segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sentido do advento

«O Advento e o Natal experimentaram um incremento de seu aspecto externo e festivo profano tal que no seio da Igreja surge, da própria fé, uma aspiração a um Advento autêntico: a insuficiência desse ânimo festivo por si só se deixa sentir, e o objetivo de nossas aspirações é o núcleo do acontecimento, esse alimento do espírito forte e consistente do qual nos fica um reflexo nas palavras piedosas com as quais nos felicitamos nas festas. Qual é esse núcleo da vivência do Advento?

Podemos tomar como ponto de partida a palavra «Advento»; este termo não significa «espera», como poderia se supor, mas é a tradução da palavra grega parusia, que significa «presença», ou melhor, «chegada», quer dizer, presença começada. Na antigüidade era usado para designar a presença de um rei ou senhor, ou também do deus ao qual se presta culto e que presenteia seus fiéis no tempo de sua parusia. Ou seja, o Advento significa a presença começada do próprio Deus. Por isso, nos recorda duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda que não seja total, mas está em processo de crescimento e amadurecimento. Sua presença já começou, e somos nós, os crentes, que, por sua vontade, devemos fazê-lo presente no mundo. É por meio de nossa fé, esperança e amor que ele quer fazer brilhar a luz continuamente na noite do mundo. De modo que as luzes que acendamos nas noites escuras deste inverno sejam ao mesmo tempo consolo e advertência: certeza consoladora de que «a luz do mundo» já foi acesa na noite escura de Belém e transformou a noite do pecado humano na noite santa do perdão divino; por outra parte, a consciência de que esta luz somente pode - e somente quer - seguir brilhando se é sustentada por aqueles que, por ser cristãos, continuam através dos tempos a obra de Cristo. A luz de Cristo quer iluminar a noite do mundo através da luz que somos nós; sua presença já iniciada deve seguir crescendo por meio de nós. Quando na noite santa soe uma e outra vez o hino Hodie Christus natus est, devemos recordar que o início que foi produzido em Belém deve ser em nós início permanente, que aquela noite santa é novamente um «hoje» cada vez que um homem permite que a luz do bem faça desaparecer nele as trevas do egoísmo (...) a criança - Deus nasce ali onde se obra por inspiração do amor do Senhor, onde se faz algo mais que intercambiar presentes.


Advento significa presença de Deus já começada, mas também apenas começada. Isto implica que o cristão não olha somente o que já foi e o que aconteceu, como também ao que está por vir. Em meio a todas as desgraças do mundo, tem a certeza de que a semente de luz segue crescendo oculta, até que um dia o bem triunfará definitivamente e tudo lhe estará submetido: no dia em que Cristo retorne. Sabe que a presença de Deus, que acaba de começar, será um dia presença total. E esta certeza o faz livre, o dá um apoio definitivo (...)».

Alegrai-vos no Senhor

(...) «"Alegrai-vos, uma vez mais vos digo: alegrai-vos". A alegria é fundamental no cristianismo, que é por essência evangelium, boa nova. E, entretanto, é ali onde o mundo se equivoca, e sai da Igreja em nome da alegria, achando que a Igreja a tira do homem com todos os seus preceitos e proibições. Certamente, a alegria de Cristo não é tão fácil de ver como o prazer banal que nasce de qualquer diversão. Mas seria falso traduzir as palavras: «Alegrai-vos no Senhor» por estas outras: «Alegrai-vos, mas no Senhor», como se na segunda frase se quisesse recordar o afirmado na primeira. Significa simplesmente «alegrai-vos no Senhor», já que o apóstolo evidentemente crê que toda verdadeira alegria está no Senhor, e que fora dele não pode haver nenhuma. E de fato é verdade que toda alegria que se dá fora dele ou contra ele não satisfaz, mas que, ao contrário, arrasta o homem a um redemoinho no qual não pode estar verdadeiramente contente. Mas isso aqui nos faz saber que a verdadeira alegria não chega até que não a traz Cristo, e que do que se trata em nossa vida é de aprender a ver e compreender a Cristo, o Deus da graça, a luz e a alegria do mundo. Pois nossa alegria não será autêntica até que deixe de apoiar-se em coisas que podem ser-nos arrebatadas e destruídas, e se fundamente na mais íntima profundidade de nossa existência, impossível de ser-nos arrebatada por força alguma do mundo. E toda perda externa deveria fazer-nos avançar um passo rumo a essa intimidade e fazer-nos mais maduros para nossa vida autêntica.

Assim se passa a ver que os dois quadros laterais do tríptico de Advento, João e Maria, apontam ao centro, a Cristo, desde o qual são compreensíveis. Celebrar o Advento significa, dizendo mais uma vez, despertar para a vida a presença de Deus oculta em nós. João e Maria nos ensinam a fazê-lo. Para isso, devemos andar por um caminho de conversão, de afastamento do visível e aproximação ao invisível. Andando esse caminho somos capazes de ver a maravilha da graça e aprendemos que não há alegria mais luminosa para o homem e para o mundo que a da graça, que apareceu em Cristo. O mundo não é um conjunto de penas e dores, toda a angústia que exista no mundo está amparada por uma misericórdia amorosa, está dominada e superada pela benevolência, o perdão e a salvação de Deus. Quem celebre assim o Advento poderá falar com razão da celebração natalina: feliz bem-aventurada e cheia de graça. E conhecerá como a verdade contida na felicitação natalina é algo muito maior do que esse sentimento romântico dos que a celebram como uma espécie de diversão de carnaval».

Estar preparados...

«No capítulo 13 que Paulo escreveu aos cristãos em Roma, diz o Apóstolo o seguinte: "A noite vai muito avançada e já se aproxima o dia. Despojemo-nos, pois, das obras das trevas e vistamos as armas da luz. Andemos decentemente e como de dia, não vivendo em orgias e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes, antes vesti-vos do Senhor Jesus Cristo..." Segundo isso, Advento significa colocar-se de pé, despertar, sacudir-se do sono. Que quer dizer Paulo? Com termos como "orgias, bebedeiras, devassidão e libertinagem" expressou claramente o que entende por «noite». As orgias noturnas, com todos seus acompanhamentos, são para ele a expressão do que significa a noite e o sono do homem. Esses banquetes se convertem para São Paulo em imagem do mundo pagão em geral que, vivendo de costas para a verdadeira vocação humana, se afunda no material, permanece na escuridão sem verdade, dorme apesar do ruído e da agitação. A orgia noturna aparece como imagem de um mundo estragado. Não devemos reconhecer com espanto quão freqüentemente descreve Paulo desse modo nosso paganizado presente? Despertar-se do sono significa sublevar-se contra o conformismo do mundo e de nossa época, sacudir-nos, com valor, para a virtude e a fé, sono que nos convida a nos desentendermos de nossa vocação e nossas melhores possibilidades. Talvez as canções do Advento, que escutamos de novo esta semana, tornem-se sinais luminosos para nós, mostrem-nos o caminho e nos permitam reconhecer que há uma promessa maior que a do dinheiro, do poder e do prazer. Estar despertos para Deus e para os demais homens: eis aqui o tipo de vigilância a que se refere o Advento, a vigilância que descobre a luz e proporciona mais claridade ao mundo».


João Batista e Maria


«João Batista e Maria são os dois grandes protótipos da existência própria do Advento. Por isso, dominam a liturgia desse período. Olhemos primeiro a João Batista! Está frente a nós exigindo e atuando, exercendo, pois, exemplarmente a tarefa masculina. Ele é o que chama, com todo rigor, à metanóia, a transformar nosso modo de pensar. Quem queira ser cristão deve "mudar" continuamente seus pensamentos. Nosso ponto de vista natural é, desde então, querer afirmar-nos sempre a nós mesmos, pagar com a mesma moeda, colocar-nos sempre no centro. Quem quiser encontrar a Deus deve se converter interiormente uma e outra vez, caminhar na direção oposta. Tudo isso deve se estender também a nosso modo de compreender a vida em seu conjunto. Dia após dia nos topamos com o mundo do visível. Tão violentamente penetra em nós através de cartazes, do rádio, do tráfico e demais fenômenos da vida diária, que somos induzidos a pensar que só existe ele. Entretanto, o invisível é, na verdade, mais excelso e possui mais valor que todo o visível. Uma só alma é, segundo a soberba expressão de Pascal, mais valiosa que o universo visível. Mas, para percebê-lo de forma viva, é preciso converter-se, transformar-se interiormente, vencer a ilusão do visível e fazer-se sensível, afinar o ouvido e o espírito para perceber o invisível. Aceitar esta realidade é mais importante que tudo o que, dia após dia, se projeta violentamente sobre nós. Metanoeite: dai uma nova direção a vossa mente, disponde-na para perceber a presença de Deus no mundo, mudai vosso modo de pensar, considerai que Deus se fará presente no mundo em vós e por vós. Nem sequer João Batista se eximiu do difícil acontecimento de transformar seu pensamento, do dever de converter-se. Quão certo é que este seja também o destino do sacerdote e de cada cristão que anuncia a Cristo, ao qual conhecemos e não conhecemos!»

