quinta-feira, 30 de agosto de 2012

POR QUE CREIO NA IGREJA?


A Igreja é um mistério (cf., por ex., Rm 16, 25-27), quer dizer, uma realidade na qual entram em contato e comunhão Deus e os homens. Igreja vem do grego “ekklesia”, que significa assembleia dos convocados. No Antigo Testamento, foi utilizada para traduzir “quahal Yahweh”, ou assembleia reunida por Deus para honrá-Lo com o culto devido. São exemplos disso a assembleia sinaítica e a que se reuniu em tempos do rei Josias com o fim de louvar ao Senhor e voltar à pureza da Lei (reforma).

No Novo Testamento, existem várias significações, em continuidade com o Antigo, mas designa especialmente o povo que Deus convoca e reúne desde os confins da terra para constituir a assembleia de todos aqueles que, pela fé em Sua Palavra e pelo batismo, são filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo (cf. Catecismo, 777; Compêndio, 147).

Na Sagrada Escritura, a Igreja recebe diversos nomes, cada um dos quais sublinha especialmente alguns aspectos do mistério da comunhão de Deus com os homens. “Povo de Deus” é um nome que Israel recebeu. Quando se aplica à Igreja, novo Israel, quer dizer que o Senhor não quis salvar os homens isoladamente, mas constituindo-os em um único povo, reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que o conhecesse na verdade e o servisse santamente .

Significa, também, que ela foi escolhida por Deus, que é uma comunidade visível que está a caminho – entre as nações – até sua pátria definitiva. Nesse povo, todos possuem a comum dignidade dos filhos de Deus, uma missão comum, ser sal da terra, e um fim comum, que é o Reino de Deus. Todos participam das três funções de Cristo: real, profética e sacerdotal (cf. Catecismo, 782-786).

Quando dizemos que a Igreja é o “Corpo de Cristo”, queremos sublinhar que, pelo envio do Espírito Santo, Cristo une os fiéis intimamente consigo, principalmente na Eucaristia, incorpora-os na Sua Pessoa, pelo Espírito Santo, mantendo-se e crescendo unidos entre si na caridade, formando um só corpo na diversidade dos membros e funções. Indica-se também que a saúde ou a doença de um membro repercute em todo o corpo (cf. 1Cor 12,1-24), e que os fiéis, como membros de Cristo, são seus instrumentos para atuar no mundo (cf. Catecismo, 787-795). A Igreja é também chamada de “Esposa de Cristo” (cf. Ef 5,26 ss), o que enfatiza, dentro da união, que ela mantém com Cristo, a distinção de ambos os sujeitos.

Assinala também que a Aliança de Deus com os homens é definitiva, porque Ele é fiel às Suas promessas, e que a Igreja Lhe corresponde, da mesma forma, fielmente, sendo Mãe fecunda de todos os filhos do Senhor.

A Igreja é também o “templo do Espírito Santo”, porque Ele vive no corpo da Igreja e a edifica na caridade, com a Palavra de Deus, com os sacramentos, com as virtudes e os carismas [4]. Como o verdadeiro templo do Espírito Santo foi Cristo (cf. Jo 2, 19-22), esta imagem também enfatiza que cada cristão é Igreja e templo do Espírito Santo. Os carismas são dons que o Espírito concede a cada pessoa para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e, particularmente, para a edificação da Igreja. Aos pastores compete discernir e avaliar os carismas (cf. Ts 5,20-22; Compêndio,160).

“A Igreja tem sua origem e realização no desígnio eterno de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da futura reunião de todas as nações. Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi formada sobre tudo mediante Sua Morte redentora e Sua Ressurreição. Mais tarde, manifestou-se como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Ao final dos tempos, alcançará sua consumação como assembleia celestial de todos os redimidos” (Compêndio, 149; cf. Catecismo, 778).

Quando Deus revela Seu desígnio de salvação, que é permanente, manifesta também a forma como deseja realizá-lo. Esse desígnio não terminou com um único ato, mas foi primeiro preparando a humanidade para acolher a salvação; somente mais adiante revelou-o plenamente em Cristo. Esse oferecimento de salvação na comunhão divina e na unidade da humanidade foi definitivamente outorgado aos homens por meio do dom do Espírito Santo que foi derramado nos corações dos crentes, colocando-os em contato pessoal e permanente com Cristo.

Sendo filhos de Deus em Cristo, nos reconhecemos irmãos dos demais filhos de Deus. Não há uma fraternidade ou unidade do gênero humano que não se baseie na comum filiação divina, a qual nos foi oferecida pelo Pai em Cristo; não há uma fraternidade sem um Pai comum, ao qual chegamos pelo Espírito Santo.

A Igreja não foi fundada pelos homens; nem mesmo é uma resposta humana nobre a uma experiência de salvação realizada por Deus em Cristo. Nos mistérios da vida de Cristo, o ungido pelo Espírito, cumpriram-se as promessas anunciadas na Lei e nos profetas.

Pode-se dizer também que a ação da Igreja coincide com a vida de Jesus Cristo; a Igreja vai tomando forma em relação à missão de Cristo entre os homens e para os homens. Não há um momento único em que Cristo tenha fundado a Igreja, pois a fundou em toda sua vida: desde a encarnação até Sua Morte, Ressurreição, Ascensão e com o envio do Paráclito. Ao longo de Sua vida, Cristo – em quem habita o Espírito – foi manifestando como devia ser Sua Igreja, dispondo as coisas, umas após outras. Depois de Sua Ascensão, o Espírito foi enviado à Igreja e, nela, permanece, unindo-a à missão de Cristo, recordando-lhe aquilo que o Senhor revelou, guiando-a ao longo da história até sua plenitude.

Ele é a causa da presença de Cristo pelos sacramentos e pela Palavra, e a adorna continuamente com diversos dons hierárquicos e carismáticos [5]. Por sua presença, cumpre-se a promessa do Senhor de estar sempre com os Seus até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).

Miguel de Salis Amaral
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SIM, EXISTE UM INFERNO



Certa vez um amigo que se diz católico me disse: "eu não acredito em inferno." O senhor pode dar uma resposta a esta afirmação?


A Escritura sagrada claramente atesta a um lugar de condenação eterna chamado inferno ou às vezes referido a como Gehenna. Os exemplos são os seguintes: Jesus disse que o homem que desprezar seu irmão "incorrerá os fogos da Gehenna" (Mt 5,22).
Nosso Senhor advertiu, "não temais os que matam o corpo mas não podem matar a alma. Antes, temei quem pode destruir tanto corpo como alma na Gehenna" (Mt 10,28). Jesus disse, "Se tua mão te faz cair, corta-a. Melhor você entrar na vida com uma só mãos que manter ambas as mãos e ir para a Gehenna com seu fogo inextinguível" (Mc 9,43). 

Usando a parábola do joio e do trigo para descrever o julgamento final, Jesus disse, "os anjos lançarão [os malfeitores] na fornalha inflamável onde prantearão e moerão os seus dentes (Mt 13,42). Semelhantemente, quando Jesus falou do julgamento final onde a ovelha será separada dos lobos, Ele dirá ao mau, "afastai-vos de mim, malditos, para o fogo perpétuo preparado para o demônio e seus anjos (Mt 25,41). Finalmente, no Livro da Revelação, cada pessoa é julgada individualmente e os malfeitores são lançados em uma "fosso de fogo, a segunda morte" (20,13-14).

Apenas para clarificação, Gehenna era um vale ao sul de Jerusalém que era utilizado para sacrifícios pagãos de crianças pelo fogo. O profeta Jeremias amaldiçoou o lugar e predisse que seriam um lugar de morte e corrupção. Na literatura rabínica tardia, o termo identificava o lugar de castigo eterno com torturas e fogo inextinguível para os maus.

Dessa forma, a Igreja consistentemente ensinou que de fato o inferno existe. Que as almas que morrem num estado de pecado mortal imediatamente vão para o castigo eterno no inferno. O castigo do inferno é principalmente a separação eterna de Deus. Lá se sofre o sentido de perda?a perda do amor de Deus, a perda da vida com Deus, e a perda da felicidade. Amor verdadeiro, vida, e felicidade são relacionadas a Deus, e cada pessoa as deseja. Entretanto, só Nele o homem achará sua realização (cf. CCE 1035).
A pessoa condenada também sofre dor. As descrições dadas sobre esse "fogo" pela Constituição Apostólica Benedictus Deus (1336) do Papa Benedito XII disseram que as almas "sofreriam a dor do inferno," e o Concílio de Florença (1439) decretou que as almas "seriam punidas com castigos diferentes".

