domingo, 21 de novembro de 2010

4 ANOS DE CARISMA 2006 - 2010.


Eram quase meio dia daquela manhã insossa, sem atrativos e morna. Tudo ia "por água abaixo". Minhas convicções já não eram as mesmas. O sonho de comunidade estava vazio e sem vida.

Era mais uma manhã normal na vida de alguém que buscou tanto ser e viver comunidade. Achei que nada mais acontecerei.

Havia errado tanto, decepcionado tanto, humanizado demais as coisas de Deus que julguei inconscientemente que a Vontade Dele já não mais reinaria.

Num dos quartos da casa a mulher brincava com seu filho ainda neném. No outro quarto um desgastado rezava seu rotineiro terço. E nos demais cômodos um silêncio mórbido... uma casa fria... mais um dia dia horrível. E todos cansados porque "nada mais dava certo".

Era um tempo de noite escura, manhã silenciosa, casa vazia e saudade pululante. Não havia mais sentido "estar juntos". E, aquele "resto" já não mais encontrava satisfação em "viver como irmãos". Triste mas, o sonho havia acabado. E realmente acabou.

Mas a semente deveria morrer senão a Obra nunca nasceria com características Divinas. A Beatitudes estava "humana demais". Justificada pela psicologia e pelas leis dos homens. E assim, deixou de encarar as coisas de Deus como sendo coisas de Deus.

Paramos de confessar. Paramos de comungar diariamente. Paramos de rezar juntos. Paramos de partilhar nossa vida e então, começamos a morar longe um do outro. E tudo isso era "normal". Amortecemos tanto a Vontade de Deus que não víamos mais os claros sinais e os movimentos do Espírito. Deixamos de viver os "imprevistos de Maria". Agora, tudo tinha que ter sentido e hora marcada. Pedíamos sinais, mas era nosso coração que estava empedernido, duro, frio e cego.

Deus não escrevia certo por linhas tortas. Deus escrevia corretamente por linhas mais claras e bem feitas. Os analfabetos éramos nós que não interpretávamos Sua Vontade.

Mas, quem disse que nosso Deus é feito de ira? Quem disse que para Ele existem só um peso e só uma medida?

Eram soldados feridos, mas não mortos. Eram carnes sangrando, mas não faltava o pulmão da Graça. E tudo se refez. Foi quando entendi que "o nada é suficiente para Deus". Se Ele criou a vida a partir do nada, também poderia "reunir os cacos espalhados" para os lançar um pouco mais longe.

E assim se fez. Durante o Mistério Gozoso da "Perda e encontro do Menino Jesus no Templo" o "véu se rasgou" e eu entendi que minha missão era "não entender" e aceitar O Deus que se feriu na Cruz por mim em Fidelidade.

"Vê Silvinho: Eu renovo todas as coisas". Eu tive que olhar como Nossa Senhora e acreditar que além das feridas, da tristeza, do desencanto, das decepções e frustrações haviam VIDA e VITÓRIA.

"Meu Deus, como foi difícil Te entender. Como foi complicado acreditar em Ti, Senhor, enquanto até meus irmãos se distanciaram de mim. Como foi dolorido e penoso fazer os poucos membros da Beatitudes olharem para Ti como olhares de encanto e de namoro. E não sei se consegui, Mestre. Ainda falta muito mas, "to" tentando, Senhor. "To" tentando levar meu pequeno rebanho até o fim. E "to" seguindo Tua ordem de despertar mais fieis nesta terra. Ajuda-me, Mestre, pois minha única certeza é que "quem segue sem entender entende o que é confiar".

Hoje, dia 21 de novembro de 2010, o meu Carisma Beatitudes completa 4 aninhos. Um bebê da idade do meu filho. E, aos poucos, estou "sacando" que uma criança não nasce pronta. Tão pouco um Carisma. E, para se desenvolver, o carisma precisa ser amado, cuidado e servido. Como um pai ama, se entrega e serve aos seu pequenino.

Obrigado, Jesus, por este carisma tão lindo e tão eficaz em minha vida.
Valeu, Mestre.

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