Palavras do Cardeal Joseph Ratzinger sobre o Advento

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Vida concebida deve-se proteger com o máximo cuidado

Bento XVI presidiu vigília pela vida do nascituro


CIDADE DO VATICANO, domingo, 28 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – "A vida, uma vez concebida, deve ser protegida com o máximo cuidado", afirma Bento XVI.

O Papa presidiu no final da tarde desse sábado, na Basílica de São Pedro, as Primeiras Vésperas do I Domingo do Advento.

A celebração realizou-se no contexto da vigília pela vida do nascituro, a cuja participação foram convidadas a se unir as comunidades católicas de todo mundo.

Em sua homilia – segundo informa Rádio Vaticano –, o Papa convidou os protagonistas da política, da economia e da comunicação social a promoverem uma cultura de respeito pela vida. Ele pediu que se promovam condições favoráveis e redes de apoio ao acolhimento e desenvolvimento da vida.

“Há correntes culturais que procuram anestesiar as consciências com motivações enganadoras”, afirmou Bento XVI, sublinhando que o embrião no ventre materno “não é um amontoado de material biológico”, mas um “novo ser vivo”.

O Papa ressaltou os problemas que afetam as crianças após o nascimento, como abandono, fome, miséria, doença, abusos, violência e exploração.

"As muitas violações dos direitos das crianças que se comentem no mundo ferem dolorosamente a consciência de toda pessoa de boa vontade."

O Papa pediu o respeito, a defesa, o amor e o serviço pela vida, “toda vida humana”. Somente neste caminho se encontrarão “justiça, desenvolvimento, verdadeira liberdade, paz e felicidade”, disse.

A vigília pela vida do nascituro marcou também a conclusão do Congresso Internacional da Família promovido pelo Pontifício Conselho para a Família, evento que abordou o tema da família como sujeito ativo na pastoral e no anúncio missionário.

Fonte: Zenit

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ESPOSOS DESCARTÁVEIS

“Se não der certo troca!”

Essa frase é muito comum hoje quando falamos em família, de pessoa. Há um certo tempo seus uso era restrito a objetos e coisas materiais.

Com os eletrodomésticos de nossas casas fazemos assim. Estragou manda consertar. Não têm mais conserto, joga fora e compra outro. Assim o mercado cresce e se desenvolve.

Mas o problema é justamente este: ficamos tão acostumados a trocarmos os objetos que caímos na tentação de trocarmos as pessoas, fazendo delas objetos de nossos interesses.

Num casamento, por exemplo, se acontecer algumas discussões, que é normal, pra que se estressar. Troca. Há muitos na fila de espera.

Acredito que este foi o maior erro da humanidade. Fazer das pessoas mercadoria de troca; “compra e venda”. “Pega-se por um tempo, usa-se, experimenta, não serve mais troca por outro, por outro(a) melhor, que atenda suas necessidades do momento.

Desta forma nenhum casamento durará mais de cinco anos.

Precisamos aprender que pessoas não são mercadorias, que não se troca e nem se vende conforme as necessidades nossas.

As pessoas são humanas e divinas, podem mudar, crescer, amadurecer, aprender, por isso não podem ser taxadas, muito menos negociadas como se fossem mercadorias.

No casamento, como exemplo, se houver mais diálogo, amor, respeito as coisas podem mudar.

Diante de algum problema, é preciso diálogo, as vezes é preciso “dar o braço a torcer”. Aceitar o sim e o não.

Desta forma vamos ensinando nossas crianças a fazerem o mesmo. Descartarem e usarem as pessoas conforme suas necessidades.

Muitos de nós criticamos bandidos, aqui não dou mérito a eles, apenas uso como exemplo radical, mas acabamos por fazer as mesmas coisas. Se eles matam é porque para eles a pessoa é mercadoria, objeto de uso que pode ser trocado ou eliminado quando incomoda, não serve, ou está no lugar errado. Quando maltratamos uma pessoa, fazemos a mesma coisa. Agredimos emocionalmente alguém tentando se livrar dele(a) porque nos incomoda, não tem serventia, não serve para mais nada.

A mudança que precisa acontecer, e será significativa na vida de todos nós começa aqui, no valor e importância que damos a nós mesmos e aos outros.

No mundo atual caímos na tentação da busca do mais fácil, mais rápido e mais simples. Se uma pessoa não está de acordo com minha vontade vamos pelo mais rápido, eliminar esta pessoa da nossa vida; trocar.

O caminho mais humano, acredito que é o do diálogo para que elas possam ter no mínimo uma chance para mudar, assim como nós queremos uma chance quando erramos.

Sempre queremos ser entendidos, mas poucas vezes buscamos ou tentamos entender o outro que sofre por não ser entendido ou ser mal interpretado.

Quando redescobrirmos que pessoa não são objetos, nem mercadorias, nossa relação mudará, com certeza será mais duradoura pois aprenderemos a valorizar a pessoa do outro, com suas qualidades, talentos, dificuldades.

Enquanto não nos dermos conta disso a humanidade tende a piorar cada vez mais e as conseqüências caíram sobre nós, homens desumanos sem fé e esperança.

Por outro lado sempre existem pessoas que sabem e fazem isso muito bem e estas são felizes, porque vêem no outro aquilo que são.

Ir. Hermes José Novakoski

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BELO DEVER DO HOMEM: ORAR E AMAR

Prestai atenção, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na terra, mas no Céu. Por isso, o nosso pensamento deve voltar-se para onde está o nosso tesouro.
O homem tem este belo dever e obrigação: orar e amar. Se orais e amais, tendes a felicidade do homem sobre a terra.
A oração não é outra coisa senão a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, experimenta em si mesmo uma certa suavidade e doçura que inebria e uma luz admirável que o circunda. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém mais os pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequena criatura! É uma felicidade que supera toda a compreensão humana.
Nós tornámo-nos indignos de orar; mas Deus, na sua bondade, permite-nos falar com Ele. A nossa oração é o incenso que mais Lhe agrada.
Meus filhos, o vosso coração é pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus. A oração faz-nos saborear antecipadamente a suavidade do Céu, é como se alguma coisa do Paraíso descesse até nós. Ela nunca nos deixa sem doçura; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita desaparecem as dores, como a neve aos raios do sol.
Outro benefício nos traz a oração: o tempo passa depressa e com tanto prazer que não se sente a sua duração. Escutai: quando era pároco em Bresse, em certa ocasião tive de percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas, que estavam doentes; e podeis estar certos disto: nessas longas caminhadas rezava ao bom Deus e o tempo não me parecia longo.
Há pessoas que se submergem profundamente na oração, como os peixes na água, porque estão completamente entregues a Deus. O seu coração não está dividido. Oh como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Coleta viam Nosso Senhor e conversavam com Ele do mesmo modo que nós falamos uns com os outros.
Nós, pelo contrário, quantas vezes vimos para a igreja sem saber o que havemos de fazer ou que pedir! No entanto, sempre que vamos ter com algum homem, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Mais: há pessoas que parecem falar a Deus deste modo: «Só tenho a dizer-Vos duas palavras para ficar despachado...». Muitas vezes penso: Quando vimos para adorar a Deus, conseguiríamos tudo o que pedimos se pedíssemos com fé viva e coração puro.

São João Maria Vianey
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vem Senhor Jesus

Quais são as características da verdadeira amizade? São várias, uma delas se comprova quando se tem a confiança de revelar ao amigo os próprios pensamentos. É o que há de mais íntimo no ser humano, lugar impenetrável aos outros, não para um verdadeiro amigo. Pode-se revelar um segredo ou mesmo um desejo. "O termo ‘revelação' significa literalmente ‘tirar o véu que oculta alguma coisa'." [1]

Outra prova de uma amizade levada até as últimas consequências é dar a própria vida, se necessário, por quem se ama. Imaginemos, por exemplo, um inocente condenado à morte cuja execução se dará em breve, seria difícil oferecer-se para morrer em seu lugar, mesmo sabendo que nele não há crime algum. Mais difícil seria dar a vida por um criminoso manifesto. Talvez um grande amigo pudesse se apresentar a fim receber a sentença que coubesse ao outro, mas vejam que não é fácil.

Pois bem, Deus tanto amou aos homens que não só entregou Sua vida pelos réus de morte (pecadores) a fim de lhes abrir as portas do céu, mas também quis vir ao encontro do ser humano por meio da Revelação Divina.

De alguma forma o Criador está acessível a todos. Para alguns, é possível encontrá-Lo através da luz natural da razão pelas obras criadas, como ensina São Paulo: "Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras" (Rm 1,20). Para outros, foi-lhes dada a Revelação Divina, inacessível à pura razão: "Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas" (Hb 1,1). Isto sempre se realizou dentro dos desígnios benevolentes de Deus.

O importante é saber que a revelação d'Ele nos chegou por meio de palavras e obras, desta forma entramos em contato com o mistério de Deus, que conduz a história da nossa salvação. Mas Deus quis nos dar absolutamente tudo, e isso se realizou quando enviou seu próprio Filho ao mundo: "Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra" (Hb 1,2-3).