Alguns santos tiveram visões de inferno. Irmã Faustina descreveu o inferno como segue: "Hoje fui dirigida por um Anjo aos abismos do inferno. É um lugar de grande tortura; como terrivelmente grande e extenso é!
As espécies de torturas eu vi: A primeira tortura que constitui o inferno é a perda de Deus; a segunda é o remorso perpétuo da consciência; a terceira é que aquela condição nunca mudará; a quarta é o fogo que penetrará na alma sem destruí-la?um sofrimento terrível, como é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; a quinta tortura é a escuridão ininterrupta e um terrível e sufocante odor. 


Apesar da escuridão, os demônios e as almas dos condenados vêem todos os males, os próprios e dos outros; a sexta tortura é a companhia constante de Satanás; a tortura sétima é o desespero horrível, aversão de Deus, palavras vis, maldições e blasfêmias. Estas são as torturas sofridas por todos os condenados, mas isto não é o fim dos sofrimentos. Há torturas especiais dos sentidos.

Cada alma sofre sofrimentos indescritíveis, terríveis, relacionados à maneira com que se pecou. Há cavernas e fossas de tortura onde uma forma de agonia difere da outra. Teria morrido na mesma visão destas torturas se a onipotência de Deus não tivesse me apoiado. Escrevo isto no comando de Deus, de modo que nenhuma alma pode achar uma desculpa por dizer não há inferno, nem que ninguém jamais esteve lá e por isso não se pode dizer como ele é".

Devemos lembrar que Deus não predestina ninguém ao inferno nem deseja que alguém seja condenado. Deus nos confere a graça atual que ilumina o intelecto e fortalece a vontade de modo que podemos fazer o bem e desviar do mal. Entretanto, uma pessoa, com o consentimento do seu intelecto, pode escolher praticar o mal e com essa escolha, cometer pecado mortal, e assim rejeitar Deus. Se uma pessoa não se arrepende do pecado mortal, não tem qualquer remorso e persiste neste estado, então esta rejeição de Deus continuará para a eternidade. Em resumo: as pessoas se condenam ao inferno.

O papa João Paulo II, em Cruzando o Limiar da Esperança (pp. 185-6) endereçou a pergunta, "Pode Deus, que amou tanto o homem, permitir que o homem que O rejeita seja condenado a tormento eterno?" Citando a Escritura Sagrada, o Santo Padre na sua resposta repete o ensino inequívoco de nosso Senhor. 

Ele também nos lembra que a Igreja nunca condenou uma pessoa particular ao inferno, nem mesmo Judas; antes, a Igreja deixa todo julgamento nas mãos de Deus. Entretanto, o Papa, por uma série de perguntas, afirma que o Deus de Amor é também o Deus de Justiça, que nos faz responsáveis por nossos pecados e assim nos pune.

Devemos orar pela graça de resistir à tentação e seguir o caminho do Senhor e ao mesmo tempo procurando o perdão para qualquer queda que venhamos a cometer. Falando sobre a jornada da Igreja Peregrina, o Vaticano II na Constituição Dogmática sobre a Igreja (n. 48) escreve, "desde que não se sabe nem o dia nem a hora, devemos seguir o conselho do Senhor e vigiar constantemente de modo que, quando o único curso de nossa vida terrena for completada, possamos merecer entrar com Ele na festa das bodas e sermos numerados entre os abençoados e não como os serventes maus e preguiçosos, sermos enviados ao fogo eterno, na escuridão exterior onde haverá prantos e ranger de dentes."

Por esta mesma razão, nós oramos na primeira Oração Eucarística da Missa, "Pai aceita esta oferenda de toda sua família. Conceda-nos sua paz nesta vida, poupa-nos da condenação final, e conta-nos entre os escolhidos".

Fr. Willian O Saunders
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ESCUTA


“Toda a nossa geração se tornou surda. A Sagrada Escritura, a sabedoria, as relações e a experiência pessoal estão sendo ignoradas. Somos em consequência uma geração de quatro guerras e das mais poderosas armas jamais fabricadas na história do mundo – num período denominado pacífico. Somos uma geração de grande pobreza em meio a grandes riquezas, de grande solidão em meio a grandes comunidades, de graves colapsos pessoais e deterioração comunitária ante um crescimento social sem precedentes, de grande tédio espiritual em meios às nossas grandes proclamações de que somos um país temente a Deus.

No meio de toda essa cacofonia ensurdecedora da vida, o campanário de todos os mosteiros beneditinos repicam: Escuta! Escuta com o coração de Cristo. Escuta com o ouvido de quem ama. Escuta a voz de Deus. Escuta em teu próprio coração o som da verdade. Talvez o problema resida no fato de nem sequer sabermos – pelo menos a maioria de nós – o que significa escutar. No entanto a Regra no-lo diz com limpidez.

Tudo deve ser feito com conselho. A espiritualidade não tem lugar para a arrogância elevada ao nível de inspiração. Para cultivar a espiritualidade  devemos buscar conselho, ouvir recomendações, escutar as opiniões de outras pessoas sobre assuntos que nos são caros. (…) A impulsividade torna-se suspeita mesmo quando acontece ser correta uma decisão impulsiva. Por que? Porque a verdade é um mosaico da face de Deus. 

Porque a voz de Deus vem muitas vezes de onde menos esperávamos, como por exemplo, de uma sarça ardente (…) Em segundo lugar, ensina Bento, a vida é um processo de aprendizado. A cultura ocidental com seu ênfase nos graus acadêmicos, contudo, quase sufocou essa verdade. Tornamos as palavras “graduação” e “educação” quase sinônimos. Avaliamos o resultado por créditos acadêmicos.

Descartamos a experiência, a profundidade e o fracasso . Acreditamos  em ações, resultados, produtos, lucros e juventude e assim chegamos a considerar os mais velhos como essencialmente inúteis.  Porém , no fim, todas essas espécies de realização nada mais são do que um deserto espiritual, se ao longo da caminhada não nos dedicarmos a descobrir a verdade, a cultivar a beleza e a reconhecer os verdadeiros ensinamentos da vida (…)

Todavia, se eu me tornei meu próprio mensageiro, não há nada mais a ouvir. Nenhum modo de crescer. Nenhuma chance de mudar. Nada além do eco da minha própria voz (…) Não mais espero por aquele dia em que, de algum modo terei acumulado escuta suficiente para não precisar mais questionar as práticas piedosas que podem ser aprendidas facilmente.

Narra uma antiga história:

Era uma vez um discípulo que tinha ouvido falar sobre o Fruto do Céu e o cobiçava. Então , ele perguntou ao Mestre: “Como posso achar tal fruto e assim conseguir logo o conhecimento?”. Disse o Mestre: Aconselho-te a estudares comigo. Se não fizeres assim, terás de viajar decidida e incansavelmente através do mundo. Mas o monge pensou: Certamente haverá uma maneira mais eficiente do que essa. Por isso deixou o mestre e procurou outro, depois outros, ainda outro e muitos outros.

O discípulo passou trinta anos procurando. Finalmente chegou a um Jardim. No meio dele estava a Árvore do Céu e dos seus galhos pendiam os brilhantes Frutos do Céu. E lá, de pé, ao lado da Árvore, estava o primeiro Mestre. “Porque não me disse, quando nos encontramos pela primeira vez, que era você mesmo o Guarda do Fruto do Céu?” – Perguntou.

Respondeu o Mestre: “Porque não teria acreditado em mim. E além disso, esta Árvore só dá frutos uma vez a cada trinta anos e trinta dias”

Não existe maneira rápida e fácil de transformar a vida que levamos em divina. São necessários anos de leitura das Escrituras, anos de escuta a tudo da vida, anos de aprendizado para escutar através do filtro do que lemos. Uma geração de tortas rápidas, cafés instantâneos, refeições prontas para consumir diante da Tv, calculadoras e cópias xerox não está preparado para a tarefa lenta e tediosa de escutar e aprender sempre de novo, dia a dia, até que finalmente possamos escutar as pessoas que amamos e possamos amar as pessoas que nos desagradam e crescer para entender como a santidade se encontra aqui e agora, para nós. 

Mas, algum dia, quiça em trinta anos, teremos escutado o suficiente para sermos capazes de levantar a conlheira resultante de anos de conhecimento de Cristo no tempo. Até então os sinos do mosteiro continuarão a tocar, pacientemente, para nos lembrar que devemos escutar. Apenas escutar. Continuar escutando.”

Joan D. Chittister (OSB)


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sábado, 25 de agosto de 2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

REFORMA DO CÓDIGO PENAL É UM PERIGO PARA A FÉ

Foi instalada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal (CCJ) a Comissão Especial para a Reforma do Código Penal Brasileiro, para a análise do Projeto de Lei do Senado (PLS) de número 236 de 2012 (PLS 236/2012). O projeto foi criado pelo senador José Sarney, e assinado pelo mesmo . 
O presidente desta comissão é o senador Eunício Oliveira, que é auxiliado pelo senador Jorge Viana. O relator é o senador Pedro Taques.

