Parar para rezar, e não se deixar ser tomado pela pressa inquieta.
Diz São Francisco de Sales, em seu livro Filotéia (Parte IV, capítulo XI), que a" inquietação é o maior mal da alma, com exceção do pecado", e continua, dela: "provém o desassossego dum desejo desregrado de se livrar de um mal que se sente ou de adquirir um bem que se não possui".
Sabemos que existe aquela chamada "paz inquieta", que são os movimentos de Deus em nós. É por ela que Ele nos impele ao desejo de um apostolado fecundo, de sair transbordando amor de Deus aos outros. Ela é diferente da pressa inquieta, que atualmente chamamos de ativismo. Em uma Catequese, no dia 25/04/2012, Bento XVI onde ele ensinava sobre a primazia da oração e o risco do ativismo, disse ele que: "Sem a oração cotidiana vivida com fidelidade, o nosso fazer se esvazia, perde o sentido profundo, se reduz a um simples ativismo que, no final, nos deixa insatisfeitos".
Estamos tantas vezes ocupados de muitas coisas, e , às vezes, até de nós mesmos, que esquecemos de parar para rezar, aquietar o ritmo do coração. Temos pressa de nos livrar de alguma coisa que deu errado, ao invés de enfrentar-lá, medo do que acontecerá no futuro, ou em certos momentos queremos nos ocupar preenchendo o vazio com vazio. Eis a pressa inquieta, é o querer fazer tudo que termina em nada. Tudo isso, porque fazemos sem o auxílio da graça de Deus, confiamos em nossas capacidades, desassistida e sem nenhum auxílio divino. Fazemos na pressa, sem amor a Deus e aos irmãos, para terminarmos logo e estarmos "livres". É uma liberdade tão falsa que não conseguimos ter paz, porque não ocupou os espaços do coração. Trabalhar cansa, nos impacienta, mas no final de tudo saboreamos a alegria do cansaço, de termos feito bem e por amor.
Senhor, que as sombras do ativismo, da inquietude não nos assombre. Dai-nos tranquilidade e paz interior, que não sejamos tomados pela pressa desse mundo, que parece caminhar desesperadamente, desritmados. Que tudo o que fizermos se traduza em oração, amém.
Deus abençoe!
Em Jesus, Maria e José,
Diego Tales
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