Jesus Cristo é o ápice da Revelação Divina, Deus disse tudo através de ser Verbo Encarnado: "Portanto, a economia cristã, como nova e definitiva aliança, jamais passará, e não se há-de esperar nenhuma outra revelação pública antes da gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo (cfr. 1 Tim 6,14; Tit 2,13)".[2] Não se espera outra revelação antes da manifestação gloriosa do Senhor, mas os cristãos revivem os acontecimentos de Sua vida.

Através da liturgia se celebra os acontecimentos que trouxeram a nossa salvação. Deus Pai enviou seu Filho que morreu por nós e é o Espírito Santo que atualiza esta memória na liturgia: "A liturgia cristã não somente recorda os acontecimentos que nos salvaram, como também os atualiza, torna-os presentes. O mistério pascal de Cristo é celebrado, não é repetido; o que se repete são as celebrações; em cada uma delas sobrevém a efusão do Espírito Santo que atualiza o único mistério".[3]

Entre os acontecimentos que a liturgia comemora está o advento, próximo a iniciar-se.

O ano litúrgico dos cristãos está separado por períodos, aos quais cabe contemplar misticamente a vida do Divino Redentor. Entre eles está o período do Natal, onde se espera a chegada do Salvador em meio aos homens, comemorado no dia 25 de dezembro. Como preparação para esta chegada, a Igreja instituiu a celebração de quatro domingos, conhecidos como "advento" (do latim significa "chegada", "vinda"). Espera-se a vinda de Jesus, seu nascimento. Também se refere à segunda vinda de Jesus Cristo.

Desde o século XI o advento abre o ano litúrgico (eclesial), que se encerrou com a solenidade de "Cristo Rei".

São quatro semanas de preparação para o Natal, nas quais a liturgia vai progressivamente pedindo a vinda do Salvador. Nem sempre e em todos os lugares foram quatro semanas de advento, ocorriam variações entre três a seis semanas; no entanto, em Roma, as quatro semanas são celebradas desde o século V.

Como símbolos desse tempo, podem-se encontrar manifestações de penitência e alegria, ambas com moderação. A penitência se verifica, por exemplo, na ausência do cântico do Glória, bem como nos paramentos roxos, e etc. A alegria se manifesta com cântico do Aleluia e com o domingo Gaudete ("Alegrai-vos"), cujos paramentos são róseos; mas, sobretudo, entre os símbolos de alegria no advento se encontram duas festas votadas à Mãe de Deus. Em oito de dezembro se celebra a solenidade da Imaculada Conceição, em honra da Virgem Maria concebida sem pecado original; dogma proclamado por Pio IX, em 1854. E a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, Padroeira da América Latina, em 12 de dezembro.

Neste sentido, "o Advento é por excelência o tempo da esperança, no qual os crentes em Cristo são convidados a permanecer em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efetivo do amor".[4] Na liturgia espera-se este Deus que vem, porque "Deus vem para nos salvar".[5]

Deus é o nosso verdadeiro Amigo. Além de enviar seu Filho para morrer por nós na cruz e de se ter revelado definitivamente, ainda confia à Igreja a missão de transmitir estes acontecimentos todos os anos, sob os auspícios do Espírito Santo. É a nossa vez de provar que também somos fiéis a esta amizade, nos preparando para este tempo que se inicia.

Fonte: http://www.gaudiumpress.org/
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Os anjos combatem a nosso favor


Os anjos combatem a nosso favor O Espírito Santo é, de modo especial, louvor, adoração, oração. Ele é fogo de amor a Deus, fogo de louvor. A Palavra diz que os apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar numa língua estranha, numa língua nova, que deixou a todos espantados. Não falavam em línguas estrangeiras, mas numa nova língua, diferente. Era a língua do Espírito Santo que explodia dentro deles em oração.

O que aconteceu com os apóstolos deixou muita surpresa em Jerusalém. Alguns pensaram que estavam bêbados, porque rezavam numa língua estranha, diferente. Para nós, isso é uma necessidade. Batizados no Espírito Santo, recebemos também a graça de orar numa língua nova.

Estamos travando uma terrível batalha espiritual e a arma que Deus nos dá contra os espíritos malignos espalhados pelos ares é justamente a oração em línguas. É o próprio Espírito Santo orando em nós. Mais ainda: é orar e cantar na língua dos anjos. Eles oram e cantam conosco, reforçando nossa oração, combatendo a nosso favor.

Os anjos têm uma visão do mundo espiritual que nós, seres humanos, não temos, pois são espíritos. A grande maravilha é que, quando você ora e canta na língua deles [anjos], eles combatem a seu favor. É preciso que você ore e cante nessa língua para que esses seres celestes venham e combatam a seu lado.

Deus abençoe você!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Viver o Advento

À luz da liturgia da Igreja e de seus conteúdos podemos resumir algumas linhas do pensamento teológico e da vivência existencial deste tempo de graça.
1. Advento, tempo de Cristo: a dupla vinda
A teologia litúrgica do Advento se encaminha, nas duas linhas enunciadas pelo Calendário romano: a espera da Parusia, revivida com os textos messiânicos escatológicos do AT e a perspectiva de Natal que renova a memória de algumas destas promessas, já cumpridas, ainda que não definitivamente.

O tema da espera é vivido na Igreja com a mesma oração que ressoava na assembléia cristã primitiva: o Marana-tha (Vem Senhor) ou Maran-athá (o Senhor vem) dos textos de Paulo (1 Cor 16,22) e do Apocalipse (Ap 22,20), que se encontra também na Didaché e, hoje, em uma das aclamações da oração eucarística. Todo o Advento ressoa como um "Marana-thá" nas diferentes modulações que esta oração adquire nas preces da Igreja.
A palavra do Antigo Testamento convida a repetir na vida a espera dos justos que aguardavam o Messias; a certeza da vinda de Cristo na carne estimula a renovar a espera da última aparição gloriosa na qual as promessas messiânicas terão total cumprimento já que até hoje se cumpriram só parcialmente. O primeiro prefácio de Advento canta esplendidamente esta complexa, mas verdadeira realidade da vida cristã.

O tema da espera do Messias e a comemoração da preparação para este acontecimento salvífico atinge o auge nos dias que precedem o Natal. A Igreja se sente submersa na leitura profética dos oráculos messiânicos. Lembra-se de nossos Pais na Fé, patrísticos e profetas, escuta Isaías, recorda o pequeno núcleo dos anawim de Yahvé que está ali para esperá-lo: Zacarias, Isabel, João, José, Maria.
O Advento é, pois, como uma intensa e concreta celebração da longa espera na história da salvação, como o descobrimento do mistério de Cristo presente em cada página do AT, do Gênesis até os últimos livros Sapienciais. é viver a história passada voltada e orientada para o Cristo escondido no AT que sugere a leitura de nossa história como uma presença e uma espera de Cristo que vem.

Hoje na Igreja, Advento é como um redescobrir a centralidade de Cristo na história da salvação. Recordam-se seus títulos messiânicos através das leituras bíblicas e das antífonas: Messias, Libertador, Salvador, Esperado das nações, Anunciado pelos profetas... Em seus títulos e funções Cristo, revelado pelo Pai, se converte no personagem central, a chave do arco de uma história, da história da salvação.

2. Advento tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera
É o tempo mariano por excelência do Ano litúrgico. Paulo VI expressa isso com toda autoridade na Marialis Cultus, nn. 3-4.
Historicamente a memória de Maria na liturgia surgiu com a leitura do Evangelho da Anunciação antes do Natal naquele que, com razão, foi chamado o domingo mariano prenatalício.
Hoje o Advento recupera plenamente este sentido com uma serie de elementos marianos da liturgia, que podemos sintetizar da seguinte maneira:
- Desde os primeiros dias do Advento há elementos que recordam a espera e a acolhida do mistério de Cristo por parte da Virgem de Nazaré.
- a solenidade da Imaculada Conceição se celebra como "preparação radical à vinda do Salvador e feliz principio da Igreja sem mancha nem ruga ("Marialis Cultus 3).
- dos dias 17 a 24 o protagonismo litúrgico da Virgem é muito característico nas leituras bíblicas, no terceiro prefácio de Advento que recorda a espera da Mãe, em algumas orações, como a do dia 20 de dezembro que nos traz um antigo texto do Rótulo de Ravena ou na oração sobre as oferendas do IV domingo que é uma epíclesis significativa que une o mistério eucarístico com o mistério de Natal em um paralelismo entre Maria e a Igreja na obra do único Espírito.
Em uma formosa síntese de títulos. I. Calabuig apresenta nestas pinceladas a figura da Virgem do Advento:
- é a "Cheia de graça", a "bendita entre as mulheres", a "Virgem", a "Esposa de Jesus", a "serva do Senhor".
- é a mulher nova, a nova Eva que restabelece e recapitula no desígnio de Deus pela obediência da fé o mistério da salvação.
- é a Filha de Sião, a que representa o Antigo e o Novo Israel.
- é a Virgem do Fiat, a Virgem fecunda. É a Virgem da escuta e acolhe.
Em sua exemplaridade para a Igreja, Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão que a liturgia tem sempre em sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata d'Aquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.
Na feliz subordinação de Maria a Cristo e na necessária união com o mistério da Igreja, Advento é o tempo da Filha de Sião, Virgem da espera que no "Fiat" antecipa o Marana thá da Esposa; como Mãe do Verbo Encarnado, humanidade cúmplice de Deus, tornou possível seu ingresso definitivo, no mundo e na história do homem.