Dentre as diversas propostas para esta reforma, algumas merecem mais ênfase, como por exemplo a aprovação do aborto e da eutanásia, aspectos que não condizem com a moral católica. O artigo 128 descriminaliza o aborto no caso onde a vida e a saúde da gestante corram risco. 

Além disso pode ser também permitido quando a gravidez resulta de um estupro ou quando não se autoriza a reprodução assistida. Também foi proposto a aprovação do aborto no caso em que o feto for comprovadamente anencéfalo, ou se houver anomalias graves ou incuráveis. Até a décima segunda semana de gestação, a gestante poderá abortar, sendo amparada pela constatação de um médico, que ela não tem condições de continuar com a gestação.

Além do aborto, a pena do crime de eutanásia poderá ser diminuída, já que atualmente é considerado um homicídio. O artigo 122 prevê que "matar, por piedade ou compaixão, paciente em estado terminal, imputável e maior, a seu pedido, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável em razão de doença grave", tem pena de detenção, de dois a quatro anos. O parágrafo primeiro propõe que "o juiz deixará de aplicar a pena avaliando as circunstâncias do caso, bem como a relação de parentesco ou estreitos laços de afeição do agente com a vítima".

Os senadores poderão propor as emendas até o próximo dia 04 de setembro. O presidente do senado e autor do projeto, senador José Sarney, em entrevista ao portal de notícias G1, disse que pretende que o novo Código Penal seja votado até o fim deste ano. 

"Eu acho que esta comissão tem um prazo rápido para concluir seu trabalho, e depois mandamos para a Comissão de Constituição e Justiça, e até o final do ano votamos a matéria. Temos matérias muito controvertidas [na proposta], mas acredito que o Congresso é para isto mesmo. Cabe ao congresso harmonizar estas opiniões", disse Sarney.

Esta tramitação rápida deste processo tem preocupado as autoridades da Igreja. A doutora Lenise Garcia, presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida, pede aos católicos que se manifestem contra esta proposta junto ao Senado Nacional, ligando para o número 0800 612 211 dando sua opinião. "Não podemos deixar que uma Comissão de Juristas que não nos representa faça esta mudança do Código Penal", exortou.

A pró-vida ainda dá um exemplo do que pode ser dito: "Solicito a Vossa Excelência que, no anteprojeto do novo Código Penal, não descriminalize nem crie novas exceções para o aborto e a eutanásia. O direito constitucional à vida deve ser respeitado. Como cidadão, manifesto minha desaprovação à tentativa de descriminalizar o aborto e a eutanásia na reforma do Código Penal. Os nascituros e os doentes devem ser respeitados".

Estes curtos prazos para a análise dificultam a participação da sociedade num assunto tão importante como esse: daí a necessidade de manifestarmos. Num artigo, o professor Felipe Aquino, no qual trata sobre o assunto e divulga a mensagem pró-vida, disse que a reforma do Código Penal "pode causar um perigo para a fé".


Professor Felipe Aquino
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sábado, 18 de agosto de 2012

A falsa paz espiritual


Quem se acusa a si mesmo, por mais que lhe venham importunações, danos, opróbrios, afrontas da parte de quem quer que seja, tudo recebe com serenidade e, julgando-se merecedor de tudo isso, sem que possa perturbar-se de modo algum. Quem mais tranqüilo do que este homem?
Talvez haja quem objete: ”E se, quando um irmão me aflige, procuro e não vejo ter-lhe dado motivo para isto, por que então hei de me acusar?
Na verdade, se alguém com temor de Deus se examina com cuidado, nunca se julgará, de todo, inocente e verá que o motivo está em algum ato seu, palavra ou gestoSe em nada se achou culpado, talvez em outra ocasião o tenha aborrecido em coisa parecida ou diferente. Ou ainda, quem sabe, maltratou outro irmão. Com razão deve sofrer por isto ou por outros pecados, tão numerosos, que cometeu. Perguntará alguém por que se acusar quando, quieto e sossegado, é molestado por palavras ou gestos ofensivos de um irmão. Não podendo suportar nada disso, julga-se com direito de se irritar. Pecaria, se porventura não se desse encontro essa palavra?
Isto é ridículo e é claro que não se apóia em motivo algum. Não foi por ter dito uma palavra qualquer que se lhe suscitou a paixão da cólera, mas, antes, revelou a paixão oculta que o minava; dela, se quiser, faça penitência. Este tal se fez semelhante a um pão branco, belo e todo limpo, que, ao ser cortado, mostra estar sujo por dentro.
Do mesmo modo, se alguém se julga quieto e pacífico, tem, no entanto, uma paixão que não vê. Chega um irmão, lança uma palavra desagradável e imediatamente lhe jorra de dentro o pus e a sujeira oculta. Se quiser alcançar a misericórdia, faça penitência, purifique-se, esforce-se por progredir e reconheça que, em vez de retrucar à injúria, deveria agradecer ao irmão ocasião de tão grande utilidade. Depois disso, não se afligirá tanto com as tentações, pois quanto mais progredir, tanto mais lhe parecerão leves. A alma se fortalece à medida em que caminha, faz-se mais corajosa em suportar todas as coisas durar que lhe advêm.
São Doroteu, abade
(Doct. 13, De accusatione sui ipsius, 2-3: pg 88, 1699 – Séc. VI)
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Como é que são três?


Sendo Deus um ser infinito, nenhum intelecto pode alcançar as suas profundidades.
Por isso, ao revelar-nos a verdade sobre Si mesmo, Deus tem que se contentar com enunciar-nos simplesmente qual é essa verdade. O “como” dela está tão longe das nossas faculdades  nesta vida que nem o próprio Deus trata de no-lo explicar.
Uma dessas verdades é que, havendo um só Deus, existem nEle três pessoas divinas- Pai, Filho e Espírito Santo. Há uma só natureza divina, mas três Pessoas divinas. No plano humano “ natureza” e “pessoa” são praticamente uma e a mesma coisa.
Se um quarto há três pessoas, três naturezas humanas estão lá presentes; se estivesse presente uma só natureza humana, haveria uma só pessoa. Assim, quando procuramos pensar em Deus como três Pessoas com uma só e a mesma natureza, é como se estivéssemos dando cabeçadas contra um muro.
Por isso, às verdades da fé como esta da Santíssima Trindade, chamamos “ mistérios de fé”. Cremos nelas porque Deus no-las manifestou, e Ele é infinitamente sábio e veraz. Mas, para sabermos como é que isso pode ser temos que esperar que Ele nos manifeste a Si mesmo por inteiro, no céu.
“ Mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. É portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina.”(n. 234)
Os teólogos podem, é claro, dar-nos alguns pequenos esclarecimentos. Assim explicam que a distinção entre as três Pessoas divinas tem por base a relação que existe entre elas.
Temos Deus Pai, que se contempla na sua mente divina e se vê como realmente é, formulando um pensamento sobre Si mesmo. Concentramos o olhar no nosso interior e formamos um pensamento sobre nós mesmos.
Mas com Deus as coisas são muito diferentes. Existir é próprio da natureza divina. Não há outra maneira de conceber Deus adequadamente senão dizendo que é o Ser que nunca teve princípio, que sempre foi e sempre será. A única definição real que podemos dar de Deus é dizer que é Aquele que é. Assim se definiu Ele a Moisés, como recordamos: “Eu sou Aquele que é” (Êx 3,14).
“Ao revelar o seu nome misterioso de Javé, “Eu sou Aquele que é” ou “Eu sou o que sou” ou também “ Eu sou quem sou”, Deus declara Quem Ele é e com que nome chamá-lo, e é por isso mesmo que exprime, da melhor forma , a realidade de Deus como Ele é,infinitamente acima de tudo o que podemos compreender ou dizer”(n.206; cf. também n. 214)
Se o conceito que Deus tem de Si mesmo deve ser um pensamento infinitamente complete e perfeito, tem que incluir a existência, já que a existência é própria da natureza de Deus.
A imagem que Deus vê de Si mesmo, deve ter uma existência própria distinta. A este Pensamento  vivo em em que Deus se expressa perfeitamente a Si mesmo chamamos de Deus Filho.Deus  Pai é Deus conhecendo-se a Si mesmo; Deus Filho é a expressão do conhecimento que Deus tem de Si. Assim, a segunda pessoa da Santíssima Trindade é chamado de filho precisamente porque é gerada desde toda a eternidade, gerada na mente divina do Pai. Também a chamamos  Verbo de Deus, porque é a “Palavra mental” em que a mente divina expressa o pensamento de Si mesmo.
Depois, Deus Pai (Deus conhecendo-se a Si mesmo) e Deus Filho (o conhecimento de Deus sobre Si mesmo) contemplam a natureza que ambos possuem em comum. Ao verem-se ( falamos naturalmente, em termos humanos), contemplam nessa natureza tudo o que é belo e bom- quer dizer , tudo o que produz amor- em grau infinito. E assim a  vontade divina origina um ato de amor infinito para com a bondade e a beleza divinas. Uma vez que o amor de Deus por Si mesmo, tal como  o conhecimento de Deus sobre si mesmo, é da própria natureza divina, tem que ser um amor vivo. Este amor infinitamente perfeito, infinitamente intenso, que eternamente flui do Pai e do Filho, é que chamamos Espírito Santo, “ que procede do Pai e do Filho”. É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Resumindo:
  • Deus Pai é Deus conhecendo a Si mesmo;
  • Deus filho é a expressão do conhecimento de Deus sobre Si mesmo;
  • Deus Espírito Santo é o resultado do amor de Deus por Si mesmo.
 Esta é a Santíssima Trindade: três Pessoas divinas em um só Deus, uma só natureza divina.
Estamos perante um mistério de fé e ninguém, nem o maior dos teólogos, poderá aspirar a compreendê-lo realmente. O máximo que se pode chegar é a diferentes graus de ignorância.
 Ninguém deve sentir-se frustrado por haver mistérios de fé. Só uma pessoa que sofra de uma consumada soberba intelectual pretenderá abarcar o infinito, a insondável profundidade da natureza de Deus. Mais do que sentir com amargura as nossas limitações humanas, temos de encher-nos de agradecimento, porque Deus se dignou dizer-nos tanto sobre Si mesmo, sobre a sua natureza íntima.
 Ao pensarmos na Santíssima Trindade, temos que estar em guarda contra um erro: não podemos pensar em Deus Pai como aquele que “vem primeiro”, em Deus Filho como aquele que vem depois, e em Deus Espírito Santo como aquele que vem ainda um pouco mais tarde. Os três são igualmente eternos porque possuem a mesma natureza divina; o Verbo de Deus e o amor de Deus são tão sem tempo como a natureza de Deus.E Deus Filho e Deus Espírito Santo não estão subordinados ao Pai de modo algum; nenhuma das três pessoas é mais poderosa, mais sábia, maior que as demais. As três têm igual perfeição infinita, igualmente baseada na única natureza divina que as três possuem.
 “Toda a economia divina é obra comum das três Pessoas divinas, pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação”(n.258).
 Não obstante, atribuímos a cada Pessoa divina certa “obras”, certas atividades que manifestam e refletem melhor as propriedades desta ou daquela Pessoa divina. Por exemplo, atribuímos a Deus Pai a obra da Criação, já que pensamos nEle como o “gerador”, o instigador, o motor de todas as coisas, a sede do infinito do poder de Deus possui.
 Do mesmo modo, como Deus Filho é o Conhecimento ou a Sabedoria do Pai, atribuímos-lhe as obras de sabedoria; foi Ele que veio à terra para nos dar a conhecer a verdade e transpor o abismo entre Deus e o homem.
 Finalmente, sendo o Espírito Santo o amor infinito, apropriamos-lhes as obras de amor, especialmente a santificação das almas, que resulta da habitação do Amor de Deus em nossa alma.
 Deus Pai é o Criador, Deus Filho é o Redentor, Deus Espírito Santo é o Santificador. E, não obstante, o que Um faz, Todos o fazem; onde Um está, estão os Três. Este é o mistério da Santíssima Trindade: a infinita variedade na unidade absoluta, cuja beleza nos inundará no céu.
 Fonte: TRESE, Leo J. – A fé explicada
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Santo do Dia: Santa Helena

