O
zelo do Magistério da Igreja em seguir e inculturar-se na sociedade
contemporânea, apontando caminhos e reflexões seguras em tempos de
incerteza, que caracterizam o viver das pessoas no mundo atual.
Trata-se de olhar, acolher, reconhecer, contemplar e orientar o ser humano na atual conjuntura revolucionária e impactante do mundo da comunicação.
Olhando em profundidade para a mensagem de Bento XVI para 2011 – “Verdade, anúncio e autenticidade da vida, na era digital” –, fica muito claro e relevante a articulação existente com os dois últimos temas oferecidos pelo pontífice: 2009 – Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade; 2010 – O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra. Articulação que parte de uma constatação em que se move a sociedade hoje: o “continente digital”. Nesse “continente” vivem pessoas que são convidadas a “estar” nesse mundo, especialmente os jovens, vivendo e circulando nas redes sociais os valores humanos do diálogo, da amizade, conforme o convite da mensagem de 2010.
Além de reconhecer que, como a revolução industrial “produziu uma mudança profunda na sociedade”, a atual mensagem do Papa enfatiza que “hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais”.
Parte dos grandes destaques da mensagem, que requer reflexão, é o reconhecimento da Igreja pelas transformações sociais culturais provocadas pelas novas tecnologias, que introduzem não somente um modo novo de comunicar, mas nos fazem olhar a “mudança” da “própria comunicação em si mesma”.
Daí a decorrência de que não se trata somente de “novidades” das tecnologias, mas que “está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar”. É como se estivéssemos vivendo uma nova civilização. Aprender e pensar, ousamos dizer, necessita absorver uma modalidade nova, nos sistemas de educação, de elaboração do pensamento, entre outros. A consequência pode ser óbvia, como entendimento, mas, como prática, requer a mudança de métodos de ensino, de informar, de comunicar, de evangelizar.
Novas possibilidades se apresentam no mundo digital, mas, ao mesmo tempo, impõe-se “de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital”. As redes na internet, como exemplo, oferecem extraordinárias potencialidades, mas também “a complexidade de suas aplicações”. O Pontífice agrega que “as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano”.
É nesse “mundo digital” que se ancora o palco planetário onde se movem as pessoas, sobretudo nas social network. Os jovens, expressa a mensagem, são os principais sujeitos que transitam pela mudança da comunicação, vivem as contradições e a criatividade “própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida”.
Nas redes sociais se estabelecem novas formas de relação interpessoal; há uma influência na percepção de si próprio e, por consequência, da autenticidade do próprio ser. Nesse confronto e busca de partilha, enfatiza o Papa, é imprescindível a pergunta: “quem é o meu próximo neste novo mundo? [...] Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva”.
Nas palavras de Bento XVI, depreende-se a insistência para o fato de que a comunicação deve ser entendida e centrada na pessoa humana, que está no coração de todos os processos comunicativos.
Em suas palavras, “mesmo em uma era que é amplamente dominada e, por vezes, condicionada pelas novas tecnologias, o valor do testemunho pessoal continua a ser essencial”. Existe, portanto, um “estilo cristão de presença também no mundo digital”.
E o pensamento do Magistério se faz claro e insubstituível nas palavras quando afirma que: comunicar o Evangelho através dos novos midia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele.
O estilo cristão de estar nas redes, sem dúvida, diz o Papa, vai desafiar algumas lógicas próprias da web, porque a verdade que somos chamados a partilhar “não extrai o seu valor da sua popularidade, ou da quantidade de atenção que lhe é dada. [...] A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objeto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre”.
O olhar positivo da Igreja convida todos os cristãos a exercerem uma criatividade consciente e responsável na rede de relações que as possibilidades da era digital proporciona, porque “ela se tornou parte integrante da vida humana”. Aí, na web, somos chamados a contribuir para desenvolver com formas novas “a consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada”.