3. Advento, tempo da Igreja missionária e peregrina
A liturgia com seu realismo e seus conteúdos põe a Igreja em um tempo de características e expressões espirituais: a espera, a esperança, a oração pela salvação universal.
Preparando-nos para a festa de Natal, nós pensamos nos justos do AT que esperaram a primeira vinda do Messias. Lemos os oráculos de seus profetas, cantamos seus salmos e recitamos suas orações. Mas nós não fazemos isto pondo-nos em seu lugar como se o Messias ainda não tivesse vindo, mas para apreciar melhor o dom da salvação que nos trouxe. O Advento para nós é um tempo real. Podemos recitar com toda verdade a oração dos justos do AT e esperar o cumprimento das profecias porque estas ainda não se realizaram plenamente; se cumprirão com a segunda vinda do Senhor. Devemos esperar e preparar esta última vinda.
No realismo do Advento podemos recolher algumas atualizações que oferecem realismo à oração litúrgica e à participação da comunidade:
- a Igreja ora por um Advento pleno e definitivo, por uma vinda de Cristo para todos os povos da terra que ainda não conheceram o Messias ou não reconhecem ainda ao único Salvador.
- a Igreja recupera no Advento sua missão de anúncio do Messias a todas as gentes e a consciência de ser "reserva de esperança" para toda a humanidade, com a afirmação de que a salvação definitiva do mundo deve vir de Cristo com sua definitiva presença escatológica.
- Em um mundo marcado por guerras e contrastes, as experiências do povo de Israel e as esperas messiânicas, as imagens utópicas da paz e da concórdia, se tornam reais na história da Igreja de hoje que possui a atual "profecia" do Messias Libertador.
- na renovada consciência de que Deus não desdiz suas promessas -confirma-o o Natal!- a Igreja através do Advento renova sua missão escatológica para o mundo, exercita sua esperança, projeta a todos os homens um futuro messiânico do qual o Natal é primícia e confirmação preciosa.
À luz do mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a experiência de ser agora "como uma Maria histórica" que possui e dá aos homens a presença e a graça do Salvador.
A espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo, Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem.
Fonte:encontrocomcristo.com.br
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ELA PERDEU O BEBÊ, REVOLTOU-SE COM DEUS, MAS FEZ O CAMINHO DE VOLTA AOS BRAÇOS DE NOSSA SENHORA


O testemunho a seguir é verídico, foi publicado pela própria autora no Oratório da Medalha Milagrosa.

Leia com atenção e veja como Deus e Nossa Senhora nos recompensa, mesmo quando damos as costas por alguns momentos ao amor incondicional que tanto Deus quanto a Virgem Santíssima tem por nós, Suas graças sempre recaem sobre nós quando confessamos nossas ofensas e voltamos para os braços de Nossa Senhora .

Vou contar uma graça que obtive através Nossa Senhora das Graças.
No dia 10 de outubro de 2009 tive meu bebê com 36 semanas de gestação, 20 dias antes da data prevista para o parto e no dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, ele faleceu.
Nunca senti uma dor como aquela.
Já tenho dois filhos Nayara e Kaio, mas a dor da perda de um filho é quase insuportável, perder meu bebê “Pietro” foi demais para mim, ele faleceu .
Sou catequista na minha paróquia e quando meu bebê faleceu eu me revoltei muito, não queria ouvir falar em Deus, não poderia voltar a dar catequese, porque como iria ensinar uma coisa que já não mais acreditava?
O padre Luiz Carlos, conselheiro da paróquia, veio me confortar, mas fui muito dura com ele, cheguei a dizer que do mesmo jeito que Deus havia tirado o meu bebê de mim, eu também estava tirando Deus da minha vida.
Muito sabiamente, o padre compreensivo com minha dor, disse que não estava triste por eu ter dito aquilo e que Deus também não estava triste comigo, porque sabia o quanto eu estava sofrendo.
Alguns meses depois, em janeiro de 2010, consegui ir novamente a uma Missa. Na quarta-feira de cinzas resolvi jejuar, e a noite fui à missa e lá fiz um pedido especial a Nossa Senhora das Graças, que Ela intercedesse junto a nosso Senhor Jesus Cristo e que Ele me desse um bebê em meus braços nestes 40 dias de quaresma e, que em troca eu faria jejum uma vez por semana até a sexta-feira Santa.
Eu não estava na fila de adoção, nem procurava. Um dia quando estava buscando na internet coisas para meu trabalho, encontrei um site de adoção de bebês, qual não foi minha surpresa, vi que uma pessoa queria dar para adoção o bebê que ainda iria nascer. No dia 16 de março ele nasceu – 26 dias após o meu pedido – ele já estava em meus braços, 14 dias antes de terminar a quaresma.
É um lindo menino e se chama Emanuel, que quer dizer “Deus Conosco”. Ele é a razão das nossas vidas, hoje ele está com 8 meses.
Agradeço todos os dias a Nossa Senhora das Graças. Hoje eu e meu bebê carregamos em nosso peito a medalha das Graças da Virgem Santíssima . (R.C.N)
Fonte: Site Alpha e Ômega
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Bento XVI, incompreendido por muitos jornalistas, segundo Seewald

O autor do livro revela sua experiência de entrevistador do Papa

ROMA, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O autor do livro "Luz do mundo", Peter Seewald, está visivelmente decepcionado pelo fato de que a recepção do livro tenha se reduzido a artigos sobre o preservativo, quando ele pretende falar do "futuro do planeta", como indica no subtítulo: "O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos".

Durante a apresentação no Vaticano, hoje, o jornalista e escritor bávaro respondeu às perguntas dos jornalistas, em alemão, e deplorou diante deles a "crise do jornalismo", como demonstra a acolhida oferecida à sua obra.

"Nosso livro - afirma - evoca a sobrevivência do planeta que está ameaçado, o Papa lança um apelo à humanidade, nosso mundo está no transe do colapso e a metade dos jornalistas só se interessa pela questão do preservativo."

Seewald insiste em que o Papa busca "a humanização da sexualidade" e apresenta a questão de fundo: "A sexualidade tem algo a ver com o amor?". Trata-se da "responsabilidade da sexualidade".

Para o escritor, o excesso de concentração no tema do preservativo é "ridículo", enquanto se esquece da questão de transformar o mundo, que é a proposta do Papa, pois "não podemos continuar assim", como insiste o livro.

Peter Seewald reconhece que o Papa apresentou um amplo "panorama", em seis horas de entrevista realizadas em junho passado, em Castel Gandolfo, a residência de verão dos pontífices.

Sublinha que o importante é descobrir o que verdadeiramente o Papa "faz" e "diz": este é o "presente" deste livro, que permite "ouvir sua voz", a forma como "interpreta" seu pontificado, "viver" com ele de maneira muito pessoal.

O Papa se coloca na categoria dos papas "pequenos", frente aos "grandes" papas, como João Paulo II. No entanto, Seewald, quem descobriu a fé católica que havia perdido na juventude precisamente nos diálogos com o cardeal Joseph Ratzinger nos anos 90, não hesita em falar dele como um "gigante", por seu pensamento, sua "autenticidade" e sua capacidade de diálogo.

Reconhece que trabalhou sem a "censura" do Papa, quem o deixou escrever e só apontou algumas "precisões".

O jornalista admira no Papa seus "amplos horizontes" de intelectual "brilhante" e sua "força espiritual", assim como sua "simplicidade".

Em definitiva, permite descobrir um Ratzinger que não tem nada a ver com o que com frequência se diz dele: nem o "Panzer Kardinal" de ontem, nem o "Panzer Papst" de hoje, mas um Bento XVI que emana luz.

(Anita S. Bourdin)

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

“A palavra de Deus é dom, dom de si mesmo, total e pleno”

"O mundo contemporâneo é marcado, de modo especial, pela palavra", inicia assim seu artigo o arcebispo de Belo Horizonte, Minas Gerais, Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Refletindo sobre o "Dom da Palavra", o prelado mineiro afirma que ela é o liame imprescindível das relações humanas, definindo estratégias governamentais e privadas, e configurando o amor que faz "desabrochar nos corações entendimentos e sentidos que sustentam a vida a cada dia".

Ao constatar a "grandiosa" relevância da palavra para a vida humana, Dom Walmor expressa em seu texto a preocupação com seu cuidado, afinal a palavra compõe discursos, que suscitam diversas interpretações, podendo gerar amor e ódio, paz e concórdia. "Nessa avalanche tsunâmica, em se pensando que em cada cabeça há uma sentença, em cada coração um mundo e em toda inteligência infinitas possibilidades de leituras e entendimentos, fala-se muito e, muitas vezes, de forma irrefletida", argumenta.