Lembramos neste dia a santa que depois da conversão se dedicou na ajuda ao Cristianismo no tempo da liberdade religiosa acontecida durante o Império Romano. Nascida no ano de 255 em Bitínia, de família plebéia, no tempo da juventude trabalhava numa pensão, até conhecer e casar-se com o oficial do exército romano, chamado Constâncio Cloro. 

Fruto do casamento de Helena foi Constantino, o futuro Imperador, o qual tornou-se seu consolo quando Constâncio Cloro deixou-a para casar-se com a princesa Teodora e governar o Império Romano. Diante do falecimento do esposo, o filho que avançava na carreira militar substituiu o pai na função imperial, e devido a vitória alcançada nas portas de Roma, tornou-se Imperador. 

Aconteceu que Helena converteu-se ao Cristianismo, ou ainda tenha sido convertida pelo filho que decidiu seguir Jesus e proclamar em 313 o Édito de Milão, o qual deu liberdade à religião cristã, isto depois de vencer uma terrível batalha a partir de uma visão da Cruz. Certeza é que no Império Romano a fervorosa e religiosa Santa Helena foi quem encontrou a Cruz de Jesus e ajudou a Igreja de Cristo, a qual saindo das catacumbas pôde evangelizar e com o auxílio de Santa Helena construir basílicas nos lugares santos. 

Faleceu em 327 ou 328 em Nicomédia, pouco depois de sua visita à Terra Santa. Os seus restos foram transportados para Roma, onde se vê ainda agora, no Vaticano, o sarcófago de pórfiro que os inclui. 

Santa Helena, rogai por nós!


Fonte: Canção Nova
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vocação à Família



Vocação é um chamado. Exige uma resposta. Na vida cristã, a vocação à família é um dom inestimável. A família é o berço de todas as outras vocações. A família é o lugar onde se desenvolvem nos seres humanos os seus relacionamentos mais significativos e especiais. É instituição divina desde a criação do mundo. "Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e os dois já não serão mais duas, mas uma só carne". A união entre o homem e a mulher é fundamental e querida por Deus. Os filhos são a bênção do casamento, que trás em seu bojo os sinais da fidelidade, da fecundidade e da eternidade.

Os sagrados laços do matrimônio despertam no homem e na mulher a vocação ao amor, dada por Deus mesmo a todo ser humano. Ele que é amor nos mandou amar como Ele mesmo. Criados à sua imagem e semelhança não poderia, de fato, ser diferente. O parágrafo 1604 do Catecismo da Igreja Católica chama nossa atenção para este dado importante do amor: "Deus que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata do ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é amor. Tendo-os Deus criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do criador, que é amor. E esse amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de preservação da criação: "Deus os abençoou e disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28)".
Que o homem e a mulher foram criados um para o outro não se discute. Assim é afirmado na Sagrada Escritura: "não é bom que o homem esteja só". Daí o Senhor lhe faz uma companheira semelhante: "carne de sua carne, ossos de seus ossos".

O matrimônio é a caracterização do início de uma nova família. Já não são mais dois, mas uma só carne. Além de ser uma instituição divina é também de índole natural. A união entre o homem e a mulher garante as gerações da prole ao longo dos anos. O Matrimônio é, portanto, uma aliança onde homem e mulher se unem pela vida toda, tendo em vista o bem de ambos e a geração e educação dos filhos. Foi o próprio Jesus que elevou esta união à dignidade de sacramento.
Muitas ameaças do mundo moderno hoje colocam em questão o verdadeiro sentido do matrimônio. Precisamos sempre mais resgatar o valor da família. O Beato Papa João Paulo II chama a família de "santuário da vida". Ao longo de todos os séculos a Igreja sempre trabalhou e zelou pela promoção da família e de seus valores. Afinal, ela tem consciência de que esta é de fundamental importância para o bem-estar de toda a humanidade. Quanto mais nossas famílias se estruturarem devidamente e sobre os alicerces da fé e da verdade, mais o mundo tomará consciência de sua verdadeira identidade e missão. O Concílio Vaticano II, no documento Gaudium et spes, ressalta que "a salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar".

A família é a vocação natural dos seres humanos. As demais vocações são específicas e especiais e não poderiam existir não fossem famílias generosas a oferecer seus membros em vista de um bem comum. A família não exprime sua importância apenas entre seus membros, mas suas atitudes refletem sobre a sociedade como um todo, sem dúvida. Daí a afirmação do Concílio da necessidade da família na salvação de toda a humanidade.

No sacramento do matrimônio os noivos se aceitam um ao outro, unindo-se à oferenda de Cristo à sua Igreja. Assim como Cristo amou a Igreja, os cônjuges devem se amar também. São os esposos que se conferem mutuamente o sacramento, expressando diante de toda a Igreja ali reunida o seu consentimento. O sacerdote testemunha o consentimento que é dado um ao outro. A bênção sacramental é importante na celebração. O Catecismo da Igreja Católica no §1624 ressalta este aspecto de modo claríssimo: "as diversas liturgias são ricas em orações de bênção sobre o novo casal, especialmente sobre a esposa. Na epiclese deste sacramento, os esposos recebem o Espírito Santo como comunhão de amor de Cristo e da Igreja. É ele o selo de sua aliança, a fonte que incessantemente oferece seu amor, a força em que se renovará a fidelidade dos esposos. Toda esta configuração do sacramento está para confirmar e ressaltar que o matrimônio não é uma celebração exclusiva ou particular, mas um ato eclesial: isto se manifesta claramente na presença do ministro da Igreja, bem como dos presentes, as testemunhas. O casamento é um ato litúrgico, cria direitos e deveres na Igreja, entre esposos e filhos; é um estado de vida na comunidade de fé e sua celebração tem caráter público.

