complexo e inóspito que seria pura arrogância sugerir que tudo é possível com a quantidade suficiente de carbono e de tempo.”
Lembre-se também que a vida não e apenas um conjunto de elementos químicos. Na verdade ela é baseada num tipo extremamente sofisticado de informações que estão codificadas no DNA. Assim, quando falamos da origem da vida, estamos falando também sobre informações biológicas. Qual e a única fonte de informações que conhecemos? Numa palavra: inteligência. Será então que uma série de acidentes produziria informações complexas, como um programa de computador, uma equação algébrica, uma enciclopédia ou mesmo uma receita de bolo? É claro que não! Muito menos as informações armazenadas no código genético dos organismos vivos, que são bem mais sofisticadas e eficientes.

Segundo os ateus, “o Universo é assim mesmo, cheio de mistérios e por coincidência possibilita a vida”, explica Paul Davies. “Se não fosse assim”, dizem os ateus, “nem estaríamos aqui para debater esse assunto. O Universo pode ou não ter uma complexa harmonia subjacente, mas não existe nenhum projeto, objetivo ou significado – pelo menos nenhum que faça sentido para nós”. “a vantagem dessa postura observa Davies, é que é fácil de ser assumida – tão fácil que serve de pretexto”, ou seja, um modo conveniente de fugir do assunto.
Em seu livro Evolution: A Teory in Crisis (Evolução: Uma Teoria em Crise), o britânico-australiano e renomado biólogo molecular Michael Denton concluiu que a teoria da evolução “parece mais um princípio de astrologia medieval do que uma teoria científica séria”. Ele também se referiu á revolução darwinista como um dos maiores mitos de nossos tempos.

O professor Lennox escreveu: quanto mais aprendemos sobre o nosso Universo, mais credibilidade ganha à hipótese de que existe um Deus Criador – que projetou o Universo com um objetivo – como a melhor explicação do porquê estamos aqui.

O professo Frantisek Vyskocil, da Universidade Charles, em Praga é conhecido internacionalmente por suas pesquisas em neurofisiologia. Antes ateu, hoje ele está convencido de que Deus existe. Tudo pelo estudo da ciência e de pesquisas gerais: Bibliologia, Teologia, História, Arqueologia e Filosofia.
São João Apóstolo afirma com categoria: “E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé” (Jo 5,4).
O verdadeiro conhecimento do ser humano é Deus (Jo 17,3). A verdadeira sabedoria para o bem de todos procede do Deus que é amor (Tg 1,5; Jo 4,8).

Pe. Inácio José do Vale
Católicos na Rede
Read More

A alegria do Senhor é a nossa força

Em nossa vida travamos vários combates. Muitas vezes criamos para nós mesmos um falso conceito de que a felicidade consiste em não termos problemas e tristezas. Porém, isso é um conceito muito pobre e limitado sobre o que venha a ser a verdadeira alegria. Se formos esperar que os problemas desapareçam para só aí sermos verdadeiramente felizes, isso nunca acontecerá no concreto da vida. A verdadeira alegria está para além das realidades que passam. Tudo aquilo que é passageiro não pode ser usado para medir nossa felicidade. Numa das orações da Igreja rezamos assim: “Ó Senhor, fazei que desde agora possamos amar o que é do céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçarmos as que não passam.”
”A verdadeira alegria está para além das realidades que passam", ensina monsenhor Jonas

Para firmarmos nossa vida sobre alegrias verdadeiras, essas devem estar enraizadas em Deus e nas coisas de Deus. Aquilo que é passageiro vai gerar uma alegria que durará pouco e logo acabará. O que muitas vezes se vive é uma vida reduzida às alegrias passageiras que na realidade são falsas alegrias.

No Livro do Eclesiástico, Deus nos dá uma ordem preciosa:
“Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos. A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade; a alegria do homem torna mais longa a sua vida” (Eclo 30,22-23).

A verdadeira alegria está para além dos acontecimentos e não pode ser comprada ou emprestada por outra pessoa, mas é experimentada por aqueles que encontram a fonte inesgotável dessa alegria: Jesus Cristo.
Isso é uma verdade concreta, por isso que muitos santos tiveram força de prosseguir enfrentando suas lutas e até perseguições, mas com bom humor e sorriso constante. A alegria não estava nas coisas exteriores, mas no interior, eles haviam encontrado Jesus.

Vamos erradicar do nosso coração toda tendência a cultivarmos as “alegriazinhas passageiras”, como migalhas que não nos preenchem, enquanto em Jesus temos um banquete completo de felicidade. Não entreguemos nossa alma à tristeza! E o jeito mais eficaz de se realizar isso é por meio da alegria que vem de Cristo.


O mundo tem sede dessa alegria verdadeira. Nós cristãos temos a fonte inesgotável, por isso somos enviados ao mundo como apóstolos da verdadeira alegria, para apresentarmos ao mundo a alegria definitiva que saciará sua busca incansável.


Que essa alegria seja cultivada em nossos corações, para que muitos daqueles que convivem conosco possam experimentar os frutos dessa verdadeira alegria. Por onde passamos, somos chamados a deixar os rastros dessa alegria. Se existem pessoas preparadas para fazer o mal e provocar a tristeza, nós seremos a contraforça, estaremos preparados para fazer o bem e promover a alegria. Comece pela sua casa e sua família e deixe que isso se espalhe pelo mundo.


Deus o abençoe!


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Read More