Conforme o arcebispo de Belo Horizonte, a forma de se evitar mal entendidos, a maneira de se utilizar corretamente a palavra depende essencialmente do amor. "O amor é a fonte da verdadeira palavra". E qual é a fonte do amor? Deus. "Nenhum outro, por si e em si, é fonte do amor. Deus é amor que fala. A palavra de Deus é dom, dom de si mesmo, total e pleno. É Jesus Cristo, o Filho unigênito que se encarnou", diz. Neste sentido, segundo o prelado mineiro, as páginas do Evangelho perenizam esta verdade e apontam o caminho duradouro para o amor.

Por tudo isso, assevera Dom Walmor, qualquer pessoa, em qualquer momento de sua trajetória, ao fazer uso da palavra, "deve se voltar para Deus, que é a fonte fidedigna da palavra". "A Palavra de Deus é esta fonte, por ser amor é ciência insuperável". Para se ver a importância desse tema, segundo o arcebispo, a reflexão sobre a palavra integrou o "amplo horizonte motivacional" da Igreja Católica, no Concílio Vaticano II, e também no XI Sínodo Ordinário, de Roma, em 2008, que teve a presidência do Papa Bento XVI, e que gerou a exortação "A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja".

O documento elaborado pelo pontífice na ocasião "indica caminhos de conhecimentos, atenções e horizontes bem delineados para qualificar a palavra de todo aquele que crê", diz Dom Walmor. Caminhos que, conforme o prelado, impulsionaram mais ainda a Igreja Católica no Brasil em sua tarefa missionária e que começaram a ser trilhados desde a 5ª Conferência de Aparecida, "ao retomar a força espiritual do discipulado no seguimento de Jesus Cristo".

Concluindo a sua explanação, o arcebispo de Belo Horizonte define a Palavra de Deus como compromisso para dar força às responsabilidades e às decisões. "Força que só vem de quem escuta o amor, Deus". O prelado não desdenha àquele que vai procurar a Palavra divina primeiramente com fins poéticos, literários, hermenêuticos e culturais. Contudo, segundo ele, o resultado dessa busca sempre será o encontro com Jesus Cristo, o "mais precioso que se pode ter na vida".

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
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Papa e camisinha: não há "mudança revolucionária", diz Vaticano

O Papa não provocou transformações radicais na doutrina católica com as declarações sobre o uso de preservativos, que fazem parte do livro-entrevista que recolhe as conversas com o jornalista e escritor alemão Peter Seewald.

Na obra Luce del mondo. Il Papa, la Chiesa e i segni dei tempi (Luz do mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos, em livre tradução) - que será apresentada em coletiva nesta terça-feira, 23 -, o Pontífice explica que "pode haver casos individuais justificados" para o uso do preservativo, exemplificando com o caso da prostituta que recorre ao material.

"Esse pode ser o primeiro passo rumo a uma moralização, um primeiro ato de responsabilidade para desenvolver de novo a consciência do fato de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. No entanto, essa não é a maneira verdadeira e adequada para vencer a infecção do HIV. É verdadeiramente necessária uma humanização da sexualidade", afirma o Papa no livro.

A fala do Santo Padre provocou agitação em determinados setores, especialmente devido às interpretações feitas por alguns veículos de comunicação de que a declaração representaria um afrouxamento da doutrina católica nessa área.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, emitiu uma nota oficial em que precisa:

"O Papa reafirma que "naturalmente a Igreja não considera os preservativos como a solução autêntica e moral" do problema da Aids. Com isso, não reforma ou transforma o ensinamento da Igreja, mas o reafirma colocando-se na perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana como expressão de amor e responsabilidade".

No entanto, a visão ampla e profunda do Pontífice sobre a sexualidade humana também leva em consideração a situação excepcional em que o exercício da sexualidade represente um verdadeiro risco para a vida do outro.

"Em tal caso, o Papa não justifica moralmente o exercício desordenado da sexualidade, mas considera que o uso do preservativo para diminuir o perigo de contágio seja "um primeiro ato de responsabilidade", "um primeiro passo no caminho rumo a uma sexualidade mais humana", muito mais que o não uso expondo o outro ao risco de vida. Em si, o raciocínio do Papa não pode ser certamente definido como uma mudança revolucionária. Numerosos teólogos morais e relevantes personalidades eclesiásticas sustentaram e sustentam posições análogas; é verdade, todavia, que não a tínhamos ainda escutado com tanta clareza da boca de um Papa, ainda que de uma forma coloquial e não magisterial", complementa Lombardi.

Polêmica

O trecho que suscitou as polêmicas e interpretações equivocadas é este:

"A sexualidade

Concentrar-se somente no preservativo significa banalizar a sexualidade, e essa banalização é precisamente a perigosa razão pela qual tantas e tantas pessoas não veem na sexualidade mais a expressão do seu amor, mas apenas uma espécie de droga, que administram por si só. Por isso, também a luta contra a banalização da sexualidade é parte do grande esforço para que a sexualidade seja valorizada positivamente e possa exercer o seu efeito positivo sobre o ser humano em sua totalidade.

Pode haver casos individuais justificados, por exemplo, quando uma prostituta usa um preservativo, e esse pode ser o primeiro passo rumo a uma moralização, um primeiro ato de responsabilidade para desenvolver de novo a consciência do fato de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. No entanto, essa não é a maneira verdadeira e adequada para vencer a infecção do HIV. É verdadeiramente necessária uma humanização da sexualidade".
Fonte: Canção Nova
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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Bento XVI: verdadeira fé é a que aceita a Cruz de Cristo

Preside à concelebração com os cardeais criados nesse sábado

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de novembro de 2010 ZENIT. – A verdadeira fé é a que sabe aceitar a Cruz de Cristo; é nessa fé que se fundamenta o ministério do Papa e dos cardeais.

Foi o que explicou Bento XVI na manhã deste domingo, solenidade de Cristo Rei, ao presidir na Basílica Vaticana a concelebração eucarística com os 24 cardeais criados no consistório desse sábado, aos quais entregou nesta ocasião o anel cardinalício.

O anel é "sinal de dignidade, solicitude pastoral e de mais robusta comunhão com a Sé de Pedro", para que se reforce "o amor à Igreja".

"Pregai o Evangelho, testemunhai Cristo, edificai a Igreja santa de Deus, abençoai todos e a todos levai a paz de Cristo", pediu o Papa.

Em sua homilia, o Papa recordou que na leitura evangélica todos pedem a Jesus que desça da Cruz. Zombam d'Ele, mas é também um modo para desculpar-se, "como a dizer: não é nossa culpa o seu encontrar-se na Cruz; a culpa é somente sua, porque se fosse realmente o Filho de Deus, o Rei dos Judeus, não estaria aí, mas se salvaria descendo deste patíbulo infame".


"O drama que se dá sob a Cruz de Jesus é um drama universal; diz respeito a todos os homens diante de Deus que se revela por aquilo que é, ou seja, Amor. Em Jesus crucificado a divindade é desfigurada, espoliada de toda glória visível, mas está presente e é real.”

“Somente a fé sabe reconhecê-la: a fé de Maria, que une em seu coração também esta última peça do mosaico da vida de seu Filho; Ela ainda não vê tudo, mas continua confiando em Deus, repetindo mais uma vez com o mesmo abandono: ‘Eis a serva do Senhor’."

O Papa disse que daí emerge a mensagem fundamental que a Palavra de Deus diz hoje: "a mim, Sucessor de Pedro, e aos senhores cardeais". “Chama-nos a estar com Jesus, com Maria, e não a pedir-Lhe que desça da Cruz, mas permaneça ali com Ele”.

"E devemos fazê-lo por causa do nosso ministério, devemos fazê-lo não somente por nós mesmos, mas por toda a Igreja, por todo o povo de Deus."

"A participação no senhorio de Cristo se verifica concretamente somente ao partilhar o seu abaixamento, com a Cruz. Também o meu ministério, caros Irmãos, e consequentemente também o de vocês, consiste totalmente na fé."

Nesse sentido – frisou – o lugar autêntico do Vigário de Cristo é a Cruz, persistir na obediência à Cruz.

"Este ministério é difícil porque não se alinha ao modo de pensar dos homens – àquela lógica natural que, de certo modo, permanece sempre ativa também em nós mesmos.”

“Mas este é e permanece sendo sempre o nosso primeiro serviço, o serviço da fé, que transforma toda a vida: crer que Jesus é Deus, que é o Rei justamente porque chegou até aquele ponto, porque nos amou até o extremo."

"Eis a nossa alegria: participar, na Igreja, da plenitude de Cristo mediante a obediência à Cruz, participar da sorte dos santos na luz, ter sidos transferidos para o reino do Filho de Deus”

“Por isso nós vivemos em perene ação de graças, e também mediante as provações não faltam a alegria e a paz que Cristo nos deixou, qual antecipação do seu Reino, que já está no meio de nós, que aguardamos com fé e esperança, e pregustamos na caridade."