Uma vez que os noivos se deram em casamento está constituída a nova família. Os filhos são frutos desse amor. O sacramento é o selo de Deus na vida do casal. Jamais pode ser dissolvido. Uma especial graça concedida ao casal é a graça que é o próprio Cristo: na união conjugal um deve ajudar o outro a se santificar, estando sempre unidos um ao outro e na aceitação e educação dos filhos. O amor que os une deve ser delicado e fecundo, sincero e firmado no temor de Deus.
O amor conjugal exige a indissolubilidade, a fidelidade e a fecundidade. Sinaliza o amor de Cristo com sua Igreja. Este amor é indissolúvel, pois nada pode romper, nenhuma miséria humana e nenhuma outra situação seria capaz de dissolver este amor; é fiel, porque dura de geração em geração, mesmo se a humanidade, no mal uso de sua liberdade, afastar-se de Deus e de seus santos ensinamentos; e fecundo, porque, como na vida do casal os filhos são frutos do seu amor, na Igreja Cristo oferece a vida aos que renasceram na água do batismo e com ele foram sepultados e irromperam tão logo vitoriosos e ressuscitados.

Jesus nasceu em uma família: a sagrada família de Nazaré. Filho de Maria e José. A igreja é a família de Deus. Nela todos são chamados a servir ao Deus vivo e verdadeiro: "Crê no Senhor Jesus e serão salvos tu e os de tua família". Nosso tempo urge que as famílias se convertam na fé e animem o mundo com a força que vem do próprio Deus. Ainda o Catecismo da Igreja Católica, no § 1656, ressalta esta necessidade: "Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial como lares de fé viva e radiante. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a família usando uma expressão antiga, de "igreja doméstica". É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e exemplo, os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada".

O lar da família é o espaço privilegiado da educação, do cuidado e da ternura; é a escola da vida e da fé. Os pais são, portanto, o primeiro catequista de seus filhos. Cabe-lhes introduzir sua prole no caminho cristão e acompanhar todo o seu desenvolvimento nas diversas etapas do caminho da fé. É lá, também, o celeiro de vocações e de um suficiente e necessário desenvolvimento e enriquecimento da pessoa humana. As melhores e mais importantes lições vêm de casa. Ninguém deve estar privado da família. Assim também nossas igrejas, comunidades paroquiais devem ser casa e família para todos, especialmente para os mais cansados, excluídos e enfraquecidos. Seguindo a orientação de São Paulo, na carta aos Efésios, que os maridos amem suas esposas como Cristo amou a Igreja. Grandioso mistério de amor de um Deus que se revela e se deixa conhecer.

“Que a família comece e termine sabendo onde vai, que o homem carregue nos ombros a graça de um pai; que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor e que os filhos conheçam a força que brota do amor” (Pe. Zezinho)!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
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O remédio para viver um pouco mais…



Comidas e bebidas lights, outras diets, ginásticas e coopers, remédios e vitaminas, antioxidantes... Diante de todas essas cuidadosas diligências, muitos se perguntam como fazer para achar uma maneira de robustecer a saúde, viver algum tempo a mais, ou pelo menos com maior qualidade de vida. Há até algumas pessoas que, não sem algum mérito, chegam a abandonar vícios que por muito tempo estavam enraizados, ao perceberem que o tempo vitalício que teriam diminuía a cada instante...

Certamente há problemas, os quais podem de alguma forma encurtar a vida, e em vista disso a ciência vem desenvolvendo inúmeros métodos a fim de que isso não aconteça.

Segundo uma pesquisa da Universidade Brigham Young, em Provo, Utah, publicada na revista científica PLoS Medicine, fraca interação social reduz 50% a taxa de sobrevivência. Resultado o equivalente a fumar 15 cigarros por dia. Viver isolado é ainda duas vezes mais prejudicial que ser obeso, alcoólatra ou não fazer exercício.
Essa notícia nos faz lembrar "como é bom para os irmãos viverem juntos bem unidos"(Sl 133 (132), 1). Pois assim como o homem tem necessidade de alimentar-se, de cuidar da própria saúde quando se encontra em estado de enfermidade, assim é necessário que os homens estejam convivendo entre si. O que é viver senão estar juntos, olhar-se, e querer-se bem?
Mons. João S. Clá Dias, em uma de suas conferências sobre o instinto de sociabilidade, dizia que Deus fez o homem sem inúmeras qualidades que foram dadas a animais, como por exemplo, a força de um leão, a agilidade do tigre, o voo de uma águia. E por que Deus não as deu ao homem? Porque o homem seria autossuficiente e não necessitaria entrar em contato com os outros.
Portanto, agrada a Deus que os homens estejam em convívio, conhecendo-se, necessitando tantas vezes um do outro, e procurando encontrar nele os demais aspectos do Criador, pois em sua infinita Sabedoria, Deus não fez um ser igual ao outro, e por esta razão, devemos encontrar em cada um, o reflexo Dele.
Isto faz do homem um ser alegre, pois ao viver dignamente em sociedade está cumprindo com a vontade de Deus, e é para esta finalidade que foi chamado. Cumprindo com esses desígnio da Providência o homem vai se preparando para o mais agradável e excelente convívio, que os Bem-Aventurados terão no céu, onde cada um passará a eternidade inteira deliciando-se com as maravilhas da criação e os diversos aspectos que Deus pôs em cada um dos homens.
Aí se encontra a verdadeira doçura de viver, e o lado por onde as pessoas possam gozar dos gáudios do Céu, já aqui na terra, pois entram em contato uns com os outros na mesma intenção de conhecer, amar e servir a Deus. Sem este objetivo, a vida não se fundamenta em verdadeira alegria, mas em isolamento e frustração, onde se perde a vontade e a alegria de viver.

Lucas Alves Gramiscelli.
GaudiumPress 
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sábado, 11 de agosto de 2012

Sacerdotes devem "morrer" ao prestígio e ao orgulho

Ao presidir as celebrações pelo Dia do Pároco, o Arcebispo de Santiago do Chile, Dom Ricardo Ezzati, insistiu que os sacerdotes devem morrer ao "prestígio" e ao "nosso orgulho" para realizar seu trabalho.

No dia em que a Igreja celebrou a São João Maria Vianney, no Seminário Pontifício Maior reunido com o clero da capital chilena, o Prelado presidiu uma Eucaristia na qual explicou algumas consequências práticas para a vida sacerdotal da Transfiguração do Senhor.

Dom Ezzati disse que como os discípulos Pedro, Tiago e João que são testemunhas deste fato, os sacerdotes que seguem a Jesus temem descer do monte alto e enfrentar a paixão, a perseguição e a morte; "a morte da nossa reputação, a morte do nosso prestígio, a morte do nosso orgulho".

Entretanto, prosseguiu o Arcebispo, Jesus nos convida a "passar pelo mistério da sua Páscoa, convida-nos a confiar em que o rosto glorioso da Igreja aparecerá uma vez que ela mesma tenha passado plenamente pelo mistério da cruz do Senhor".

Conforme assinala a página web da Conferência Episcopal do Chile, Dom Ezzati indicou que "a Cruz é o monte alto, no qual o rosto de Cristo, marcado pela dor e pela morte, transfigura-se no rosto glorioso do Senhor ressuscitado". "Este é também o caminho da nossa própria transfiguração", acrescentou.

O Arcebispo disse também que quando o Senhor leva aos discípulos a contemplar a sua transfiguração, o faz porque "quer fortalecer sua fé incerta e frágil, porque quer antecipar para eles a visão do seu rosto verdadeiro, o rosto do Filho de Deus, aquele mesmo rosto que uns dias depois seria transfigurado na paixão e na morte de cruz".

O Prelado recordou aos sacerdotes doentes, aos idosos e aos que se sentem sozinhos. "Pedimos a Maria que os acompanhe, que os sustente, especialmente neste tempo particularmente desafiante", exortou.
Fonte: ACI Digital
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A oração abre a porta da nossa vida a Deus, lembra o Papa

Assim como fazia quando era padre, arcebispo e cardeal, em agosto o Papa Bento XVI, nas audiências gerais, apresenta a figura do santo do dia e o faz ressaltando o aspecto da própria vida de oração pessoal e da relação com Deus.

No pátio do Palácio de Castel Gandolfo, na presença de 1,5 mil fiéis, Bento XVI falou sobre São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Frades Pregadores, os padres dominicanos.

