segunda-feira, 11 de julho de 2011

Santa ou pecadora?


Quando afrontamos esse tema, percebemos que não raramente falta clareza sobre o que é santidade objetiva e santidade subjetiva: ambas pertencem à Igreja, e como nos ensina São Boaventura: “Enquanto a primeira nunca estará ausente da Igreja, a segunda pode talvez faltar em algum dos seus membros”[1]. É muito importante compreendermos que o pecado de um dos seus servos nunca a tornará pecadora ou a fará menos santa, porque se trata de uma santidade objetiva.
Quando Cristo consumiu a obra que o Pai lhe havia confiado, enviou o Espírito Santo, no dia de Pentecostes, para santificar continuamente a sua Igreja e para que, por ela, todos os homens tivessem acesso ao Pai[2]. A Igreja é, portanto, “autocomunicação de Deus”. É Deus que, na realidade sacramental do Filho e da ação santificadora do Espírito Santo, se doa ao mundo. O Espírito Santo, que é a alma da Igreja, sustenta-a e a conduz à verdade total, unificando-a na comunhão e no ministério, enriquecendo-a e guiando-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos e adornando-a com os seus frutos[3]. Ou seja, ela tem a sua origem na Trindade, e, no tempo favorável, o Filho a fundou por meio da efusão do seu sangue e da sua doação esponsal no mistério da sua morte e ressurreição, confirmando-a no Espírito Santo e, por Ele, enviando-a ao mundo inteiro[4].
Existe uma tentação de pensar a Igreja somente como uma realidade sensível e fixar-se apenas nas estruturas, mas esse seria um olhar demasiadamente pobre e parcial, porque ela é a Esposa e o Corpo de Cristo, e Ele se dá somente no seu Corpo, nunca em uma mera ideia; se dá no seu corpo vivo e ressuscitado no Santíssimo Sacramento do Altar e no seu Corpo Místico, que é a sua Igreja, Sacramento e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano[5].
Quando alguém recita o Credo, diz: “Creio na Igreja... santa...”, e, ao fazê-lo, privada ou comunitariamente, proclama um dogma de fé, uma verdade contida no símbolo das principais verdades cristãs. Mas o que é a santidade? Em primeiro lugar, é um atributo divino[6] e a vontade de Deus, como nos diz o Apóstolo Paulo, é a nossa santificação[7]; “por isso, todos da Igreja, quer pertençam à hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade”[8]. Os filhos da Igreja, como nos ensina a Lumen Gentium 40, não pelos próprios méritos, mas pela graça batismal e pelos efeitos contínuos da graça de Deus, “são filhos e participantes da natureza divina e, por conseguinte, realmente santos”. Frutos maduros e abundantes dessa santidade são também os milhões de santos e santas que desde a sua origem testemunham, com parresia, a fé da Igreja e, por ela, consomem, com alegria, a própria vida.
Lemos, na LG 8, que a Igreja contém pecadores no seu próprio seio, portanto, ela é simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação e, por isso, exercita continuamente a penitência e conversão. Essa afirmação do Vaticano II deve despertar em nós um maior zelo pela coerência entre a fé que professamos e a fé que testemunhamos para que também, por meio de nós, filhos da Igreja, todos os homens experimentem dos frutos do Espírito para a santificação.
Instituto Parresia
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[1] De Sacr. Mis. 2,9,9.
[2]
 Cfr. LG 4.
[3]
 Idem.
[4]
 Cfr. CCC 766-767.
[5]
 LG 1.
[6]
 Cfr. Is 40,25; Lv 11,45; Lc 20,26; 1Sm 2,2.
[7]
 1Tes 4,3.
[8]
 LG 39.
 Josefa Alves
Comunidade Católica Shalom

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