(Com Rádio Vaticano)

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domingo, 21 de novembro de 2010

4 ANOS DE CARISMA 2006 - 2010.


Eram quase meio dia daquela manhã insossa, sem atrativos e morna. Tudo ia "por água abaixo". Minhas convicções já não eram as mesmas. O sonho de comunidade estava vazio e sem vida.

Era mais uma manhã normal na vida de alguém que buscou tanto ser e viver comunidade. Achei que nada mais acontecerei.

Havia errado tanto, decepcionado tanto, humanizado demais as coisas de Deus que julguei inconscientemente que a Vontade Dele já não mais reinaria.

Num dos quartos da casa a mulher brincava com seu filho ainda neném. No outro quarto um desgastado rezava seu rotineiro terço. E nos demais cômodos um silêncio mórbido... uma casa fria... mais um dia dia horrível. E todos cansados porque "nada mais dava certo".

Era um tempo de noite escura, manhã silenciosa, casa vazia e saudade pululante. Não havia mais sentido "estar juntos". E, aquele "resto" já não mais encontrava satisfação em "viver como irmãos". Triste mas, o sonho havia acabado. E realmente acabou.

Mas a semente deveria morrer senão a Obra nunca nasceria com características Divinas. A Beatitudes estava "humana demais". Justificada pela psicologia e pelas leis dos homens. E assim, deixou de encarar as coisas de Deus como sendo coisas de Deus.

Paramos de confessar. Paramos de comungar diariamente. Paramos de rezar juntos. Paramos de partilhar nossa vida e então, começamos a morar longe um do outro. E tudo isso era "normal". Amortecemos tanto a Vontade de Deus que não víamos mais os claros sinais e os movimentos do Espírito. Deixamos de viver os "imprevistos de Maria". Agora, tudo tinha que ter sentido e hora marcada. Pedíamos sinais, mas era nosso coração que estava empedernido, duro, frio e cego.

Deus não escrevia certo por linhas tortas. Deus escrevia corretamente por linhas mais claras e bem feitas. Os analfabetos éramos nós que não interpretávamos Sua Vontade.

Mas, quem disse que nosso Deus é feito de ira? Quem disse que para Ele existem só um peso e só uma medida?

Eram soldados feridos, mas não mortos. Eram carnes sangrando, mas não faltava o pulmão da Graça. E tudo se refez. Foi quando entendi que "o nada é suficiente para Deus". Se Ele criou a vida a partir do nada, também poderia "reunir os cacos espalhados" para os lançar um pouco mais longe.

E assim se fez. Durante o Mistério Gozoso da "Perda e encontro do Menino Jesus no Templo" o "véu se rasgou" e eu entendi que minha missão era "não entender" e aceitar O Deus que se feriu na Cruz por mim em Fidelidade.

"Vê Silvinho: Eu renovo todas as coisas". Eu tive que olhar como Nossa Senhora e acreditar que além das feridas, da tristeza, do desencanto, das decepções e frustrações haviam VIDA e VITÓRIA.

"Meu Deus, como foi difícil Te entender. Como foi complicado acreditar em Ti, Senhor, enquanto até meus irmãos se distanciaram de mim. Como foi dolorido e penoso fazer os poucos membros da Beatitudes olharem para Ti como olhares de encanto e de namoro. E não sei se consegui, Mestre. Ainda falta muito mas, "to" tentando, Senhor. "To" tentando levar meu pequeno rebanho até o fim. E "to" seguindo Tua ordem de despertar mais fieis nesta terra. Ajuda-me, Mestre, pois minha única certeza é que "quem segue sem entender entende o que é confiar".

Hoje, dia 21 de novembro de 2010, o meu Carisma Beatitudes completa 4 aninhos. Um bebê da idade do meu filho. E, aos poucos, estou "sacando" que uma criança não nasce pronta. Tão pouco um Carisma. E, para se desenvolver, o carisma precisa ser amado, cuidado e servido. Como um pai ama, se entrega e serve aos seu pequenino.

Obrigado, Jesus, por este carisma tão lindo e tão eficaz em minha vida.
Valeu, Mestre.
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sábado, 20 de novembro de 2010

Cristo, rei do universo

Estamos concluindo mais um ano litúrgico e consequentemente iniciando um novo ano de bênçãos e graças da parte do Senhor, pois dia 21 de novembro, celebraremos o último domingo deste ano litúrgico, com a solenidade de Cristo Rei do Universo, e também, o dia do Leigo, de todo aquele batizado que, como "sal da terra e luz do mundo" é chamado a dar sabor divino nas atividades terrenas.

Ao longo de cada ano litúrgico, a igreja procura despertar e direcionar o coração de seus filhos para um fiel seguimento ao Cristo, caminho que nos conduz ao céu. Assim, o ano litúrgico que tem início cada ano, sempre no domingo mais próximo do dia 30 de novembro, com o primeiro domingo de advento, convidando todos à vigilância e à santidade, isto é, a estar de coração preparado para a nova vinda gloriosa de Cristo e, também, a acolher a Boa Nova do evangelho, para que a exemplo de Maria e da cidade de Belém, deixemos Cristo nascer, morar e iluminar o nosso coração e a nossa família, enchendo-nos de alegria e paz radiantes.

O Ano Litúrgico tem continuidade no próprio mistério de Cristo, que guiado pelo Espírito Santo, sempre fiel a vontade do Pai, anuncia e revela-nos o projeto de Deus e seu desígnio amoroso, mostrando-nos o caminho da salvação, tem sua conclusão na Solenidade de Cristo Rei do Universo, alfa e ômega, começo, fim e realização de toda humanidade.

Na solenidade de Cristo Rei somos convidados a contemplar o Filho de Deus exaltado na cruz, derramando seu sangue, dando-nos sua vida pela nossa salvação; entregando-nos o Novo Mandamento "amai-vos uns ao outros como eu vos amei" (Jo 13,14). Assim, é na obediência a Deus Pai e no sangue derramado na cruz, que Cristo inicia o seu reinado, reinado este que está aberto a todos de boa vontade, para que guiados pelo Espírito Santo possam aderir ao projeto de Deus.

Se pelo batismo fomos inseridos no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, somos convidados como cidadãos do reino celeste, unidos a Cristo Rei do Universo, a promover a vida, a justiça, o perdão e a paz, vivendo as bem-aventuranças de filhos de Deus.

Na solenidade Cristo Rei do Universo celebramos o dia do leigo, de todo aquele que tendo sido regenerado na água batismal como fermento no mundo, através de suas ações dá sabor divino às realidades terrenas. São "homens e mulheres no coração do mundo, e mulheres e homens do mundo no coração da Igreja" (Aparecida, 209). Por isto se queremos transformar o mundo com a presença santificadora do evangelho de Jesus Cristo, precisamos trabalhar, cada vez mais, em nossas comunidades, para que cada leigo seja formado para viver a doutrina cristã e os valores evangélicos, para que assim, como discípulo missionário, unido a Cristo Rei do Universo se coloque à serviço da comunidade, partilhando seus dons, tornando-se uma oferenda agradável a Deus Pai.

A todos os leigos e leigas, fiéis engajados em nossas comunidades, que no dia-a-dia, como grão de trigo tem-se colocado a serviço do reino de Deus e da igreja através das diversas pastorais, movimentos, organizações e serviços na promoção da vida, nossos mais sinceros agradecimentos pela doação e pelo testemunho. Que Deus Pai, fonte da vida e da graça, por intercessão da Virgem Maria, continue suscitando no seio da igreja e das famílias, santas vocações, para que assim, cada vez mais, trabalhemos unidos pela salvação da humanidade, anunciando que Cristo é Rei do Universo e testemunhemos que Ele reina em nosso coração, servindo com alegria, amor e doação.

Dom Benedito Gonçalves dos Santos

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CONFIAR É AMAR!

A confiança é um fruto que nasce de uma experiência de amor do encontro de duas pessoas. Para confiar é preciso se encontrar com o outro. Quando falo do encontro lembro-me das experiências dos encontros de Jesus com tantas pessoas: Maria Madalena, Zaqueu, Bartimeu, Pedro… É o encontro que nasce do amor gratuidade capaz de ver a pessoa naquilo que a faz única e irreptível. Um encontro de amor que evoca o melhor do outro a vir para fora. Sim é verdade, o amor é a única força capaz de perceber e intuir o que o outro tem de melhor, aquilo que tantas vezes está escondido e que só quem ama é capaz de perceber.

A confiança nasce dessa relação de encontro de amor. É um encontro que nasce na oficina da vida. Jesus foi encontrando-se com as pessoas no caminho. É na caminhada da nossa existência que vamos nos encontrando com as pessoas. Faz-se necessário uma abertura interior e disposição para acolher todos aqueles que a Divina Providência vai colocando do nosso lado: na família, na escola, no grupo, na comunidade, no trabalho, enfim, em todas as situações que vivenciamos.

