segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Bento XVI: verdadeira fé é a que aceita a Cruz de Cristo

Preside à concelebração com os cardeais criados nesse sábado

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de novembro de 2010 ZENIT. – A verdadeira fé é a que sabe aceitar a Cruz de Cristo; é nessa fé que se fundamenta o ministério do Papa e dos cardeais.

Foi o que explicou Bento XVI na manhã deste domingo, solenidade de Cristo Rei, ao presidir na Basílica Vaticana a concelebração eucarística com os 24 cardeais criados no consistório desse sábado, aos quais entregou nesta ocasião o anel cardinalício.

O anel é "sinal de dignidade, solicitude pastoral e de mais robusta comunhão com a Sé de Pedro", para que se reforce "o amor à Igreja".

"Pregai o Evangelho, testemunhai Cristo, edificai a Igreja santa de Deus, abençoai todos e a todos levai a paz de Cristo", pediu o Papa.

Em sua homilia, o Papa recordou que na leitura evangélica todos pedem a Jesus que desça da Cruz. Zombam d'Ele, mas é também um modo para desculpar-se, "como a dizer: não é nossa culpa o seu encontrar-se na Cruz; a culpa é somente sua, porque se fosse realmente o Filho de Deus, o Rei dos Judeus, não estaria aí, mas se salvaria descendo deste patíbulo infame".


"O drama que se dá sob a Cruz de Jesus é um drama universal; diz respeito a todos os homens diante de Deus que se revela por aquilo que é, ou seja, Amor. Em Jesus crucificado a divindade é desfigurada, espoliada de toda glória visível, mas está presente e é real.”

“Somente a fé sabe reconhecê-la: a fé de Maria, que une em seu coração também esta última peça do mosaico da vida de seu Filho; Ela ainda não vê tudo, mas continua confiando em Deus, repetindo mais uma vez com o mesmo abandono: ‘Eis a serva do Senhor’."

O Papa disse que daí emerge a mensagem fundamental que a Palavra de Deus diz hoje: "a mim, Sucessor de Pedro, e aos senhores cardeais". “Chama-nos a estar com Jesus, com Maria, e não a pedir-Lhe que desça da Cruz, mas permaneça ali com Ele”.

"E devemos fazê-lo por causa do nosso ministério, devemos fazê-lo não somente por nós mesmos, mas por toda a Igreja, por todo o povo de Deus."

"A participação no senhorio de Cristo se verifica concretamente somente ao partilhar o seu abaixamento, com a Cruz. Também o meu ministério, caros Irmãos, e consequentemente também o de vocês, consiste totalmente na fé."

Nesse sentido – frisou – o lugar autêntico do Vigário de Cristo é a Cruz, persistir na obediência à Cruz.

"Este ministério é difícil porque não se alinha ao modo de pensar dos homens – àquela lógica natural que, de certo modo, permanece sempre ativa também em nós mesmos.”

“Mas este é e permanece sendo sempre o nosso primeiro serviço, o serviço da fé, que transforma toda a vida: crer que Jesus é Deus, que é o Rei justamente porque chegou até aquele ponto, porque nos amou até o extremo."

"Eis a nossa alegria: participar, na Igreja, da plenitude de Cristo mediante a obediência à Cruz, participar da sorte dos santos na luz, ter sidos transferidos para o reino do Filho de Deus”

“Por isso nós vivemos em perene ação de graças, e também mediante as provações não faltam a alegria e a paz que Cristo nos deixou, qual antecipação do seu Reino, que já está no meio de nós, que aguardamos com fé e esperança, e pregustamos na caridade."

(Com Rádio Vaticano)

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