"O SENHOR é Deus zeloso e vingador, o SENHOR é vingador e cheio de ira; o SENHOR toma vingança contra os seus adversários e reserva indignação para os seus inimigos. O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés. Ele repreende o mar, e o faz secar, e míngua todos os rios; desfalecem Basã e o Carmelo, e a flor do Líbano se murcha. Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta diante dele, sim, o mundo e todos os que nele habitam. Quem pode suportar a sua indignação? E quem subsistirá diante do furor da sua ira? A sua cólera se derrama como fogo, e as rochas são por ele demolidas." (Naum 1,2-6).
O Senhor é um Deus de justiça. Um de seus muitos nomes é Yahweh Tsidekenu (Deus de Justiça). Ele tem uma Lei e todos aqueles que a transgridem estão sob sua ira e indignação: "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça" (Romanos 1,18). Ele jamais inocenta o culpado, pelo contrário, condena todos aqueles que não permanecem em todos os preceitos de Sua Santa Lei.
Todos aqueles que transgridem a Lei de Deus são pecadores, pois o pecado é a transgressão da Lei (I João 3,4). E todos os pecadores estão debaixo de maldição, pois está escrito: "Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las" (Gálatas 3,10; Deuteronômio 27,26).
O problema é que todos os seres humanos são pecadores (Romanos 3,23). Com sua desobediência (Romanos 5,19), Adão, nosso antepassado mais antigo, nos transmitiu sua natureza pecaminosa, de forma que somos, por natureza, inclinados ao mal e à desobediência da Lei de Deus. Ninguém consegue cumprir perfeitamente a Lei, pois, mesmo que alguém a cumpra nos seus mínimos detalhes exteriormente, nunca terá prazer nela interiormente, por causa de sua natureza que só tem olhos para o pecado. É por isso que Paulo cita o salmista: "Não há justo, nem um sequer..." (Romanos 3,10), querendo dizer com isso que ninguém cumpre perfeitamente a Lei para ser considerado justo por Deus. Dessa forma, ninguém pode ser justificado diante de Deus tentando cumprir a Lei, pois ao homem natural isso é impossível.
Assim, a Lei de Deus, ao invés de justificar o homem diante de Deus, lhe dá o pleno conhecimento do pecado (Romanos 3,19-20), pois, ao se deparar com a Lei, que é santa, justa e boa (Romanos 7,12), e vendo que sua natureza é pecadora, injusta e má, o ser humano percebe o quanto é miserável e pecador. Deus não é injusto por exigir do homem uma coisa que ele não pode fazer, pois o homem, no seu estado inicial, tinha capacidade de obedecer a Lei de Deus, mas por sua voluntária desobediência, o ser humano entrou nesse terrível estado de pecado e morte.
Sendo assim, Deus justamente aplica Sua ira contra todos os pecadores, como vemos nas palavras de Paulo: "Porventura, será Deus injusto por aplicar a sua ira? Certo que não" (Romanos 3,5-6). E o que todos merecem por serem pecadores é a condenação eterna: "Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte" (Apocalipse 21,8). Todos os que sofrerão eternamente a ira do Senhor são aqueles que praticam o pecado, desobedecendo a Lei de Deus.
Mas o Senhor não é só um Deus justo, é também um Deus amoroso: "...Deus é amor" disse o apóstolo João em I João 4,8. Assim, Deus enviou o Seu único Filho ao mundo, Jesus Cristo, para resolver o problema do pecado (João 3,16). Jesus, ao contrário do homem natural, não herdou de Adão a natureza pecaminosa, pois foi gerado em Maria pelo Espírito de Deus (Lucas 1,30-35). Viveu uma vida inteira de obediência à Lei de Deus, sem cometer jamais nem um pecado sequer (Hebreus 4,14-15; 7,26). Assim, vivendo em completa obediência, foi o único homem justo em toda a face da Terra. No fim de Sua vida, mesmo sendo justo, Jesus foi condenado à morte, sendo crucificado. Na cruz, Ele se fez maldição em nosso lugar, pois está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro (cruz);" (Gálatas 3,13; Deuteronômio 21,23). Derramou Seu sangue justo para purificar pecadores (I João 1,7). Levou no Seu corpo, na cruz, os pecados de pecadores, morrendo e sepultando consigo o pecado. Ressuscitou ao terceiro dia, para a justificação dos que crêem (Romanos 4,25).
Jesus, sendo um homem completamente justo diante de Deus, pode fazer com que os seres humanos sejam justificados. Ele faz isso imputando a Sua justiça aos homens. Mas para que a justiça de Cristo passe a ser dos pecadores, é necessário que eles tomem posse dela pela fé. Quando os homens colocam sua fé na justiça de Cristo, e não na própria, que não existe, a justiça de Cristo passa a ser deles. É por isso que Paulo disse: “... por meio da obediência de um só (isto é, Jesus), muitos se tornarão justos" (Romanos 5,19), ou seja, por causa da obediência de Cristo à Lei de Deus, todos aqueles que crêem Nele, passam a ser justos aos olhos de Deus. Assim, a única forma do ser humano escapar da ira de Deus, sendo justificado perante Ele, é colocando sua fé em Cristo: "Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independente das obras da lei" (Romanos 3,28). O verdadeiro justo não é aquele que, inutilmente, tenta obedecer a Lei de Deus, mas aquele que se baseia na obediência de Cristo à essa Lei, sendo justificado pela fé: "O justo viverá por fé" (Romanos 1,17).
Deus não aplica Sua ira sobre aqueles que, graças ao Seu único Filho Justo, foram feitos justos e filhos de Deus. Pelo contrário, Ele lhes promete uma vida eterna ao lado Dele (João 6,40-47), pois, tendo sido justificados e libertados de todos os seus pecados pela fé, e tendo sido libertados da maldição da morte, que é fruto do pecado, esses seus filhos já não podem sofrer morte eterna., senão gozar de uma vida eterna. Além de tudo isso, esses seus filhos são transformados de servos do pecado para servos da justiça (Romanos 6,17-18), de forma que passam a obedecer de coração à Lei de Deus. E, se em algum momento cometerem alguma falta contra a Lei de Deus, cometendo um pecado, são perdoados ao invés de condenados, pois Cristo já recebeu a condenação pelos seus pecados. Assim, como disse o apóstolo, "já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8,1).
Se você não quer ser vítima da ira e indignação do Senhor, que está contra todos os pecadores e transgressores, arrependa-se dos seus pecados e coloque sua fé na justiça de Cristo. Quando você fizer isso, a justiça de Cristo passará a ser sua, e, ao invés de condenação, você receberá perdão. Agora, se você continuar nesse miserável estado de pecado, certamente a ira do Senhor será contra você e o seu destino será a eterna condenação!
Pe. Emílio Carlos Mancini.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
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