Vinte séculos já se passaram desde O acontecimento em Jerusalém, um pobre e humilde homem se entregou para morrer por nós pecadores. Quem diria que do púlpito da Cruz sairia a mais eloquente pregação, capaz de converter os pecadores com os corações mais empedernidos? Palavras de fogo que incendiaria os corações mais frios. Que loucura de amor aconteceu ali no Monte Gólgota, tudo em Cristo é ressignificado para elevar o homem. Já parou para pensar sobre a Santa Cruz? Nela há um mistério tão insondável! Já observou que até hoje ela permanece de pé? Quantos impérios, pessoas, revoluções se opuseram a Ela e a mesma permanece intacta, enquanto o mundo dá voltas... “Stat crux dum volvitur orbis” (A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo percorre a sua órbita).
Cristo sofre por amor ao Pai, por nós e para nos ensinar que caminho devemos seguir (Cf. 1Pd 2,21-24). Por isso, todos os nossos sofrimentos agora tomam um sentido no alto da Cruz. Contemplemos Jesus no admirável e Santo Madeiro, ali ele assume todos os sofrimentos possíveis por nós, se apropria da pobreza: o vemos despojado de tudo, desnudado na cruz, sem nenhum bem; As desonras: ultrajes e as blasfêmias, cusparadas; A condenação injusta a morte como um criminoso. Não lhe bastou os sofrimentos morais, no entanto, também abraçou os sofrimentos em todos os sentidos. Maior que os nossos pecados foi a grandeza de seu amor.
Recordemos, no Calvário haviam três cruzes, ao centro a de Nosso Senhor e em ambos os lados os dois ladrões, somos nós. O bom ladrão, é todo cristão que com humildade reconhece o seu pecado (Cf. Lc 23, 41-42), toma sua cruz se O segue (Cf. Mt 16,24). O mau ladrão, teve também as mesmas condições do bom ladrão, andou ao lado da Salvação, carregou sua cruz, mas foi durante toda sua via-crucis reclamando (Cf. Mt 23,39), sua cruz que unida de Cristo seria sua salvação, acabou se tornando sua condenação. Ah, se soubéssemos o valor dos nossos sofrimentos, os incontáveis méritos que podemos convertê-los em um grande tesouro para “comprar” a vida eterna. Não esqueçamos na cruz passam desde dos mais ricos aos mais miseráveis, se salvará quem com humildade reconhecer o Senhor nela. Que cruz você abraçará, a cristã, a da realidade, da vida e da dor passageira seguida pela Glória; ou o da mentira, a morte, que promete conforto, mas oferece vazio, nada e falta de sentido?
“Ó bendita Cruz, em ti vemos o Filho de Deus, humanado, por quem todas as coisas foram feitas (Cf. Col 1,16) e quem a santificou com Seu Preciosíssimo Sangue. Em ti adoramos o Verbo Encarnado, que perdoa nossos pecados, nos enche de esperança e é para nós socorro nas tentações.
Ó bendita Cruz, onde renasce a vida sobrenatural por meio dos Sacramentos e garante para nós a salvação. És a placa que guia todo homem, mostra a gravidade do pecado e nos dá a divina graça de não mais cometê-los.
Ó bendita Cruz, és o resumo da perfeição cristã.”
Uma santa Semana Santa.
Em Jesus, Maria e José,
Diego Tales