"São Domingos foi um homem de oração. Apaixonado por Deus, não teve outra aspiração além da salvação das almas, em particular daquelas que caíram nas redes da heresia de seu tempo". A oração foi para ele "a força que renovou e tornou cada vez mais fecundas as suas obras apostólicas", observou o Santo Padre.

Uma característica da vida de São Domingos, salientada pelo Papa como exemplo para nós hoje, foi sua capacidade de "integração harmoniosa entre contemplação dos mistérios divinos e atividade apostólica" que o levou à profunda comunhão com Deus.

São Domingos não deixou nenhum escrito sobre a oração, mas o seu modo de rezar foi composto por um frade dominicano nas "Nove maneiras de rezar de São Domingos". Sempre diante de Jesus Crucificado, de joelhos, em gesto de humildade e penitência, demonstrava "um comportamento corporal e espiritual que, intimamente compenetrados, favorecem o recolhimento e o fervor". Ele rezava sem limites de tempo, mesmo depois da recitação da Liturgia das Horas e depois da Missa.

Sobre o exemplo do Santo, o Papa ressaltou "a importância dos comportamentos exteriores na nossa oração": o ajoelhar-se, o estar em pé diante do Senhor, o fixar o olhar no Crucifixo, o parar e se recolher em silêncio que "não são secundários, mas nos ajudam a nos colocar interiormente, com toda a nossa pessoa, em relação com Deus".

Bento XVI convidou os fiéis a darem testemunho "em família, no trabalho, no empenho social, e também nos momentos de distensão, está a oração". Na saudação em espanhol o Papa acrescentou que "na relação constante com o Senhor recebe-se a força para viver intensamente cada momento, e afrontar inclusive as maiores dificuldades".

Na saudação feita em português, o Sumo Pontífice acrescentou que "a oração abre a porta da nossa vida a Deus; e nela Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros, envolvendo a todos na luminosa presença de Deus que nos habita".

Ao fim da catequese, o Santo Padre convidou os fiéis a "encontrar diariamente momentos para rezar com tranquilidade; será um modo também para ajudar quem está próximo a entrar no raio luminoso da presença de Deus, que traz a paz e o amor que todos nós precisamos".
Fonte: Gaudium Press
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"Não tiremos Deus da família!"

O Arcebispo do México (México), Cardeal Norberto Rivera, criticou a ideologia de gênero e pediu aos mexicanos para evitar que Deus seja tirado das famílias, como aconteceu em muitos outros campos da vida cotidiana.

"Tiramos Deus de muitos campos da vida: da escola, do esporte, dos meios de comunicação, da política, da economia e também da investigação a favor da vida que é o maior perigo. Cuidado, não tiremos Deus da família! Perdendo o sentido de Deus, perdemos nossa identidade como sendo Sua imagem e semelhança", advertiu.

O Cardeal defendeu a diferença e complementariedade que existe entre o homem e a mulher, e ambas querem ser anuladas pela ideologia de gênero. "A diferença corporal, chamada sexo, minimiza-se e se considera um simples efeito dos condicionamentos socioculturais. Evidencia-se, assim, como máximo, a dimensão estritamente cultural, chamada gênero", assinalou.

O Arcebispo disse que "daí vem o questionamento da índole natural da família, composta por pai e mãe, a equiparação da homossexualidade à heterossexualidade, a proposta de uma sexualidade polimorfa. Segundo isto, a natureza humana não leva em si mesmo características que se imporiam de maneira absoluta: toda pessoa poderia ou deveria configurar-se segundo seus próprios desejos, livre de toda predeterminação biológica".

Diante disso, o Cardeal Rivera chamou a "redescobrir a dignidade comum do homem e da mulher, no reconhecimento mútuo e na colaboração".

"O ser humano é uma pessoa, de igual maneira o homem e a mulher. Estão em relação recíproca. O corpo humano, marcado pelo selo da masculinidade ou da feminilidade, está chamado a existir na comunhão e no dom recíproco. Por isso o matrimônio é a primeira e fundamental dimensão desta vocação. Embora transtornadas e obscurecidas pelo pecado, estas disposições originárias do Criador não poderão ser anuladas nunca", afirmou.
Fonte: ACI Digital
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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A era do perdão



Nosso Senhor quis fazer-se Homem porque, sendo "doente, nossa natureza precisava ser curada; decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um socorro; escravos, um libertador".1

O Verbo se encarnou para ser nosso modelo de santidade, para que conhecêssemos o amor de Deus: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 15, 12). Nosso Senhor veio trazendo uma clave completamente nova de amor ao próximo, de perdão e de caridade, como se lê no evangelho de São Mateus: "Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra" (Mt 5, 39), e ainda "amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem [...], pois se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?" (Mt 5, 44. 46).
Deus está constantemente querendo comunicar-se com o pecador para o atrair a Si e nunca lhe nega a graça suficiente. A respeito desta vontade salvífica universal de Deus, afirma Royo Marin:
[...] Deus quer seriamente - com toda a seriedade que há na face de um Deus crucificado - que todos os homens se salvem. [...] É uma verdade clara e explícita na divina Revelação: isto é bom e grato a Deus, nosso Salvador, o qual quer que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade (1 Tm. 2, 3-4). Pois Deus não enviou seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele (Jo 3,17).2
Este amor de Deus não exclui ninguém, pois Ele mesmo o disse na parábola da ovelha perdida: "não é vontade de vosso Pai que está nos céus que se perca nem um só destes pequenos" (Mt 18, 14). Ele também revela que veio "dar sua vida em resgate por muitos" (Mt 20, 28).
Uma condição para o perdão
Deus está pronto a perdoar a qualquer um, a todo momento, basta reconhecer que errou e pedir perdão. Esta afeição de Deus para com os homens e a beleza do perdão estão divinamente manifestadas na parábola do filho pródigo, cujo centro é o pai misericordioso que perdoa o filho. Fascinado por uma ilusória liberdade, o filho mais novo abandona a casa paterna, entra por caminhos errados, perde a herança em jogos e diversões; rebaixa-se cuidando de porcos para se sustentar e, pior, passa a disputar a ração com os porcos... Em certo momento, recebe uma graça de arrependimento, por onde ele reconhece em que abismo chegou, arrepende-se e corre de encontro ao pai; e este lhe cobre de afetos e o perdoa.
Porém, há uma condição para ser perdoado: "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido" (Mt 6,12).
São Pedro pergunta a Nosso Senhor quantas vezes devia perdoar quando um irmão pecasse contra ele. Até sete? E Jesus respondeu-lhe que não somente sete vezes, mas setenta vezes sete! (Cf. Mt 18, 21- 22) Comenta Lagrange: "Pedro sabe bem que é preciso perdoar a um irmão. Mas quais são os limites? Julga ele estar bem de acordo com o espírito de Jesus, propondo sete vezes".3 Mas Ele contou-lhe uma parábola:
"Porque o Reino dos céus é comparado a um rei que quis fazer as contas com os seus servos. Pronto a fazer as contas, apresentaram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Tendo começado a fazer as contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. Como não tivesse com que pagar, mandou o seu senhor que fosse vendido ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que tinha, e se saldasse a dívida. Porém o servo, lançando-se-lhe aos pés, lhe suplicou. Tem paciência comigo, eu te pagarei tudo. E o senhor, compadecido daquele servo, deixou-o ir livre, e perdoou-lhe a dívida. Mas esse servo, tendo saído, encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando-lhe a mão, o sufocava dizendo: Paga o que me deves'. O companheiro, lançando-se-lhe aos seus pés, lhe suplicou: ‘Tem paciência comigo, eu te pagarei'. Porém ele recusou e foi mandá-lo meter na prisão, até pagar a dívida. Os outros servos seus companheiros, vendo isto, ficaram muito contristados, e foram referir ao seu senhor tudo o que tinha acontecido. Então o senhor chamou-o, e disse-lhe: ‘Servo mau, eu perdoei-te a dívida toda, porque me suplicaste. Não devias tu logo compadecer-te também do teu companheiro, como eu me compadeci de ti? E o seu senhor, irado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a dívida. Assim também vos fará meu Pai celestial, se cada um não perdoar do íntimo do seu coração a seu irmão (Mt 18, 23-35)".
Esta parábola é muito eloquente e ensina, com clareza, como se deve perdoar e amar aos outros, sempre e de coração. Santa Teresa de Jesus adverte às suas religiosas sobre a importância do perdão ao próximo, dizendo que Nosso Senhor podia ter-nos ensinado "perdoai-nos, Senhor, porque fazemos muitas penitências", ou então "porque rezamos muito, jejuamos, deixamos tudo por Vós e muito vos amamos". Não. Ele disse somente: "assim como nós perdoamos".4
São Francisco de Sales também foi ousado em afirmar:
"Muitos dizem: - Amo em grande medida o meu próximo, e bem quero prestar-lhe algum serviço. - Isto está muito bem [...], mas não basta; há que fazer mais. - Oh! Quanto o amo! Amo-o tanto que de boa vontade empregaria meus bens por ele. - Isto já é mais e está melhor, mas ainda não é bastante. [...] Tem que ir mais longe; pois há algo mais alto nesse amor. Entregar-se até dar a vida pelo próximo não é tanto como abandonar-se ao capricho dos demais para eles ou por eles".5
Ajuda sobrenatural
Meramente com nossas forças nada podemos ou conseguimos, entretanto, temos em nosso auxílio uma protecção sobrenatural, sobre-humana, que é a protecção de Nossa Senhora. Entre Cristo e os homens, ensina o Professor Plinio Corrêa de Oliveira, há algo em comum, tão extraordinário que não se compreende profundamente: ter a mesma Mãe! Essa Mãe d'Ele, e também Mãe dos pecadores, tem misericórdia do filho mais estropiado, mais fraco, mais torto, desarranjado, e quanto mais esfarrapado e miserável, maior sua compaixão. Por isso, em diversas ocasiões, recomenda a importante necessidade de possuir uma inteira confiança em Nossa Senhora.
Quando uma alma é generosa em perdoar e suportar as misérias dos demais, por mais que tenha pecado, se pedir o auxílio da Mãe de misericórdia, Ela olhará com compaixão e indulgência e obterá o perdão de Deus.
Quer dizer, inesgotável, clementíssima, pacientíssima, pronta a perdoar a qualquer momento, de modo inimaginável, sem nunca um suspiro de cansaço, de extenuação, de agastamento. [...] Dispensada essa misericórdia, se ela for mal correspondida, vem uma misericórdia maior. E, por assim dizer, nossos abismos de ingratidão vão atraindo a luz para o fundo, quanto mais fugimos d'Ela, mais as suas graças se prolongam e se iluminam em nossa direção.