Para confiar é necessário tempo. Na nossa comunidade, Pe. Jonas usa algumas palavras fortes: “… é necessário sangue, suor e lágrimas”. Não se confia em alguém de forma mágica, é preciso conhecer o outro, dar-se a conhecer. É preciso partilha transparência, aceitação das diferenças, acolhimento, paciência. Confiar é uma conquista! Conquista que exige do seu coração abertura. Confiar implica em amar na gratuidade. Ricardo Sá diz que quando o amor é amadurecido aceita a todos. Confiar passa pelo processo de aceitação daquilo que o outro é, mesmo com os seus limites e defeitos.

Talvez você se faça esta pergunta: Como confiar quando nós somos traídos? Sinto que a confiança está muito ligada ao perdão. É preciso coragem para pedir e dar perdão. Jesus nos ensinou no alto da cruz quando pediu ao Pai que perdoasse aqueles que estavam crucificando-o. Ele disse: “Eles não sabem o que fazem”. Precisamos ter este olhar de Jesus, que aceita, acolhe e é capaz de ir além da situação, é capaz de ver a pessoa por inteiro. É capaz de recomeçar sempre. Confiar no outro exige de nós uma atitude crescente de recomeçar sempre, mesmo quando eu fui traído, traída. Não é coisa fácil, é trabalho interior, exige lucidez diante dos fatos e autodomínio nos sentimentos. É preciso uma séria caminhada de conversão. Tenho feito esta experiência. Não é coisa fácil, mas quando você consegue experimenta-se a liberdade interior. O amor verdadeiramente nos faz livres. Só o amor… Confiar é amar!

Verinha
Comunidade Canção Nova
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Pureza: já ouviu falar?

Eu e você queremos ser amados. Jamais usados. Para isso, eu e você precisamos olhar o outro como ele é: uma p-e-s-s-o-a. Uma unidade inseparável de corpo e alma. Como conseguimos isso? Sendo puros!

Mas, falar de pureza hoje é dificilíssimo e por uma razão bem simples: as palavras no nosso vocabulário não significam a realidade que lhe corresponde e por isso precisamos explicar primeiro do que estamos falando.

Vou dar um exemplo: o que vem na sua mente quando você escuta a palavra “modéstia”?... E o que vem na sua mente quando você escuta a palavra “atrativa”?... Por acaso você relacionou a palavra “modéstia” à idéia de breguice, feiúra ou vulgaridade e a palavra “atrativa” à idéia de “fineza, beleza e elegância?” Bingo! Você está dopada(o) pela anti-cultura que nos rodeia. Desculpe-me pela palavra dopada(o), mas quem não reconhece estar dopada(o) espiritualmente, também não reconhece necessitar de uma nova medicina espiritual, isto é, uma nova visão do corpo e da sexualidade!

Esta nova visão é simplesmente a visão original, a visão que foi planejada desde sempre pelo Criador e que tanto o homem como a mulher receberam ao serem criados, dando-lhes a capacidade de estarem nus e não sentir vergonha (Gn. 2, 25). O perigo é fazer uma pobre interpretação deste versículo. A Palavra de Deus é infinitamente rica e por isso peço que você leia com toda a atenção o parágrafo abaixo no qual o Papa João Paulo o explica (nas suas catequeses a explicação é bem mais profunda, aqui coloco a versão resumidíssima).

“Nudez significa a bondade original da visão divina. Significa toda a simplicidade e plenitude da visão através da qual se manifesta o valor puro do homem como varão e mulher, o valor puro do corpo e do sexo.” Porque puro? Porque a “revelação original do corpo (contida em Gn 2, 25) não conhece ruptura interior nem contraposição entre o que é espiritual e o que é sensível, assim como não conhece ruptura nem contraposição entre o que humanamente constitui a pessoa e o que no homem é determinado pelo sexo: o que é masculino e o que é feminino”. (Audiência de João Paulo II, 2 de janeiro de 1980)

A pureza então é olhar como Deus olha: Ele olhou tudo o que fez e viu que tudo “era muito bom” (Gn 1, 31). Por isso, pureza e bondade no plano original de Deus são sinônimos. A pureza do coração é condição para sair da visão reducionista do corpo e da sexualidade e reconhecer que o “corpo humano nu – em toda a verdade da sua masculinidade e feminilidade- tem o significado do dom de uma pessoa para outra pessoa”. Justamente porque sofremos tantas deformações no nosso “olhar” (que reflete nosso interior!) é que velamos aquilo que no nosso corpo pode ser olhado como objeto de apropriação e possessão! Não “cobrimos” nossos corpos porque seja feio ou vergonhoso, mas justamente para proteger-nos de sermos tratados como objetos! Daí que a “vergonha” relatada no Livro de Genesis, após a caída do homem e da mulher, tem o significado de proteção por algo que o primeiro casal, mesmo após o pecado, reconhecem ainda como valioso: o seu corpo tem um significado esponsal, nele está impresso a chamado a sermos um dom sincero ao outro!

Por isso Karol Wojtyla afirma categoricamente: “só a mulher e o homem castos são capazes de amar verdadeiramente” (Amor e Responsabilidade, pg. 152). A pessoa que não é - e não busca ser – casta, sempre cairá na tentação (que todos nós sentimos após o pecado original) de “usar” a pessoa, e uma das maneiras mais comuns de “usar” a pessoa é separar o seu corpo da totalidade do seu ser.

Ainda impera a infeliz e equivocada idéia que a castidade conduz ao “desprezo e à desvalorização da vida sexual”! Mais ainda: dizem que a castidade faz mal! Simples e profunda é a explicação dada por K. Wojtyla: a castidade é uma virtude elevada, ergo, implica esforço. Mas com a minha vontade fraca eu não a alcanço, então... pelo menos para livrar-me do esforço, eu a desprezo subjetivamente (ele continua tendo o alto valor, mas eu finjo que não tem)! Resultado: criou-se a falsa argumentação que ela é nociva para o ser humano. Com trágicas conseqüências, pois “lhe foi recusado o direito de cidadania na alma humana”! (Cf. Amor e Responsabilidade, pg. 125)

Como solucionar? Seguindo o conselho se alguém que viveu a mesma era que você e eu, e hoje já é santo: “O “milagre” da pureza tem como pontos de apoio a oração e a mortificação.” (St. Escrivá).

E agora, qual a desculpa que vamos arranjar para não sermos puros?

Ave Maria puríssima, ora pro nobis!

Julie Marie, Site: Teologia do Corpo
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Vigília mundial pela vida nascente

ROMA, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O apelo foi lançado no último mês de junho. Em algumas igrejas, a mobilização foi um pouco lenta, mas a verdade é que, no dia 27 de novembro, na Basílica de São Pedro, assim como nas dioceses e igrejas católicas do mundo inteiro, serão realizadas vigílias de oração, adorações ao Santíssimo Sacramento e terços em defesa da vida nascente.

No último dia 14 de junho, o cardeal Antonio Cañizares, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, enviaram uma carta a todos os presidentes das conferências episcopais para convidá-los a organizar uma solene "vigília pela vida nascente".

Na carta, informa-se aos bispos que foi o próprio Pontífice quem havia tomado a iniciativa de realizar a vigília na Basílica de São Pedro, coincidindo com as Primeiras Vésperas do 1º domingo do Advento e perto do Natal de nosso Senhor Jesus Cristo.

Junto às vésperas, a carta propõe a adoração eucarística para "dar graças ao Senhor que, com a doação total de si mesmo, deu sentido e valor a toda a vida humana, e para invocar a proteção de todo ser humano chamado à existência".

À vigília e à adoração, a Conferência Episcopal Espanhola propôs acrescentar também a oração do terço.

"É desejo do Santo Padre - lê-se na carta - que os bispos presidam em suas igrejas celebrações similares que envolvam paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos."

A carta também explica: "Todos nós somos conscientes dos perigos que ameaçam a vida humana hoje devido à cultura relativista e utilitarista que escurece a percepção da dignidade de toda pessoa humana, seja qual for sua fase de desenvolvimento".

Por isso, acrescenta, citando a encíclica Evangelium vitae, de João Paulo II, "estamos chamados mais que nunca a ser 'povo da vida' com a oração e com o compromisso".

A missiva convida todos os presidentes das conferências episcopais a "envolver rapidamente e da maneira mais apropriada" todos os bispos de cada país, de forma que "se possa inserir esta iniciativa nos diversos programas diocesanos".

A carta termina com o desejo de que "todas as igrejas particulares, em união com o Santo Padre, Pastor universal", possam "obter a graça e a luz do Senhor para a conversão dos corações e dar um testemunho comum da Igreja para uma cultura da vida e do amor".

(Antonio Gaspari)

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bispos - sucessores dos apóstolos

"Na hierarquia da Igreja, os bispos são sacerdotes com posição superior à dos padres. Em geral um bispo assume responsabilidade por uma região chamada diocese, cuja sede é uma catedral. Ele supervisiona o clero de sua diocese e pode ordenar padres e crismar membros da Igreja".
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Quem é o Bispo Diocesano?

É aquele que governa uma diocese.

Quem é o Bispo Titular?

