terça-feira, 5 de abril de 2011

A benção de Deus


Há um Salmo na Bíblia que nos dá um dos mais preciosos ensinamentos para a nossa vida:

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem.

Se o Senhor não guardar a cidade, debalde vigiam as sentinelas” (Sl 126,1).

Não é por acaso que o título desse salmo é “A fonte de todo bem”, isto é, a bênção de Deus.
Muitas vezes, nosso trabalho não produz o que esperamos e nossas obras não dão o fruto que planejamos, porque confiamos apenas em nós mesmos e nos esquecemos de pedir a Bênção Daquele que é o Senhor de tudo e de todos, e que “tem o mundo em Suas mãos”. Tantas vezes Deus permite que nossos projetos fracassem para que aprendamos que sem a Sua Bênção nada podemos fazer.


É próprio daquele que é humilde pedir a Bênção de Deus para sua vida e atividades. Da mesma forma, é próprio daquele que é orgulhoso e auto-suficiente contar apenas consigo mesmo e esquecer-se da graça de Deus. Muitos, após inúmeros sofrimentos e insucessos, acabam, pela própria graça de Deus, encontrando a face do Senhor entre os acontecimentos da vida. Outros, lamentavelmente, persistem em não querer ver a Face daquele que tudo criou. Diz um autor anônimo que “Deus não fala, mas que tudo fala de Deus”. Basta olharmos a natureza e ouviremos Sua voz. “São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras” (Sb 13,1).

Ser humilde é reconhecer que “toda dádiva boa e todo dom perfeito vem de cima: desce do Pai das luzes” (Tg 1,17a) e que, portanto, não temos motivo algum para orgulho, vaidade e auto-suficiência. Da mesma forma, ser humilde é não se desesperar com a própria fraqueza, miséria ou impotência, uma vez que se reconhece que toda a força vem da Bênção de Deus. O livro dos Provérbios ensina que “De resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (2 Pe 5,5; Pr 3,34). Ele não ouve a oração do soberbo e, conseqüentemente, não lhe dá a Sua Bênção. Por outro lado, Deus ama aquele que reconhece a própria fraqueza, e lhe dá a Sua graça.
Somente quando reconhecemos nossa pequenez é que podemos experimentar em nós o poder de Deus. Foi o que o Senhor disse a São Paulo: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (2 Cor 12,9). Foi essa grande verdade, fruto da humildade, que levou o apóstolo a exclamar: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo” (II Cor 12,9b);
Vivemos grande parte da vida preocupados com nossas responsabilidades como pais, como profissionais, etc. Quando nos sentimos abalados e amedrontados com nossas tarefas diárias, não será porque contamos apenas com nós mesmos, esquecendo-nos da Bênção de Deus? Nossos fardos são por demais pesados para que os carreguemos sozinhos. É preciso deixar que Deus os carregue para nós. De que forma? Confiando-Lhe nossas obras, entregando-Lhe nossas preocupações, confessando-Lhe nossa fraqueza e pedindo-Lhe Sua Bênção para tudo o que fizermos. Além disso, a melhor maneira de sermos copiosamente abençoados por Deus é fazendo a Sua santa vontade, realizando todas as coisas para Ele e por amor a Ele. É exatamente o que São Paulo ensinou quando disse: “Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,23-24). O mesmo Salmo 126 ensina que:

Inútil levantar-vos antes da aurora, e retrasar até alta noite vosso descanso, para comer o pão de um duro trabalho, pois Deus o dá aos seus amados até durante o sono” (Sl 126,2).

Quando estivermos cansados e oprimidos pelo peso das nossas atividades, é o momento de pararmos e perguntarmos a nós mesmos se não nos está faltando a Bênção de Deus. Se a resposta for sim, devemos olhar para o céu e dizer ao Senhor, do fundo do coração: 

“Daí-me a Vossa Bênção! Não me oculteis a Vossa face, para que eu não pereça.”

“Apressai-vos em me atender, Senhor, pois estou a ponto de desfalecer” (Sl 142,7a).

Prof. Felipe Aquino
www.cleofas.com.br

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