Nos momentos de dificuldade, de aflição e necessidade deve-se correr para Eles e jamais fugir d'Eles, como fez o filho da perdição, Judas. Entretanto, se depois de ter vendido Nosso Senhor por trinta dinheiros tivesse tido um movimento de devoção a Nossa Senhora, rezado a Ela, certamente obteria uma ajuda. Se ele A procurasse e dissesse: "Eu não sou digno de chegar próximo de Vós, de Vos olhar, de me dirigir a Vós, sou Judas, o imundo... mas, Vós sois minha Mãe, tende pena de mim", Ela o teria acolhido e tratado com benevolência sem par, aquele cujo nome é sinônimo de horror: Judas Iscariotes.7
Se a Virgem Santíssima é tão indulgente com o pecador, não se deve imitá-La, uma vez que Ela é louvada pelo título de Mãe dos pecadores? Os homens, portanto, têm o dever de amar o próximo, pois é na disposição de perdoar que a pessoa manifesta a verdadeira grandeza de alma. "Se pagar o bem com o mal é diabólico, e pagar o bem com o bem é mera obrigação, contudo, pagar o mal com o bem é divino".8
Essa retribuição de bondade, mesmo recebendo somente o mal, foi a nota marcante da vida de Nosso Senhor. A qualquer um que lhe pedisse algo, a cura, o perdão, tanto os bens do corpo como também os da alma, o Divino Mestre a tudo atendia com superabundância divina.
Uma das mais tocantes provas dessa misericórdia infinita deu-se no último lance da Paixão, quando no alto da cruz um dos ladrões lhe pediu perdão e Jesus disse-lhe: "Hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23 , 43), ou seja, Ele perdoou o bandido e transformou-o em santo.
Assim deve ser a confiança do homem no perdão de Deus; por pior que seja a situação em que se encontre, deve ele rezar a Nosso Senhor e dizer: "Se Vós para tantos homens sois misericordioso e os mantendes, então também a mim, criatura humana que sou, perdoai-me. Não mereço vossa indulgência, mas a misericórdia é para os que não a merecem!". Assim, Ele mesmo nos concederá o perdão, Ele mesmo nos receberá de volta, Ele mesmo curará os nossos males produzidos pelas nossas faltas.

Beatriz Alves dos Santos 
GaudiumPress
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Rezar reduz risco da doença de Alzheimer, afirmam cientistas

Um grupo de cientistas dos Estados Unidos e de Israel concluíram que rezar regularmente pode reduzir, no caso das mulheres, até em 50 por cento o risco de sofrer a doença de Alzheimer.

Os resultados, expostos em junho na Universidade de Tel Aviv (Israel), apontaram que a oração influi de forma notavelmente positiva no cérebro.
Segundo o professor Rivka Inzelberg, que encabeçou o estudo, "a oração é um costume no qual se utiliza o pensamento, e a atividade intelectual ocasionada poderia constituir uma medida de prevenção contra a doença".

"Qualquer trabalho intelectual influi positivamente ao trabalho do cérebro", assinalou o cientista.

A investigação experimentou dificuldades ao determinar a relação entre a oração e o Alzheimer entre homens, já que 90 por cento dos homens asseguraram rezar diariamente, o que impossibilitou ter uma amostra adequada.
Entretanto, "entre as mulheres, só 60 por cento rezava cinco vezes ao dia, e 40 por cento não rezava regularmente, assim pudemos comparar a informação", indicou Inzelberg.
Fonte: ACI Digital
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"Não se pode separar o sexo do matrimônio"



 O Arcebispo de Caracas (Venezuela), Cardeal Jorge Urosa Savino, alentou os jovens a sentir-se orgulhosos de serem cristãos e os chamou a promoverem a santidade da família e o autocontrole guardando o sexo para experimentar o verdadeiro amor dentro do matrimônio.

“Não se pode separar a atividade sexual do verdadeiro amor, do matrimônio que dá amparo e estabilidade aos esposos e às crianças, de uma família estável, carinhosa e unida. A prática sexual deve ser expressão de um amor autêntico, e estar contextualizada na família unida para sempre, com respeito, carinho e fidelidade para toda a vida”, assinalou o prelado durante a Missa de encerramento do Encontro Nacional de Jovens celebrado no domingo.

Desde Valencia (Venezuela), o Cardeal disse que frente a libertinagem afetiva-sexual, que é uma das ameaças do mundo moderno, os jovens cristãos devem responder “com o compromisso de promover e fortalecer o amor à família e o respeito às pessoas”.

“Promovamos a santidade da família, e para isso valorizemos a união conjugal cristã, santificada pelo próprio Jesus com o santo sacramento do matrimônio (…), porque o pecado, meus queridos jovens, leva à morte”, assinalou.

O Cardeal Urosa também chamou os jovens a intensificarem sua prática religiosa, especialmente comparecendo à Missa dominical. “É preciso, portanto,  ser firmes em nossa fé e praticá-la, viver em constante união com Deus, que está sempre ao nosso lado, e que quer ter um lugar privilegiado em nossos corações”, indicou.

Ao final de seu colóquio, o Arcebispo de Caracas também convidou aos jovens a considerarem “a possibilidade de seguir a Jesus Cristo na Igreja como sacerdotes, religiosos ou religiosas”.

“A vida de quem se consagra a Deus para levar sua luz de vida a tanta gente que vive nas trevas é muito bonita. É uma vida dedicada a fazer sempre o bem, a ser instrumentos de paz, a ser mensageiros e embaixadores de Cristo, promotores da vida e da felicidade”, afirmou.  
 
ACI Digital
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Nove formas de rezar


Inclinado em sinal de humildade; deitado no chão para pedir perdão pelos pecados; de joelhos para fazer penitência, participando nos sofrimentos de Jesus; com os braços abertos, fixando o Crucificado a fim de contemplar; com o olhar voltado para o céu sentindo-se arrebatado por Deus; na intimidade da meditação pessoal; sentado, tranquilo em atitude de escuta. São as nove formas de rezar de são Domingos de Gusmão propostas por Bento XVI aos fiéis que participaram esta manhã, quarta-feira 8 de Agosto, em Castel Gandolfo, no habitual encontro da audiência geral. Sobre o fundador da ordem dos padres pregadores, os dominicanos, o Pontífice já tinha falado numa catequese precedente, sublinhando a sua contribuição fundamental para a renovação da Igreja do seu tempo. Esta manhã quis apresentá-lo como «homem de oração» e «exemplo de integração harmoniosa entre contemplação dos mistérios divinos e actividades apostólicas», a tal ponto que «em cada momento a oração – afirmou – foi a força que renovou e tornou cada vez mais fecundas as suas obras apostólicas». Olhando para ele, o homem de hoje pode redescobrir «que a oração está na origem do testemunho de fé que cada cristão deve dar em família, no trabalho, no compromisso social e também nos momentos de lazer», pois «só a relação constante com Deus nos dá a força para viver intensamente cada acontecimento, sobretudo os mais difíceis». E fazem parte integrante da oração, recordou Bento XVI, também os comportamentos externos que acompanham «o diálogo com Deus». Depois, o Papa quis realçar a «necessidade para a nossa vida espiritual, de encontrar quotidianamente momentos para rezar com tranquilidade; devemos conceder-nos a nós mesmos este tempo sobretudo durante as férias, ter um pouco de tempo para falar com Deus». Será um modo «também para ajudar quem está próximo de nós – acrescentou o Pontífice – a entrar no raio luminoso da presença de Deus, que traz a paz e o amor de que necessitamos».
Concluindo a meditação sobre são Domingos o Papa dirigiu-se, como habitualmente, aos diversos grupos de fiéis provenientes de vários países. Ao saudar os peregrinos de língua francesa aproveitou mais uma vez a oportunidade para recomendar que dediquem este tempo privilegiado das férias à busca do contacto pessoal com Deus e com o próximo.
fonte.: news.va
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URGENTE ! Não Pequemos por omissão.