É aquele que possui o título de uma diocese que existiu no passado e agora existe apenas em título; é normalmente bispo assistente (auxiliar) de um bispo diocesano ou arcebispo.

Quem é o Bispo Coadjutor?

É o bispo assistente (auxiliar) de um bispo diocesano, com direito a sucessão.

Quem é o Vigário Episcopal?

É um assistente que pode ser ou não um bispo, designado por um bispo residencial como seu delegado em uma parte fundamental da diocese, para um determinado trabalho apostólico.

A Nomeaçâo dos Bispos

É realizada após um processo determinado de seleção que varia segundo as regiões e os diversos ritos católicos, mas a aprovação final em todos os casos está sob a decisão do Santo Padre.

O Que é o Sínodo dos Bispos?

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É uma assembléia de Bispos escolhidos das diversas regiões do mundo, que se reúnem em ocasiões determinadas para fomentar a união estreita entre o Romano Pontífice e os Bispos, e ajudar o Papa com seus conselhos para a integridade e melhora da fé e costumes e a conservação e fortalecimento da disciplina eclesiástica, e estudar as questões que se referem à ação da Igreja no mundo.

Foi criado pelo Papa Paulo VI em 15 de Setembro de 1965 com o Motu Proprio Apostolica Sollicitudo, aprovando seu Regulamento em 8 de Dezembro de 1966, que foi ampliado nos anos de 1969, 1971 e 1974." (D.C. 342)

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O sínodo depende diretamente e imediatamente do Papa, que tem a autoridade de designar a agenda, chamar a sessão e dar aos membros autoridade de deliberar e aconselhar. O Papa se reserva o direito de designar o Secretário Geral, Secretários Especiais e até 15% do total dos membros.

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Fonte: Igreja Online
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Ser Santos para comunicar o Evangelho com a própria vida, exorta o Papa Bento XVI

Na audiência concedida aos participantes do Pontifício Conselho para a Cultura que celebram sua assembléia plenária sob o lema "Cultura da comunicação e novas linguagens", o Papa Bento XVI ressaltou que "necessitamos homens e mulheres que falem com sua vida, que saibam comunicar o Evangelho, com claridade e coragem, com a transparência das ações, com a paixão alegre da caridade".

Em seu discurso o Santo Padre assinalou que "falar de comunicação e linguagem significa, de fato, não só tocar um dos pontos cruciais de nosso mundo e suas culturas; mas sim para nós os crentes significa aproximar-se do mistério mesmo de Deus que, em sua bondade e sabedoria, quis revelar-se e manifestar sua vontade aos homens. Em Cristo, Deus se revelou a nós como o Logos, que nos comunica e interpela, pondo as bases que fundam nossa identidade e dignidade de pessoas humanas, amadas como filhos do único Pai".

Com esta assembléia plenária, continuou o Papa, este Pontifício Conselho procura novas formas de anunciar o Evangelho, em atenta escuta do mundo globalizado que vive uma transformação cultural, com novas linguagens e novas formas de comunicação que geram novos e problemáticos modelos antropológicos.

Neste contexto, prossegue, os Bispos e fiéis advertem com preocupação algumas dificuldades na comunicação da mensagem evangélica e na transmissão da fé "ao interior da mesma comunidade eclesiástica". Este problema, acrescenta o Papa, faz-se maior quando a Igreja se dirige aos homens e mulheres afastados ou indiferentes a uma experiência de fé, a quem a mensagem evangélica alcança de uma maneira pouco eficaz e convincente". Ante eles a Igreja não permanece indiferente mas busca novos modos de anúncio, novas formas de comunicação.

Depois de advertir que a incapacidade da linguagem para comunicar o sentido profundo e a beleza da experiência de fé "pode contribuir à indiferença de tantos, sobre tudo jovens" e pode "converter-se em motivo de afastamento", Bento XVI ressaltou que a Igreja "quer dialogar com todos, na busca da verdade, mas para que o diálogo e a comunicação sejam eficazes e fecundos é necessário sintonizar uma mesma freqüência, em âmbitos de encontro amigáveis e sinceros, naquele ideal ‘Pátio de gentis que tenho proposto" e que este dicastério procura apresentar na cultura européia.

"Hoje não poucos jovens, aturdidos pelas infinitas possibilidades oferecidas pelas redes informáticas ou outras tecnologias, estabelecem formas de comunicação que não contribuem ao crescimento humano, mas que podem gerar o sentido de solidão. Diante de tais fenômenos, falei que uma emergência educativa, um desafio ao qual se pode e se deve responder com inteligência criativa, esforçando-se em promover uma comunicação humanizante que estimule o sentido crítico e a capacidade de valoração e discernimento".

O Papa ressaltou logo a infinita capacidade da liturgia e seu extraordinário patrimônio de símbolos, imagens ritos e gestos e sua tradição; para avançar nesta comunicação, "até tocar profundamente a consciência humana, o coração e o intelecto. A tradição cristã, então, sempre anexou à liturgia a linguagem da arte, cuja beleza tem uma particular força comunicativa".

Exemplo desta força, prosseguiu, foi visto no fim de semana passado em Barcelona na agora Basílica da Sagrada Família, obra do arquiteto Antonio Gaudí, onde se "conjugam genialmente o sentido do sagrado e a liturgia com formas artísticas tanto modernas como em sintonia com as melhores tradições arquitetônicas".

Entretanto, precisou o Papa Bento XVI, mais incisiva que a arte e as imagens na comunicação da mensagem evangélica "é a beleza da vida cristã. Ao final, só o amor é digno de fé e resulta acreditável. A vida dos Santos, dos mártires, mostra uma singular beleza que fascina e atrai, porque uma vida cristã vivida em plenitude fala sem palavras. Necessitamos homens e mulheres que falem com sua vida, que saibam comunicar o Evangelho, com claridade e coragem, com a transparência das ações, com a paixão alegre da caridade".

Finalmente o Papa recordou sua peregrinação ao Santiago da Compostela e ressaltou a alegria autêntica que experimentam quem caminha para a verdade e a beleza, ao encontro com Deus, como fizeram em seu momento os discípulos de Emaús vivendo a experiência do ardor no coração ao reconhecer a voz do Senhor.

Fonte: Acidgital
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terça-feira, 16 de novembro de 2010

5º Nível: Escassez Espiritual


Disse-lhes Jesus: O meu tempo ainda não chegou, mas para vós a hora é sempre favorável. (João 7,6)
Tudo queremos no nosso tempo, Jesus muitas vezes está dizendo para nós: Ainda não chegou o tempo de você ganhar esse carro que você tanto deseja, essa casa, esse filho. Mais somos filhos muito insistentes diante das Promessas do Senhor, gostamos de colocar as novas vontades na frente e nos deparamos com o erro. Os questionamentos surgem no coração: Deus não existe, tudo o que faço dá errado, Ele não me ajuda. Nasce a incredulidade, e foi isso que vimos no último post.
E o homem se afasta Jesus e de sua presença, deixa de beber da Água Viva, para beber uma cerveja, uma cachaça, para passar uma noite com prostitutas e por aí vai. Ficamos na beira do rio assim como um peixe preso que não consegue voltar para a água, ele se debate na lama, e essa lama é onde muitos ficam presos e acabam morrendo, Satanás na sua experiência de ladrão de almas, ele vai lançando a isca pra você, até descobrir a que “você gosta”. O peixe ele não pode ficar muito tempo fora da água se não ele morre, e quantos irmãos nossos tem se deixado serem mortos, tem deixado as Águas Profundas para se arriscar na superfície, porque parece bonito.
Longe de Jesus é impossível viver, a escassez da água tanto no ser divino como humano mata, e esse tem sido e é o problema de muitos, que estão “morrendo” de sede, por não acreditar mais no Senhor.
Um pessoa presa a escassez espiritual, gera insatisfação consigo mesma, satanás retira a alegria, ele vai maltratando aos poucos. A luta do peixe para ir em busca da água que ele vivia não é mais fácil, as forças vão se acabando, e com aquela boca que abre e fecha ele diz: Água, Água, Água..., e ali parado desiste, porque sabe que o “Pescador ladrão de almas” não o colocara de volta na água, e diz: não tem mais jeito.
“Se Alguém tiver sede, venha a Mim e beba.” (João 7,37).
Creio firmemente que se você ou outra pessoa se encontra sobre o domínio do inimigo, o Senhor vai romper as correntes, e vai lhe jogar em águas mais profundas.
Senhor eu te peço, leva-me para as águas mais profundas do Teu Coração, estou preso Senhor, na minha cervejinha, naquela prostituta...(Apresente aqui a Jesus a lama que tem lhe feito preso a superfície). Quero beber da Tua água, para acabar com essa sede, esse espírito de derrota, insatisfação em minha vida, que pela intercessão da Santíssima Virgem Maria Mãe de Deus, São Miguel e todos os Anjos e Arcanjos eu possa ser lavado e transformado. Que venha do lenho da Cruz e do Coração de Jesus uma só gota de água para purificar-me. Amém.
Abraços.
Até a próxima: Cativeiro

Diego Tales

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