Igreja, que não tem partidos nem candidatos, e afirma que a decisão é do eleitor.
“Vocês decidem! É a vez dos eleitores, é a vez dos cidadãos, é a vez dos católicos(...).Todos vão fazer sua parte agora, decidindo, votando”, disse o arcebispo durante a missa comemorativa do aniversário da rádio 9 de Julho, sábado, 23, na Catedral da Sé.
De acordo com o arcebispo, sua análise se deve aos questionamentos de muitas pessoas, muitos fiéis, sobre a posição da Igreja e a dele, nestas eleições. Segundo o cardeal, «depois de debate aqui, debate ali, e vai pra cá e vai pra lá, e o povo se questionando: “E agora como é que fica?” “Pois é, como é que fica?”, ele próprio questionou, respondendo em seguida: “Vocês decidem!”».
O purpurado disse que sua posição, e o que tem transmitido, é a mesma posição da CNBB, que é a orientação da Igreja e do Direito Canônico, sobre padres e bispos não terem partido.
Recordando que o Código de Direito Canônica afirma: “Fique claro que a Igreja não tem opção oficial por Partidos ou Candidatos (as). Por isso, o Clero não deve envolver-se publicamente na campanha partidária”, Dom Odilo disse: “Vocês já pensaram se o bispo diz: ‘eu sou deste partido’, está dividida a diocese. A mesma coisa se o padre diz: ‘eu sou deste partido, votem neste partido’, está dividindo. Não pode”, enfatizou.
O mesmo foi afirmado por Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, da vizinha diocese de Guarulhos, ao ser criticado por partidarismo alguns meios. O bispo afirmou em entrevista à Veja: “Não tenho partido político”, “o papel do bispo é orientar os seus fiéis sobre a verdade, sobre a justiça e sobre a moral. Ele deve apresentar a verdade e denunciar o erro. Foi o que fiz”.
Prosseguindo, o cardeal explicou que também pelo fato de causar divisões, padres e bispos não devem indicar nem candidatos nem partidos, deixando a escolha livre aos eleitores. “Que escolham de acordo com sua consciência e responsavelmente. A nossa posição, a da Igreja, quanto aos princípios, vocês conhecem. A Igreja, de forma alguma, em nenhum momento, renuncia àquilo que são seus princípios, suas convicções, autonomamente.”
Dom Odilo disse, ainda, que todos têm o direito de fazer a sua campanha e, na hora de votar, cada um deve fazê-lo diante de sua consciência e diante de Deus, cumprindo a sua parte, para que o Brasil seja construído como um país democrático, respeitoso daquilo que são as coisas importantes, daquilo que é justiça, que constrói a paz, a solidariedade, a fraternidade, o respeito à vida, à pessoa, à dignidade humana.
“Isso está agora na ponta de nossos dedos; não é mais na caneta, é na ponta dos dedos, porque nós votamos na urna eletrônica. Então, essa é a palavra que eu queria dizer. E façamos este processo com respeito e na serenidade. Nós não podemos aprovar violência, não podemos aprovar desrespeito ao próximo. Sabemos que a campanha política sempre mexe com as emoções e as paixões. Mas isso passa. Depois a vida continua e devemos conviver e devemos levar adiante aquilo que são as nossas convicções, depois das eleições também”, concluiu.
Fonte: ACIdigital
.- Em uma matéria recém publicada pelo Jornal O São Paulo, da Arquidiocese da capital paulista, o Cardeal Odilo Scherer esclarece que sua posição é a posição da sábado, 30 de outubro de 2010
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