Explicando:

Dia 08 de agosto foi instalada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal a Comissão Especial para a reforma do Código Penal Brasileiro (PLS 236/2012). Esta notícia do G1 detalha a mesa diretora e traz também um quadro com os vários pontos polêmicos. Estamos bastante preocupados com os curtos prazos para a análise, que dificultam uma real participação da sociedade em um assunto tão importante. Por exemplo, os senadores poderão propor emendas à Comissão somente até o dia 04/09, isso em plena campanha eleitoral. Por isso,eles precisam saber que desejamos mudanças na proposta
Nosso destaque para o artigo 128:
Não há crime de aborto se:
I – houver risco à vida ou à saúde da gestante.
II – a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida;
III – comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos atestado por dois médicos.
IV – por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições de arcar com a maternidade.”
Destacamos também a criação do crime de Eutanásia, que na verdade equivale a diminuição de pena (pois atualmente é considerado homicídio), além de trazer uma absurda exclusão que permite matar parentes:
Art. 122. Matar, por piedade ou compaixão, paciente em estado terminal, imputável e maior, a seu pedido, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável em razão de doença grave:
Pena – Detenção, de dois a quatro anos.
§ 1º O juiz deixará de aplicar a pena avaliando as circunstâncias do caso, bem como a relação de parentesco ou estreitos laços de afeição do agente com a vítima.
Já fizemos uma avaliação mais detalhada desses pontos aqui:
A POPULAÇÃO BRASILEIRA PODE E DEVE SE MANIFESTAR!!
Empenhemo-nos em enviar mensagens e expor nossas opiniões, existe um modo bastante fácil de fazer isso: o canal “alô senado”. Basta ligar gratuitamente de qualquer fixo ou celular para o numero 0800 612211. As mensagens gravadas são entregues nos gabinetes dos senadores e, quando perguntarem para quem deve ser entregue a mensagem diga: “a todos os senadores, especialmente aos membros Comissão Especial para reforma do Código Penal”. Você também pode se manifestar especificamente aos senadores do seu Estado, que são os seus representantes.
Tomemos alguns exemplos de mensagens feitos pelo criador do blog escola sem partido, Miguel Nagib:
“Solicito a Vossa Excelência que, no anteprojeto do novo Código Penal, não descriminalize nem crie novas exceções para o aborto e eutanásia. O direito constitucional à vida deve ser respeitado.”
“Como cidadão, manifesto minha desaprovação à tentativa de descriminalizar o aborto e a eutanásia na reforma do Código Penal. Os nascituros e os doentes devem ser respeitados.”
“Peço que, na reforma do Código Penal, seja mantida a incriminação do aborto em todos os casos e não seja descriminalizada a eutanásia. A vida é um valor fundamental.”
Mensagens como estas podem ser feitas por telefone no número acima ou pela internet neste link. (http://www.senado.gov.br/senado/alosenado/codigo_penal.asp) É IMPORTANTE E URGENTE A NOSSA MANIFESTAÇÃO. VAMOS MOSTRAR QUE O POVO BRASILEIRO ESTÁ ATENTO E DESEJA O RESPEITO À VIDA DA CONCEPÇÃO À MORTE NATURAL.
 
Blog Do Carmadélio
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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A Vasectomia pode “invalidar” o matrimônio?


A vasectomia é uma intervenção cirúrgica que visa a esterilização do homem.
A Igreja Católica aprova essa intervenção ou qualquer outra que provoque a esterilização?
O Catecismo da Igreja Católica, em seu nº 2399, afirma que:
“A regulação da natalidade representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização direta ou a contracepção.”
Desta forma, a vasectomia, enquanto esterilização direta, é reprovada pela Igreja. Mas, sabe-se que existem situações que indiretamente contribuem para a esterilização, como, por exemplo, a extração de um tumor nos testículos. Nesse caso, não há problema.
A fim de aprofundar o tema, reportamo-nos a uma resposta da Congregação pda Doutrina da Fé a Conferência Episcopal norte-americana “Haec Sacra Congregatio”, de 13 de março de 1975, cujo teor transcrevemos:
Qualquer esterilização que, por si mesma ou por sua natureza e condição própria, tem por único efeito tornar incapaz a potência procriadora deve ser considerada esterilização direta., assim como é entendida pela pelas declarações do Magistério pontifício, especialmente de Pio XII.
Por isso, ela permanece absolutamente proibida segundo a doutrina da Igreja, não obstante toda reta inteção subjetiva dos que a praticam no intuito de curar ou de prevenir um mal físico ou psíquico que se pode prever ou recear como consequência de uma gravidez. E a esterilização da faculdade procriadora mesma é proibida mais estritamente ainda que a esterilização de atos determinados, porque acarreta para a pessoa quase sempre um estado de esterilidade irreversível.
E não vale invocar mandato da autoridade pública que, pretextando a necessidade do bem comum, queira impor uma esterilização direta, pois isso lesaria a dignidade e inviolabidade da pessoa humana.
Também não se pode invocar aqui o princípio de totalidade pelo qual as intervenções nos órgaos são justificados pelo bem superior da pessoa; uma esterilidade procurada em si não visa o bem integral da pessoa humana desejado do modo justo, “guardada a ordem das coisas e dos bens”, pois ela causa dano a seu bem ético, que é o mais elevado, já que deliberadamente, priva de seu elemento essencial a atividade sexual prevista e livremente escolhida. Por essa razão, o art. 20 do Código de ética médica, promulgado pela Conferência em 1971, traduz fielmente a doutrina a ser guardada e cuja observação deve ser urgida.
Confirmando esta doutrina tradicional da Igreja, a Congregação não ignora o fato de existir a respeito dela dissensão da parte de diversos teólolgos. Nega, porém, que a este fato se possa dar um significado teológico, como se constituísse um ‘lugar teológico’ que os fiéis poderiam invocar para, preterindo o magistério autêntico, aderir às posições dos teólogos que dele se afastam.”
No caso de a intervenção direta ser irreversível, uma sugestão é que a pessoa faça penitência, pois, a ideia de que o sexo não terá como consequência uma nova vida, pode induzi-la a aventurar-se em terrenos pecaminosos, com fins egoístas. Trata-se de um conselho espiritual, pois a Igreja entende que há algo de ruim na esterilização direta, seja pela vasectomia ou pela laqueadura.
Em 11 de agosto de 1936, o Santo Ofício emitiu uma resposta, cujo teor pode ser aqui utilizado:
“Uma esterilização feita com esta finalidade, a saber, de impedir uma descendência, é uma ação intrinsecamente má, por ausência do direito no agente; e por isso ela é proibida pela própria lei natural, seja ela efetuada por força de uma autoridade privada ou de uma autoridade pública.”
Um outro ponto importante é o de que a vasectomia não invalida o sacramento do matrimônio. A Congregação para a Doutrina da Fé emitiu no dia 13 de maio de 1977, um documento sobre o assunto. Nele, explica que o que pode invalidar um matrimônio é a impotência, portanto, não é o caso da vasectomia.
O documento mencionado sanou às seguintes dúvidas: “se a impotência, que faz nulo o matrimônio, consiste na incapacidade, antecedente e perpétua, seja absoluta, seja relativa de consumar a cópula conjugal.
Em caso de que se responda afirmativamente, se para a cópula conjugal se requer de maneira necessária a ejaculação do sêmem formado nos testículos. A primeira foi respondida: “sim”; a segunda: “não”.
Esta informação não invalida o fato de que a vasectomia é considerada imoral pela doutrina da Igreja, trata-se apenas de informar que alguém que tenha sido submetido a tal intervenção cirúrgica é passível de contrair um matrimônio válido.
Que todos possam ter sempre em mente que “a fecundidade é um bem, um dom, um fim do casamento. Dando a vida, os esposos participam da paternidade de Deus” (CIC 2399).

Padre Paulo Ricardo
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