Na conclusão da mensagem, um convite especial aos jovens para fazer bom uso da sua presença no areópago digital.
Trata-se de olhar, acolher, reconhecer, contemplar e orientar o ser humano na atual conjuntura revolucionária e impactante do mundo da comunicação.
Olhando em profundidade para a mensagem de Bento XVI para 2011 – “Verdade, anúncio e autenticidade da vida, na era digital” –, fica muito claro e relevante a articulação existente com os dois últimos temas oferecidos pelo pontífice: 2009 – Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade; 2010 – O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra. Articulação que parte de uma constatação em que se move a sociedade hoje: o “continente digital”. Nesse “continente” vivem pessoas que são convidadas a “estar” nesse mundo, especialmente os jovens, vivendo e circulando nas redes sociais os valores humanos do diálogo, da amizade, conforme o convite da mensagem de 2010.
Além de reconhecer que, como a revolução industrial “produziu uma mudança profunda na sociedade”, a atual mensagem do Papa enfatiza que “hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais”.
Parte dos grandes destaques da mensagem, que requer reflexão, é o reconhecimento da Igreja pelas transformações sociais culturais provocadas pelas novas tecnologias, que introduzem não somente um modo novo de comunicar, mas nos fazem olhar a “mudança” da “própria comunicação em si mesma”.
Daí a decorrência de que não se trata somente de “novidades” das tecnologias, mas que “está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar”. É como se estivéssemos vivendo uma nova civilização. Aprender e pensar, ousamos dizer, necessita absorver uma modalidade nova, nos sistemas de educação, de elaboração do pensamento, entre outros. A consequência pode ser óbvia, como entendimento, mas, como prática, requer a mudança de métodos de ensino, de informar, de comunicar, de evangelizar.
Novas possibilidades se apresentam no mundo digital, mas, ao mesmo tempo, impõe-se “de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital”. As redes na internet, como exemplo, oferecem extraordinárias potencialidades, mas também “a complexidade de suas aplicações”. O Pontífice agrega que “as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano”.
É nesse “mundo digital” que se ancora o palco planetário onde se movem as pessoas, sobretudo nas social network. Os jovens, expressa a mensagem, são os principais sujeitos que transitam pela mudança da comunicação, vivem as contradições e a criatividade “própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida”.
Nas redes sociais se estabelecem novas formas de relação interpessoal; há uma influência na percepção de si próprio e, por consequência, da autenticidade do próprio ser. Nesse confronto e busca de partilha, enfatiza o Papa, é imprescindível a pergunta: “quem é o meu próximo neste novo mundo? [...] Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva”.
Nas palavras de Bento XVI, depreende-se a insistência para o fato de que a comunicação deve ser entendida e centrada na pessoa humana, que está no coração de todos os processos comunicativos.
Em suas palavras, “mesmo em uma era que é amplamente dominada e, por vezes, condicionada pelas novas tecnologias, o valor do testemunho pessoal continua a ser essencial”. Existe, portanto, um “estilo cristão de presença também no mundo digital”.
E o pensamento do Magistério se faz claro e insubstituível nas palavras quando afirma que: comunicar o Evangelho através dos novos midia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele.
O estilo cristão de estar nas redes, sem dúvida, diz o Papa, vai desafiar algumas lógicas próprias da web, porque a verdade que somos chamados a partilhar “não extrai o seu valor da sua popularidade, ou da quantidade de atenção que lhe é dada. [...] A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objeto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre”.
O olhar positivo da Igreja convida todos os cristãos a exercerem uma criatividade consciente e responsável na rede de relações que as possibilidades da era digital proporciona, porque “ela se tornou parte integrante da vida humana”. Aí, na web, somos chamados a contribuir para desenvolver com formas novas “a consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada”.
Na conclusão da mensagem, um convite especial aos jovens para fazer bom uso da sua presença no areópago digital.
Jornalista, doutora em Comunicação Social